40. Uma nova vida

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Assim que chegamos em casa, vomito. Estou que não me aguento mais de tanto chorar e vomitar. Preocupado com meu estado, Antônio me oferece um chá, mas recuso.

Os dias passam e continuo péssima.

As nossas famílias vão embora.

Me sinto exausta.

Antônio entra no quarto, preocupado.

- Vamos querida, já arrumei a Beatriz, vamos ao hospital agora mesmo.

- Não amor...

- Sem mas pequena. Você já está há muitos dias assim. Não dá mais, estou muito preocupado que seja algo mais sério. Não tem como ser apenas uma virose ou uma gripe. Você está sumindo na minha frente.

Noto o seu desespero e resolvo fazer isso por ele.

Coloco um vestidinho justo e um tênis branco. Antônio estaca quando retorna para o quarto com a Bia em seu colo.

- Pequena?

- Oi.

- Não se aborreça com o que eu vou falar ok? - balanço a cabeça concordando - mas existe alguma chance de você estar grávida?

- Que?, não, claro que não, eu uso DIU.

Ele desvia o olhar do meu rosto para a minha barriga.

- Olha a sua barriga no espelho - ele pede e eu me viro de lado, vendo uma pequena protuberância na parte debaixo do meu ventre.

- Não - susurro, praticamente entrando em pânico.

Não, não, não. Definitivamente não.

Estou morrendo de medo. Eu, mãe de outro bebê?

Nem pensar. Meu estômago se revira.

- Não pode ser... não pode ser.

Lágrimas inundam meus olhos.

Antônio vê o meu estado e gentilmente coloca Beatriz sobre a nossa cama. Depois me abraça.

- Fica calma amor. Se você estiver grávida. Será muito bem vindo. Não é?. Pensa, uma loirinha, com sua boquinha, seu narizinho e seus olhinhos.

- Você não está me entendendo - resmungo, entre lágrimas.

- Não estou. Mas vamos até o hospital ok?, nada de entrar em pânico antes da hora.

Faço tudo no automático, e Antônio precisa me guiar e até colocar meu cinto de seguro quando entro no carro.

Não raciocino direito. Me sinto sem ar, desnorteada e não sei o que fazer. É tão cedo, e está indo tudo tão rápido.

Quando chegamos ao hospital, na sala de espera fico observando as outras mulheres que também aguardam em frente ao consultório da ginecologista.

Meu pescoço pinica, algumas barrigas são enormes e estou a ponto de sair correndo. Mas controlo meus impulsos e espero, sentindo a mão de Antônio sobre a minha, tentando me passar um pouco de confiança.

Quando meu nome é chamado, nos levantamos e entramos na sala. A médica é uma mulher um pouco mais velha do que eu e muito simpática. Nos indica as cadeiras e nós sentamos.

Respondemos à um enorme questionário.

- Pode me dizer a data da sua última menstruação?.

- Eu uso diu. Recoloquei logo após o parto dela. E nunca mais menstruei.

- Certo. Está sentindo algum sintoma diferente do habitual?

- Sono, fraqueza, dores de cabeça e náuseas acompanhadas de vômitos.

- Há quanto tempo?

- Dois meses.

Ela anota tudo em seu computador. Estou apreensiva e Antônio ao meu lado brinca com Beatriz completamente atento à tudo.

Depois de todas as perguntas, ela me pede que eu deite na maca pata fazer uma ultrassonografia. Levanto meu vestido e ela cobre as minha virilha com uma manta.

Passa gel na minha barriga e então começa a movimentar o aparelho de ultrassom sobre ela.

Histérica, imploro aos santos existentes e aos que ainda vão existir para que não exista nada dentro de mim. Mas de repente, a médica para de movimentar o aparelho e diz.

- Aqui está a pulsação papais, e pelo tamanho, eu diria que já está com três meses.

Vou infartar.

Olho para a tela e vejo a imagem do pequeno bebê piscando.

Antônio aperta a minha mão e aproxima seua lábios dos meus, sussurrando um "obrigado querida, eu te amo", completamente emocionado.

Ao ver que não falo nada, a médica volta para o exame. Depois imprime algumas imagens e nos entrega. Só então a minha ficha cai e eu me permito ficar emocionada.

Choro, choro e choro.

Voltamos pra casa rodeados pelo meu choro que preenche o carro.

Acho que serei nomeada a chorona oficial de Miami.

Dá pra perceber que Antônio está preocupado e muito tenso. Assim que estaciona na garagem de casa, ele abre a porta e corre até mim.

- Querida, você não está feliz?

- Estou. Agora estou amor. Só é tão cedo.

Ele me abraça, com todo carinho e paciência do mundo.

- Pode ser cedo querida, mas nada na nossa relação é como o usual. Nós mudamos a ordem de tudo não é mesmo?. Eu estou muito feliz de ter um filho, por que é com você. Além do mais, a diferença dos dois vai ser tão pequena. Bia vai ter um amiguinho, eles vão crescer e brincar juntos, sendo companheiros. Eu estou feliz, por estar conquistando a família que eu sempre quis ter. Junto de você, a mulher que eu amo.

Comentem e ajudem a autora aqui. Em breve estarei de volta. Beijos ❤️

DocShoe - Agora e sempre Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora