•fight with me, fight for me | Miguel O'Hara•

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N/A.: Inspiração no último capítulo da Tati, srtaaromanoff aquela maravilhosa.

Suspirei cansada por pensar na última briga com Miguel. Mais uma das várias que estávamos tendo nos últimos tempos.

Éramos noivos há pouco mais de cinco meses, mas juntos há quatro anos. Só que no último mês começamos a brigar muito, e a fazer coisas que doíam um no outro.

Ninguém traiu, mas fizemos coisas dolorosas. Como dormir na casa dos pais ao invés da nossa casa, não fazer mais coisas juntos, ignorar o outro e discutir até sobre as coisas mais infantis que existem.

Abracei minhas pernas e escorei minha testa nos joelhos. Meu estômago estava péssimo, embrulhado a todo tempo e minha cabeça girava. Apenas a ideia de separação já me arrancava lágrimas e mais lágrimas.

Escutei a porta sendo destrancada e aberta, e a sombra de Miguel foi projetada na parede. As luzes do apartamento estava apagadas, mas a do corredor de entrada acesas.

Ele apertou o interruptor e me viu no sofá, hesitando em se aproximar. Com um suspiro, ele jogou o traje do Homem Aranha 2099 em uma poltrona e se aproximou devagar.

—S/N, o que foi?— Miguel se agachou ao meu lado.

"S/N".

Ele me chamava de mi amor, mi corazón, ángel, perfección e coisas assim, mas nunca de S/N. Ele dizia que amava meu nome, mas que amava mais me chamar por algum apelido.

—Acho que devemos nos separar.— alinhei meu olhar com o dele.

Seus olhos se arregalaram e as pupilas dilataram. Ele levantou e deu alguns passos para trás, e virou de costas para mim.

—Não diga algo assim.— seus punhos se cerraram.

Me levantei e dei a volta para ficar frente a frente com ele, olho no olho.

—Toda vez que tento me aproximar, você me afasta, e acabamos brigando. E depois você se afasta mais ainda, como se eu fosse um incômodo na sua vida.

—Você não é um incômodo.— ele murmurou.

—Não é o que parece. Você me odeia.— cruzei os braços e segurei o choro. Nenhuma lágrima minha seria derrubada na frente dele.

—Eu não te odeio.— ele murmurou uma segunda vez.

—Tenho certeza que me odeia.

—Como posso odiar alguém que eu amo!?— Miguel gritou aproximando seu rosto do meu.

Quando percebeu minha expressão de medo ele se distanciou com as mãos no rosto, tampando principalmente a boca. Ele sabia que eu tinha medo daquele veneno paralisante.

—Desculpa, S/N. Não quero brigar.— ele suspirou e apertou a ponta do nariz.

—Mas eu quero, Miguel.— desesperada, me aproximei dele praticamente gritando. —Então brigue comigo. Brigue por mim.

Ele perdeu as palavras e deu um passo para trás, apertando os olhos para conter as lágrimas.

—Faça alguma coisa, coño!— passei a mãos pelos cabelos, ansiosa e nervosa e me virei de costas.

Ele não respondeu, apenas se aproximou lentamente até ficarmos a centímetros de distância.

Lo siento, mi ángel.— Miguel me abraçou pelas costas e apoiou sua cabeça em cima da minha. —Te afastei porque tive medo. Medo de que algum louco descobrisse sobre nós dois e fosse atrás de você.. fui um idiota por deixar esse medo me dominar.

Minhas lágrimas finalmente caíram, grossas como a chuva que tinha acabado de começar lá fora.

—Nunca mais faço isso, disculpame. Prometo nunca mais pisar na bola com você, e nunca mais gritar ou te assustar, te ignorar ou usar cobertores separados.— ele me virou para si. —Se eu fizer qualquer uma dessas coisas de novo me promete que vai embora.

—Prometo.— juntei nossos dedinhos. —Mas prometa não fazer nada assim de novo.

—Prometo.

Juntamos nossas testas e respiramos fundo, para que acalmássemos antes de qualquer coisa. Depois eu o beijei, tão intensamente como nunca.

—Espera.— me separei dele, que ainda me mantida agarrada pela cintura. —Banheiro.

Miguel sorriu sugestivamente, mas não era aquilo que eu quis dizer.

𖡩 dois meses depois.

—Então é certeza?— Miguel perguntou mais uma vez.

A obstetra concordou com a cabeça e sorriu.

—Ela está cem porcento grávida, de onze semanas.

Ele se virou sorridente para mim, e de repente começou a chorar compulsivamente. O abracei e a obstetra nos olhou neutra com a situação. Ela já deve ter visto tantos pais chorões assim...

No caminho de volta para casa, a única coisa em que eu conseguia pensar era no quanto eu estava feliz. Mas também fiquei pensativa porque pelas datas, o bebê seria fruto de um sexo de reconciliação.

—Peter vai amar saber disso, ele sempre diz que o que falta na minha vida é uma criança.— Miguel pegou celular para conversar com o amigo, animado como se tivesse bebido dez energéticos e doze litros de café.

Miguelito, tranquilo.— bati os dedos no volante, cantarolando a música que passava. —Vamos fazer uma surpresa para todos, o que acha?

—É uma boa ideia.— ele deu de ombros. —André pode esperar um pouquinho.

Como um bobão, ele afinou a voz para falar com a minha barriga.

—André? Que história é essa?— ergui uma sobrancelha. —Vai ser uma garota, Carolina.

Dessa vez quem arqueou uma sobrancelha foi Miguel.

—Veremos.— ele cerrou os olhos.

𖡩 26 semanas depois.

—Está confortável, ¿mi ángel?— Miguel me verificou pela segunda vez em cinco minutos.

Cálmate.— sorri e suspirei.

Ele se agachou à minha frente e sorriu, falando com o bebê. O'Hara parecia uma criança animada com seu novo irmãozinho.

—Vai ser incrível, Carolina.— suas mãos quentinhas acariciaram minha barriga.

Meus olhos se arregalaram quando senti uma pontada de dor. Miguel percebeu minha expressão e se levantou.

Mi princesa está nascendo?— ele se desesperou, especialmente por estarmos na base da Sociedade Aranha.

Admito que foi engraçado ver o todo amedrontador Homem Aranha 2099 correndo como um louco pela base procurando as bolsas de maternidade que preparamos semanas antes.

—Miguelito, a bolsa estourou!— gritei, mesmo sabendo que ele saberia pelo seu sentido aranha.

Daí para frente foi aterrorizante.

Ele estava muito nervoso, mas tentava se controlar perto de mim para me ajudar fazendo massagens, por exemplos. Contando com o horário da primeira contração, meu parto durou dezesseis horas. E um fato interessante: vocês sabiam que a vagina dilata em até dez centímetros quando o bebê nasce por parto normal? Pois é, fiquei literalmente dilacerada depois dessa.

Mas tudo compensou quando peguei Carolina no colo. Ela era linda, tinha os meus olhos e... as presas de Miguel. Era perfeita e como o próprio Miguel disse, era outro motivo para ele lutar.

N/A.: Por favor alguém diz que pegou a minha referência a RAINHA CHARLOTTE

𝑴𝑨𝑹𝑽𝑬𝑳, 𝒊𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑰𝑰.Where stories live. Discover now