Cada segundo que se passa mais aumenta essa vontade.

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Oi, gente linda. Nem vou me prolongar muito aqui, porque esse capítulo já diz tudo que eu quero. É algo novo pra mim, mas espero que gostem ;)


𖤐

Alexandre Nero

Depois daquele beijo pra lá de inesquecível que Giovanna havia me dado, confesso que fiquei meio aéreo e esqueci até mesmo como me portar ao lado dela.

Como dizem por aí, tinha virado um puta de um bundão.

E ela, obviamente, finge que nada tinha acontecido, com toda aquela classe que ela possui.

Resolvemos tomar um banho de cachoeira pra renovar as energias depois dos dias extremamente cansativos que haviam tirado toda a nossa sanidade, apesar dos bons resultados. 

O primeiro contato do meu corpo quente com aquela água bizarramente fria, me causou arrepios dos pés à cabeça.

— Tá com frio? — ela, que já tinha até mesmo mergulhado e estava totalmente inserida na água, me pergunta em tom de claro deboche.

— Essa água tá fria pra porra, Giovanna. — resmunguei, já entrando.

— Mergulha de uma vez, senão tu vai ficar com frio.

Fiz o que ela sugeriu, até porque não existia outra opção que não encarar aquela água fria.

Apesar de ter sentido minha vida indo pro beleléu, logo meu corpo foi se acostumando com aquela temperatura mais fria.

Esse lugar é, sem sombra de dúvidas, um achado. Parecia que só de estar ali, todos os meus problemas tinham ido embora e um peso gigantesco saiu das minhas costas. Claro que a companhia também facilitava.

Giovanna parecia pertencer àquele lugar, como se sempre estivesse ali. A cachoeira a conhecia, e elas se conectavam, se entendiam. Ela ia de um canto a outro nadando, rindo, brincando, se divertindo. Não parecia nem de longe a empresária rígida que eu havia conhecido no meu primeiro dia no escritório, estava mais leve que pena. E sua leveza me contaminava, mesmo sem sequer encostar nela.

Por falar em encostar... Loucura!

Sentia meus dedos ainda formigando após senti-la tão intimamente, tocar cada pedaço daquele corpo, conhecer cada detalhe. O beijo dela eu só poderia definir como coisa de outro mundo, talvez porque ainda não tenha assimilado o que foi aquilo, o que era aquela conexão que eu senti quando meus lábios encostaram no dela.

Queria saber se ela sentiu o mesmo que eu, se também ficou mexida. Mas não queria invadir seu espaço, não queria parecer um desesperado, por mais que eu fosse. Giovanna tinha dado um passo gigantesco ao me beijar, eu sabia disso. Nada mais justo que levar as coisas no tempo dela para que pudéssemos ter uma relação boa, seja profissional ou pessoal.

Perdi a noção do tempo enquanto nos divertíamos naquelas águas cristalinas, quando percebi, o sol já começava a sumir.

— Gio, acho melhor irmos embora. Vai começar a escurecer e temos que pegar a trilha pra voltar. — chamei enquanto a via brincar com uns peixes que dividiam aquelas águas conosco.

— Ah... Já? — respondeu com um biquinho no rosto, parecendo desapontada.

Juro por tudo que é mais sagrado no mundo, quase fui pra cima dela como o troglodita que eu era ao ver aquele biquinho insatisfeito brotar em seus lábios. Eu ia ficar maluco, só isso. Obriguei-me a virar de costas e fingir que não me abalo com aquela carinha.

Porra, eu tinha virado uma bichinha mesmo. Que caralho!

— Bora antes que escureça.

Sai da cachoeira e fui pegando minhas coisas que estavam espalhadas na canga no chão.

Coração CiganoWhere stories live. Discover now