23. Desentendimento

985 65 20
                                    

Chego do shopping, e me sento na varanda do apartamento, resolvo ligar para o Fabrício. Preciso pedir desculpas em nome do Antônio, já que não concordo com sua atitude.

Disco o seu número e espero até que ele atende.

- Alô, Fabrício?

- Oi Amanda. Como vai?

- Eu estou bem, obrigada por perguntar. E você?

- Bom, graças ao seu namorado nada bem.

- Eu sinto muito, gostaria de me desculpar pelo que Antônio fez, fugiu totalmente dos limites.

- Eu que o diga Amanda. Estou com o braço completamente imobilizando por culpa do seu namorado. E devo te alertar que já fui procurado pela imprensa para falar sobre o caso.

- Como assim? - gaguejo é meu corpo treme no mesmo instante.

- Sinto muito Amanda, mas estávamos em uma festa repleta de jornalistas, era impossível alguém não ter visto.

- Mas você falou alguma coisa?

- Ainda não, mas sinceramente?, não vou deixar o Antônio sair impune à isso tudo. Seu namorado é completamente louco.

- Por favor Fabrício, não faça isso.

- Não posso te prometer nada Amanda. Foi muito grave o que ele fez, e nenhum pedido de desculpas ele dirigiu à mim.

Eu estou prestes a implorar, quando ele me informa que precisa encerrar a ligação, já que está em meio à um compromisso.

Aflita, ando por todos os lados e estou prestes a abrir um enorme buraco no chão quando um Antônio sorridente entra pela porta.

- Oi pequena...

Seu sorriso morre ao notar a expressão no meu rosto.

- O que houve?

- Falei com Fabrício.

- Por que você precisou falar com esse cara Amanda? - ele questiona puto, como se ainda tivesse alguma razão.

- Por que você quebrou a porra do dedo dele Antônio. Deve ser por isso ou porque eu realmente estava preocupada com ele. Só sendo louca pra concordar com a sua atitude.

- Ele estava todo folgado dando em cima de você. Aquele filho da puta mereceu, eu teria feito pior se tivesse a oportunidade.

- PARA ANTÔNIO, apenas pare ok?, você não percebe que sua atitude está extrapolando todos os limites?

- Não estou extrapolando nada. E eu não gosto nenhum pouco de saber que você anda por aí conversando com ele.

- Aí é que está. Você não gosta de nada que envolva um homem a menos de cinco metros de mim.

- Pequena...

- Ele está ameaçando levar o caso até à imprensa, está satisfeito?

- Ele não ousaria, aquele filho da puta. Ele sabe que...

- Mas ele provavelmente vai, tudo porque você não consegue controlar a porra dos seus ciúmes.

- Eu preciso te contar uma coisa amor...

- Agora não Antônio, eu preciso que você vá embora, preciso sair.

- Só me escuta, um minuto.

- Não, eu não quero ouvir qualquer desculpa que você vá inventar agora. Vou sair, tranca a porta quando for embora.

Saio andando em direção ao quarto, sem lhe dar a chance de falar qualquer coisa.

Entro no banheiro e tranco a porta, estou chateada ao extremo e preciso resolver essa situação.

Quando saio do banho, não o encontro por ali, e respiro aliviada. Troco de roupa rapidamente, vou até o quarto de Bia e a encontro acordada, brincando com um mordedor.

A pego nos braços e troco sua roupinha. Pego nossas bolsas e saio do apartamento, preciso falar com Fabrício e suplicar-lhe se for preciso. Um caso como esses pode destruir a carreira do Antônio.

Chego no seu prédio, que é o mesmo da Sônia, uma grande amiga minha, e o porteiro, que já me conhece há anos autoriza a minha subida sem que eu fale nada.

No elevador, estou preocupada, não sei o que falar para convencê-lo. Quando chego no oitavo andar, fico parada no corredor pelo que parecem longos e longos minutos, até que criando coragem, aperto a campainha.

Ninguém atende, toco novamente e aguardo mais um pouco. Conto até cinquenta mentalmente, e quando já estou me virando pra ir embora, a porta é aberta.

O vejo parado ali, imóvel como se estivesse vendo um fantasma, com confusão em seus olhos, vergonha e mais algum sentimento que não consigo identificar, e só quando o meu olhar cai sobre a sua mão eu consigo entender o motivo.

Seu dedo não está quebrado, suas mãos estão perfeitamente esticadas ao lado do corpo, e atrás dele, aparece uma mulher seminua, que me encara com ódio nos olhos até que eu a reconheço.

- Você... - ela fala, mas não presto atenção nisso, apenas volto minha ira para Fabrício.

- Você é um grande filho da puta, e eu nunca torci tanto para que Antônio realmente tivesse quebrado seu dedo.

- Amanda, eu posso explicar.

- EXPLICAR O QUE FABRÍCIO? - grito, mas me lembro que Bia está no meu colo e modero o tom da minha voz - você é um fodido.

- Você deveria abaixar o seu tom de voz e se colocar no seu lugar - Camila anda até próximo a porta e fala comigo.

- Olha Camila, quem precisa se colocar no lugar aqui é você. Há anos atrás quando você desepejou seu veneno sobre mim, eu era uma Amanda completamente diferente da que sou hoje. Então, não vai achando que eu vou colocar o rabo entre as pernas e abaixar a cabeça pra você porque eu não vou.

- Ora ora, parece que a verdadeira Amanda finalmente se revelou. Agora que você o tem acha que é pra sempre não é?. Sabe por que ele agrediu o Fabrício?, porque ficou sabendo que ele estava dormindo comigo. Isso mesmo, ele ficou louco de ciúmes. Mas, eu aposto que você tola como é, acha que ele fez isso por você.

- Camila - me aproximo bem do rosto dela - você pode achar o que quiser, eu estou pouco me fodendo, se você tivesse algum valor, não teria dormido com outro enquanto era comprometida. Eu prefiro ser tola e iludida do que ser uma megera e vagabunda ainda por cima.

- Qu...quem você pensa que é pra falar assim comigo? - ela gagueja, completamente desconcertada. - Fabrício, você vai deixá-la falar assim comigo?

Mas não quero mais ouvir, me viro e vou embora dali, completamente arrependida de ter dado ouvidos à um enorme filho da puta como o Fabrício.

Como ele pode ter mentido sobre uma coisa tão séria?

Deixem um comentário sobre o que estão achando da nossa história. Em breve estarei de volta, beijos 💋

DocShoe - Agora e sempre Where stories live. Discover now