24. Reconciliação

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Ligo para o Antônio no caminho de volta, mas ele não atende o celular. Quero procurá-lo, mas já é tarde, olho o relógio e são 21h56, preciso colocar Beatriz no berço, ela está dormindo na cadeirinha no banco de trás.

Quando chego no meu condomínio, estaciono e pego minha filha no colo. Meu Deus, essa criança está cada vez mais pesada. Seguro as bolsas e ando calmamente até o elevador.

O trajeto até o meu andar parece durar uma eternidade, e quando as portas do elevador se abrem, me surpreendo ao ver Fabrício em frente à minha porta.

- Você... o que você está fazendo aqui Fabrício? - pergunto com medo, ainda de longe, percebendo o seu olhar completamente vidrado.

- Eu precisava falar com você.

- Como você conseguiu subir? - questiono, já que a segurança do prédio é completamente rigorosa com visitantes.

- Eu...dei meu jeito.

- Fabrício, eu preciso que você vá embora. Minha filha está dormindo e eu preciso colocá-la no berço.

- Antes nós vamos conversar - ele fala dando um passo na minha direção enquanto eu recuo dois para trás.

- Eu não tenho mais nada pra falar com você. Tudo já foi devidamente esclarecido.

- Você acha que foi, mas que tal se você abrisse a porta e agente conversasse lá dentro - dá mais um passo em minha direção que me deixa amedrontada.

- Não, vai embora agora ou eu vou chamar a segurança - falo, com os olhos já marejados.

Ele vem rápido até mim, e quando segura no meu braço e eu abro a boca para gritar, as portas do elevador se abrem e o Antônio sai de lá.

Quando ele nos vê, seu olhar fica confuso, até que Fabrício me solta e eu corro até ele, ficando um pouco atrás do seu corpo enquanto lágrimas jorram pelos meus olhos.

Ele se vira para mim, e notando o meu estado, sabe que algo não está bem.

- Pequena, ele fez alguma coisa?

Balanço a cabeça negando.

- Ele falou alguma coisa.

Concordo. Ele anda até Fabrício e o segura pela gola da camiseta, o levantando com ira nos olhos.

- Eu não vou te matar, por que nem isso você merece, mas eu vou te falar uma coisa e quero que você escute bem. Se você se aproximar de novo da Amanda ou da Beatriz, eu não vou me importar de parar na cadeia, por que certamente vai ser muito mais que um dedo seu que vai sair quebrado.

Antônio anda com ódio o puxando pela roupa, para em frente ao elevador e aperta o botão, a enorme caixa de metal de abre em segundos na sua frente, e ele joga o Fabrício dentro como se este fosse um enorme saco de lixo.

- O recado está dado, se eu fosse você, para o seu próprio bem, escutaria e seguiria cada palavra que eu disse.

O elevador se fecha e ele vem até mim. Estou paralisada, completamente imóvel no meu lugar, agradecendo à Deus por Antônio ter aparecido, caso contrário eu não sei o que Fabrício teria feito.

- Pequena?

- Hmmm.

- Deixa eu pegar a Bia? - e só agora eu percebo que estava apertando minha filha em meus braços.

Relaxo o aperto e deixo que ele a segure. Abro a porta e vejo Antônio indo até o interfone, disca o número da portaria.

- Seu Jesuino. É o Antônio, o namorado da Amanda. Quero saber se o rapaz que estava com uma calça preta e uma camiseta amarela já saiu do prédio? - ele ouve atentamente o que o porteiro fala - tudo bem, eu gostaria de solicitar que a entrada dele seja totalmente proibida em toda e qualquer área do condomínio, ele atentou contra a Amanda e a Beatriz - ouve novamente o que Seu Jesuino fala e responde -  O nome dele é Fabrício, muito obrigado. Tenha uma boa noite o senhor também.

Caio sobre o sofá, estou tremendo e exausta. Observo Antônio indo até o quarto da Beatriz com ela em seu colo, dica alguns minutos lá dentro e em seguida sai, vindo até mim e se sentando ao meu lado.

Um enorme soluço preenche o ambiente, ao mesmo tempo que ele me puxa para o seu colo.

- Ei, já passou. Eu estou aqui agora.

- Eu fiquei com tanto medo quando ele avançou sobre nós Antônio, medo por mim e pela Beatriz.

Meu corpo inteiro treme enquanto um choro de angústia e aflição varre a minha alma. Quando me sinto mais calma, me ajeito em seu colo.

Me sento de frente pra ele, coloco uma perna em cada lado do seu corpo e deito minha cabeça em seu ombro.

- Me desculpa por ter brigado com você mais cedo, eu realmente achei que você tinha quebrado o dedo daquele idiota. E fiquei apavorada quando ele ameaçou envolver a imprensa.

- Não tenho o que te perdoar querida. Mas eu preciso te falar uma coisa.

- O que?

- Eu realmente queria bater nele, não só por ciúmes, mas por raiva também, eu o escutei falando coisas horríveis sobre você com um amigo dele.

- O que você ouviu?

- Ele estava falando sobre como seria fácil te levar pra cama a hora que ele quisesse, estava contando vantagem e se gabando sobre já ter ficado com você várias vezes no passado.

- Mas eu nunca fiquei com ele...

- Eu sei, justamente por isso eu quis agredi-lo ainda mais. A forma que ele falou, como se você fosse uma mulher fácil me causou repulsa, e eu apenas extrapolei quando o vi com aquelas mãos imundas sobre você.

- Eu fui até ele hoje, queria pedir desculpas pelo que ouve, mas fiquei duplamente surpresa quando vi que seu dedo não estava quebrado e a Camila sua ex estava com ele.

- A Camila?

- Sim. Você não sabia?

- Porque eu iria saber disso?

- Ela insinuou que você só agrediu o Fabrício por causa dela, quando ficou sabendo que eles estavam juntos. Nisso eu não acreditei, mas ela deu a entender que você sabia sobre eles.

- Não sabia, e mesmo que eles estejam juntos, pra mim não faz diferença. A única pessoa que me importa e interessa é você amor.

Eu sorrio. Ele me beija.

- Eu te amo tanto, que você nem imagina - me declaro.

- Eu te amo pequena. Você é a coisa mais linda desse mundo inteirinho e quando quiser, a gente pode se casar.

O que estão achando?, sempre que possível, deixem uma curtida e um comentário no capítulo pra incentivar a autora aqui, isso faz com que eu queria postar sempre mais pra vocês. Em breve estarei de volta. Beijos ❤️

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