Capítulo 8. Malícia Teatral

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Marinette Lutava contra o impulso de se encolher, ante os olhares que recebia de seus colegas de classe. Afinal, nenhum deles conseguia - ou fazia questão - de disfarçar os sentimentos que transmitiam pelo simples ato de encarar a representante de classe, parada, em pé, diante da mesa da professora. E a mestiça podia identificar cada um deles: dúvida, incredulidade, deboche, sarcasmo, desânimo, até mesmo pena. Nenhum sentimento positivo. Sequer suas amigas conseguiram compactuar, de imediato, com a ideia que passara os últimos minutos expondo.

Intimidada, desviou os olhos para o canto a sua esquerda, onde Srta. Bustier encontrava-se parada, de braços cruzados, e não se surpreendeu quando a educadora, com um aceno positivo, incentivou que prosseguisse. Afinal, a própria havia lhe ligado, na noite anterior, a fim de discutir novas possibilidades para o festival cultural, um tanto arrependida de, no auge de sua irritação, ter submetido a classe a um tema tão esdrúxulo. Claro que  isso apenas serviu para impulsionar as ideias que Marinette havia tido com a visita ao "Jardin D'eau", ocorrida dois dias antes.

Infelizmente, não havia possibilidade de mudar o tema, por ser contra as rígidas regras do Festival Cultural. Fora o que Caline lembrara à mestiça  por telefone, e o que esta repetiu para seus colegas, na tentativa de dissolver a inicial rejeição quanto à ideia apresentada.

- Mas amiga! - Surpreendendo-a, fora Alya a primeira a questionar-lhe, em voz alta. - Entendo que não há como mudar um tema, mas transformá-lo em um teatro... - Comentou, reticente.

- Teatro interativo. - Corrigiu a asiática.

- O que é ainda mais difícil. - Afirmou a Blogueira.

- Mas aumenta as chances de vocês ganharem pelo melhor projeto, devido a originariedade da ideia. - Srta. Bustier, pela primeira vez, manifestou-se verbalmente em favor de Marinette.

- Da mesma forma que arruinará nossas notas, caso dê errado. - É claro que a contestação em tom debochado, viria de ninguém menos que Chloé Bourgeois.

- Tem de dar muito, muito errado para que nossas notas sejam arruinadas. - Marinette retrucou. - Se ao menos conseguirmos executar parte do projeto, a média de participação estará garantida. - Explicou.

- Não era mais fácil fazer um "Café Jardim Secreto", ou algo assim? - A sugestão partiu de Ivan.

- Mas claro que tinha que ser o gordo o primeiro a falar de comida. - Kim troçou, rolando os olhos para cima.

Enfurecido, o roqueiro levantou-se e caminhou em direção ao atleta.De imediato,

- Eu preciso lembrar quem deu a ideia idiota para o festival cultural e nos colocou nessa situação? - Perguntou, de punhos cerrados.

- Meninos, contenham-se! - A professora exclamou, subindo os degraus até o corredor que dividia as duas alas de carteiras. - Ivan, volte para o seu lugar. - Pediu. - Kim, desculpe-se com Ivan, a menos que queira dar uma volta na sala do diretor. Sabe que Bullying é inadmissível em qualquer circunstância. - Ordenou, estreitando os olhos em direção ao dito aluno.

Em tom arredio, o atleta murmurou um pedido de desculpas que, todos sabiam, não continha muita sinceridade.

- Bom Ivan, respondendo a sua pergunta - Marinette retomou a palavra, enquanto Srta. Bustier retornava ao seu posto -, certamente seria melhor fazer um café temático. Acontece que não podemos repetir a escolha de outras classes, portanto, estamos impossibilitados de trabalhar qualquer escolha simples no ramo alimentício.

- Aliás, o número de salas que podem trabalhar com vendas de alimentos é limitado a vinte e cinco por cento, a fim de equilibrar o lucro e as visitas de cada projeto. - Reforçou a professora. - Uma vez que essa quantidade já foi atingida, fazer qualquer coisa na área não é uma opção para vocês. - Atestou.

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