No final de março retornamos para Miami. Antônio precisa retornar aos treinos e quer quer que eu passe o final da gravidez ao seu lado.
O sexo no último trimestre da gestação é estranho. Mal comparando, é como se eu estivesse comendo batata frita sem sal. Você acha bom por que é uma comida que você gosta, mas sabe que poderia ficar mais saborosa com um pouquinho de tempero.
Me olho no espelho e não gosto do que vejo. Não me sinto sexy, estou com uma barriga enorme e meus tornozelos estão inchados. Antônio insiste em falar que eu sou a grávida mas linda do mundo, mas sei que diz isso pra me agradar.
Nessa tarde, Beatriz está na casa da Anna, e eu estou sentada assistindo um programa qualquer quando meu celular toca, é Antônio.
- Fala.
- Oi querida. Como você está hoje?
- Bem.
Após um silêncio acrescenta.
- Continua chateada pelo que aconteceu ontem?
- Continuo...
- Escuta pequena, você tem que...
- Não, escuta você. A médica já falou inúmeras vezes que podemos ter uma vida sexual normal, e você segue se recusando a fazer da forma que quero.
- Pequena...
- Sem essa de pequena Antônio.
Estou prestes a lhe falar alguns desaforos, mas seguro a minha língua. Sei que tenho sido uma megera com ele, que em compensação é um santo e aguenta todas as minhas alterações hormonais caladinho.
- Tenho uma partida de basquete essa tarde, e esqueci a bolsa com as coisas, você pode trazer pra mim?.
Estou prestes a dizer que não, que ele venha buscar, mas acabo respondendo.
- Ok, vou mandar um aplicativo te entregar.
- Eu gostaria que fosse você.
Que gracinha da parte dele, mas a vibora que mora dentro de mim, responde.
- Eu gostaria de muitas coisas, e olha só, estou desesperada e vou me aguentando.
Ouço Antônio bufar, e após alguns segundos ele mumrura.
- Quero te ver pequena.
- Ok, eu vou levar.
Assim que desligo, me dou conta que nem me despedi. Caramba, como tenho sido grossa com ele.
Retorno a chamada e quando ele atende, digo.
- Te amo resmungão.
- Eu te amo mais que tudo pequena.
À tarde quando saio de casa, está fazendo muito frio. Coloco um vestido preto de mangas midi, uma bota de cano alto e um casaco comprido por cima. Me sinto feliz, apesar dos meus hormônios enlouquecidos.
Quando chego, e avisto meu lindo encostado em seu carro, me aproximo.
- Oi amor, como você está?
Disposta a selar a paz, grudo nossos lábios antes de responder.
- Feliz, agora que estou contigo.
Caminhamos abraçados até a parte interna do ginásio, vejo seus amigos por ali e aceno de longe, indo até uma parte da arquibancada.
Antônio me abraça, e me dá mais um beijo, chupando meus lábios e depois fazendo o mesmo com minha língua. Aproveito o momento, sem me importar com quem possa estar olhando.
Quando se separa de mim, ele me olha nos olhos e diz.
- Não quero mais brigar contigo pequena.
Sorrio concordando com a cabeça. Ele também sorri.
Me sento, e a bela morena que acompanhava Marcus na boate, meses atrás, se senta ao meu lado.
- Oi. Você é a Amanda. Se lembra de mim?
- Claro - nos cumprimentamos e assito o jogo empolgada.
Quando os rapazes fazem pontos, grito no melhor estilo ianque, e berro e protesto quando fazem falta sobre o meu time. O time dos meninos acaba perdendo e eu murmuro.
- Hoje não foi um bom dia.
Mas a morena, que agora eu sei que se chama Joyce, solta um comentário ácido.
- Pra mim agora vai ser, eu e Marcus marcamos de encontrar um amigo. Você sabe, para brincar... um ménage à trois.
Por que está me contando isso?, fico intrigada.
Sem olhar na cara dela, ando até o vestiário, enquanto sinto algumas contrações. Toco na barriga e a sensação vai embora. Marcus sai, dá um beijo na Joyce e depois vem falar comigo.
- Oi gordinha, tudo bem?
- Estou rolando de tão imensa, mas estou bem.
Me abraça e sorri, e depois Antônio aparece junto com Júnior. Conversamos e todos rimos, Marcus me solta e Antônio me abraça, enquanto Joyce chega e nos observa.
- Foi bom aquele dia na casa de Marcus né, temos que repetir Antônio.
Fico paralisada. Que história é essa?. Então me lembro do que ela me disse minutos antes na arquibancada. Fico puta com suas insinuações.
Antônio e Marcus se viram pra mim, e ao entender o que estou pensando, se entreolham.
Fico calada, mas a minha vontade é de gritar. Quando Joyce se afasta, Antônio logo me explica.
- Amor, foi um almoço de trabalho. Ela é acessora de vários lutadores.
- E precisava ser na casa dele?, não podia ser em um restaurante?
- Pequena, não começa a pensar besteira.
Me viro para Marcus, irada.
- E você, que belo amigo ein?
Marcus abre a boca, mas antes que possa responder, Antônio se vira para mim.
- Pequena, foi apenas um almoço. Precisávamos analisar alguns contratos para veiculação de imagem.
Mas já estou completamente tomada pela irritação. Furiosa, olho para os dois.
- Não acredito.
Antônio passa aa mãos pelos cabelos.
- Pronto, já temos encrenca para hoje.
Seu comentário me deixa ainda mais indignada e eu começo a andar.
- Gordinha, escuta - Marcus corre e se coloca na minha frente - Não pensa bobagem. Antônio nunca faria isso com você.
Irritada, falo um pouco mais alto.
- Marcus, eu só te permito me chamar de gordinha porque estou grávida. Quando eu der à luz, se você disser isso de novo quebro suas pernas. E você Antônio - me viro para ele - porque não me falou que almoçou com ela?
- Porra, que mau humor ein - Júnior murmura e arranca uma risada de Marcus.
- Nesse dia você estava emburrada e não queria conversar pequena.
Fecho os olhos e solto o ar bufando, enquanto sinto suas mãos rodearem minha cintura. Apoio a cabeça em seu ombro.
- Nunca mais me deixa ficar grávida. Estou enlouquecendo.
Eles riem.
- Com a Anna foi pior, acredite - Júnior tenta me tranquilizar.
Antônio sorri e me abraça.
- Pior?, porra amigo. Você foi um santo.
Curtam e comentem muito. Se engajarem hoje no final do dia tem lançamento de fic nova ein?. Beijos, até o próximo ❤️
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DocShoe - Agora e sempre
Fanfic16 de janeiro de 2022, marcava o dia em que Amanda e Antônio se conheceram. Como grandes e melhores amigos, essa data sempre representava algo especial, até que um dia deixou de ser. Uma história de amor, que nos faz recordar que belos dias merecem...