Capítulo 17. Casinha Antiga cheia de Lembranças

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Adrien parou diante da porta de madeira envelhecida, a mão erguida em punho, vacilando em seu propósito de bater.

Ele tinha reunido uma boa dose de coragem para ir até ali, tomando uma atitude para vencer o famoso conflito "vontade de ajudar x medo de incomodar".

No fim das contas, concluiu que, se pudesse contribuir ao menor um pouco, o incômodo talvez fosse relevado.

Se bem que, em se tratando do Sr. Chevalier, era bem possível que sempre estivesse incomodando.

- Se era para ficar parado feito um idiota, não precisava ter me tirado do conforto de sua casa. - Plagg resmungou, colocando a cabeça para fora do bolso de sua camisa.

O loiro não respondeu. Apenas estreitou os olhos em direção ao Kwami, embora aquela manifestação tivesse lhe dado o impulso para fazer o que devia ter feito cinco minutos atrás.

Bateu três vezes contra a madeira de forma simples e, para sua surpresa, a porta abriu-se quase que imediatamente, revelando o semblante apavorado do Sr. Chevalier. Assustado, o adolescente pulou para trás.

- Graças aos céus! - Comemorou o velho, em evidente alívio, assim que colocou os olhos no rapaz, fazendo com que ele crispasse o semblante em confusão. - Você veio buscar sua namorada? - Perguntou, ansioso.

A mente do modelo travou por um segundo.

- Namorada? - Questionou, desentendido.

O velho encarou o loiro por um tempo,  a expressão desconfiada, como se o sondasse para descobrir se havia caído em uma pegadinha ou algo assim.

- Vocês estão brincando comigo? - Perguntou, indignado.

- Brincando? - Repetiu o modelo. - Espera, "vocês" quem? - Perguntou, notando a pluralidade no pronome, começando a se questionar se o velho estava em seu perfeito juízo.

- Sr. Chevalier, o chá vai esfriar! - Uma voz que Adrien definitivamente não esperava ouvir, gritou, atraindo seu olhar automaticamente para o interior do imóvel.

E quando ele viu Marinette irromper de um dos cômodos, de maneira descontraída, apenas para ter o rosto contorcido no mais puro choque por deparar-se com ele ali, na entrada, somente uma palavra ocupou a sua mente:

Lótus.

- Adrien... - Murmurou a garota, trazendo-o de volta a realidade. - O que está fazendo aqui? - Questionou incomodada.

- Eu poderia fazer a mesma pergunta. - Devolveu ele, recriminando-se mentalmente pelos próprios pensamentos absurdos.

- Não! - A exclamação enérgica do velho, que aliás, era o proprietário da casa, cortou o olhar fixo e constrangedor que vinham sustentando, atraindo a atenção de ambos. - Eu sou o único que pode fazer essa pergunta aqui. - Decidiu, rabugento. - Se não veio buscar sua namorada, o que raios está fazendo aqui? - Perguntou para Adrien.

- Nós não somos namorados. - O modelo apressou-se em corrigir.

- Não??? - O velho questionou, sua reação tão incrédula que beirava o exagero. - Interessante. - Murmurou em seguida, mais para si mesmo, coçando a barba curta e alva.

- O que é interessante? - Quis saber Marinette, sua curiosidade vencendo o próprio orgulho e a decepção de ter visto, mais uma vez, Adrien negando qualquer envolvimento amoroso entre eles. Ela nem sabia porque isso ainda a atingia. Afinal, eles não tinham nada mesmo.

O velho encarou-a significativamente, contudo, ao se manifestar, desconversou de forma descarada:

- E você? O que ainda está fazendo aqui? Já não disse para ir embora? - Perguntou, rabugento.

Operação Jardim Secreto Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt