Amar, amar você até você se amar.

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Meu único pedido antes de lerem é: bora comprar uma canelinha pra assoprar nesse primeiro de junho pra jogar pro universo!!!!!!!! Só isso! Boa leitura :)



𖤐


Giovanna Antonelli

O final de semana serviu pra que eu tentasse, nem que fosse um pouco, colocar minhas ideias no lugar. Precisava entender o que eu sinto em relação a mim mesma e em relação ao quase relacionamento que tinha com Alexandre.

Mas confesso que me sinto em um conflito interno, brigando com a minha própria razão enquanto a emoção quer apenass e entregar totalmente.

E por incrível que pareça, nada disso tinha a ver com as atitudes dele.

Já tinha entendido que toda essa situação não era sua culpa, pelo menos não é culpa do meu Alexandre.

Assim como o passado dele veio a tona, o meu poderia vir a qualquer momento e teríamos que encontrar uma forma de aprender a lidar com isso. Para o bem ou para o mal, o passado existe e pode se tornar presente por um deslize.

Minha cabeça matutava a questão em si, o meu envolvimento com isso. Não estamos falando de algo banal, algo simples. É sobre uma criança que vai depender dele para o resto da vida, uma conexão que é pra sempre. Consequentemente uma conexão que vai além de só aquele bebê, mas também envolve outra mulher.

A questão não é se eu acredito ou não nas palavras dele, nas promessas que ele insistia em fazer dizendo que tem certeza que o filho não é dele. Eu preciso lidar com essa situação da maneira mais realista de todas, para além do pessoal. 

Se essa criança viesse a se confirmar dele, eu estaria disposta a isso? Saberia lidar com isso? Queria lidar com isso?

É uma bagagem gigantesca para uma mulher que até ontem não queria se envolver com ele por medo, e agora tem que decidir se está afim de entrar em algo tão gigante como isso. Essa é a dúvida que me permeia.

Eu nem se se quero ser mãe um dia, nunca tinha parado pra pensar nessa questão, pra do nada ter a chance de virar madrasta de alguém que ainda nem nasceu? É extremamente complexo pensar nisso.

Domingo à noite, a porta do meu apartamento é aberta sem rodeios por uma Alessandra estressada, completamente fora da casinha.

Maluca. Descabelada. Surtada. E muito, muito irritada.

— Tu tem sorte de eu não querer meter minha mão nessa sua cara lavada, viu dona Giovanna. Tu tem muita sorte.

Chega que nem um furacão e sai derrubando tudo pela frente.

— Oi, Alessandra. Tá tudo ótimo comigo sim, e com você? — ironizei enquanto me sentava no sofá com minha long neck na mão. — Tem mais na geladeira, pode pegar pra você.

Assisti enquanto ela se dirigia até a cozinha e voltava para se sentar ao meu lado, com uma cara de poucos amigos.

— Perdeu o telefone, foi? Por que não atende mais?

— Eu não te respondi só ontem, não é o fim do mundo. — dei de ombros, petiscando um amendoim.

O sábado foi o que podemos chamar de "dia da depressão pós um quase término de um relacionamento que não existia ainda". Chorei, me culpei, quis ligar para ele e implorar pra que ele voltasse. Senti saudade, fiquei insegura, para no fim, dormir com a cara inchada.

Coração CiganoWhere stories live. Discover now