16. Recomeço

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- Pequena chegamos. Você precisa de ajuda?

- Não precisa. Muito obrigada. - me preparo para descer do carro, mas crio coragem - Você quer subir?

Meu coração erra as batidas, e tento processar o meu pedido. Porra Amanda. O que você está fazendo?

Ele salta do carro e vem abrir a porta para mim, oferecendo ajuda para segurar a Bia. Aceito prontamente, já que andar com esse vestido e saltos já são um enorme trabalho.

- Obrigada, ela já está pesada demais para o meu colo, e esse vestido não ajuda muito.

- É sempre um prazer. Pode me chamar sempre que precisar.

- Você fala isso por que não sabe o quanto essa criança ama um colo - falo enquanto seguro o portão do prédio para que ele entre.

- É justamente por isso que eu tô falando.

Penso em suas palavras. O Antônio sempre deixa muito a desejar nas entrelinhas, e eu fico maluca.

Quando entramos no apartamento, eu indico o quarto da Bia, e ele a deposita sobre a cama.

- Vou esperar lá na sala.

- Ok.

Tiro os sapatos e sua roupinha. Troco a fralda e visto um pijama, antes de deixar um beijo em sua cabeça, desligar a luz e sair com a babá eletrônica em mãos.

Ele está em pé, próximo ao aparador que contém vários porta-retratos.

- Você conheceu tantos lugares novos na Austrália. Eu já visitei alguns deles quando morei lá, mas você me superou em tudo, principalmente nas fotos - ele fala, assim que sente a minha presença atrás dele.

- Foram dois anos e meio, e o Vini me arrastava todos os finais de semana para algum programa diferente, foi uma época triste, mas igualmente incrível.

- Eu posso imaginar. Ou pelo menos tentar... você e a Bia são perfeitas juntas. Eu amei essa foto aqui - ele indica, levantando um porta-retrato que emoldura uma foto de nós duas na praia, ela está em meu colo, enquanto agarra o meu pescoço e abre um sorriso enorme.

- É a minha favorita. Está na tela de bloqueio do meu celular, no papel de parede do meu WhatsApp e tenho uma cópia na minha carteira.

- Eu quero uma cópia pra mim também.

- Você pode levar essa - falo, achando que ele está brincando.

- Obrigado. Não sei se é verdade mas eu vou levar - ele deixa o porta-retrato deitado sobre o aparador, com seu celular e suas chaves em cima - pra eu não me esquecer.

- Quer se sentar um pouco?

- Claro. Esse vestido não está te incomodando?

- Está, muito na verdade. Mas estou me sentindo uma princesa, e quero que esse sentimento dure mais um pouco.

- Você não precisa de um vestido pra isso.

- Uma mulher pode sonhar Antônio.

Ele se senta no sofá, e eu me sento na outra ponta, aproveitando o espaço para me deitar e esticar as minhas pernas.

Ele as puxa sobre o seu colo e retira as sandálias, largando-as ao seu lado no chão.

Quando ele começa a massagear meus pés, eu solto um pequeno gemido de satisfação. O salto agulha que eu estava usando tinha pelo menos quinze centímetros de altura, e o alívio é instantâneo.

- Eu amo salto, mas a melhor parte é tirar.

- Isso pra mim tem cara de uma máquina mortífera, não sei como você consegue.

- Nós mulheres aguentamos muitas coisas apenas em nome da beleza Antônio.

- Você não precisa aguentar nada. É linda naturalmente.

- Ha ha ha conta outra.

- Estou falando sério.

O encaro, e ele sustenta o meu olhar por longos segundos.

- Eu estou com muita vontade de te beijar pequena.

- E o que você vai fazer a respeito?

Ele para a massagem por alguns segundos e em seguida já está deitado sobre mim, devorando a minha boca.

Ele sustenta o peso do seu corpo sobre o braço esquerdo, enquanto passa o outro por baixo da minha cabeça, agarrando a minha nuca.

O nosso beijo tinha um pouco de tudo. De amor, de desespero, calmaria, eram tantos sentimentos que senti uma pequena pontada no peito.

A sensação da mão dele nos meus cabelos, agarrando-me para assumir o controle do beijo era inebriante. Enfiei a mão nos seus cabelos e retribui o gesto.

Ele me beijava como se fosse uma necessidade, como se ele fosse enlouquecer se não fizesse, como se não aguentasse mais esperar. Chupei sua língua e percebi que ele gostava disso e que eu gostava disso também, o que me fez querer chupá-lo em outro lugar, com a mesma volúpia.

Freei meus pensamentos, estava indo longe demais, rápido demais.

Quando suas mãos deslizaram sobre os meus braços nus, soltei um gemido, sentindo sua enorme ereção entre a gente. 

Ele interrompeu o beijo e se levantou em um pulo.

- Me desculpe por isso.

Sorrio, ao notar o enorme volume dentro das suas calças.

- Não temos mais quinze anos Antônio.

- Mas com você...eu não quero pisar na bola outra vez Amanda. Eu quero te respeitar, respeitar o seu tempo e o que você quiser. Só me diz o que fazer... Eu quero ser o que você precisa.

- Como assim Antônio?

Ele se sentou no sofá, próximo da minha barriga, entrelaçando as as nossas mãos.

- Eu te amo. Com tudo que eu tenho de mim, e mesmo que seja do meu jeito torto demais, eu quero muito, eu quero tudo com você. Mas se você não quiser, eu só te peço que não me mantenha longe da sua vida. Eu vou saber respeitar, eu juro. Eu só quero poder estar perto... eu sinto tanta falta de nós dois juntos, fazendo qualquer coisa sabe?

Eu estendo a mão que está livre, enxugando uma lágrima que ele derrama.

- Eu sinto saudades de interromper seu dia com uma ligação aleatória apenas pra te perguntar sobre uma dor qualquer que eu inventei apenas para ter sua atenção.

- Você está brincando...

- Eu fiz isso muitas vezes, acredite. Eu apenas sinto falta de poder usar a cópia da minha chave e chegar aqui, te encontrando esparramada no sofá ou debruçada sobre algum livro que você está amando ler, e no final vai me contar tudo nós mínimos detalhes em uma empolgação que é só sua. Nós dois éramos realmente muito bons juntos.

- E se nós voltarmos com isso? De sermos bons juntos, mas com calma?.

- Porra, eu seria o homem mais feliz do mundo.

Vocês pediram muito, e o que eu não faço por vocês ein?, obrigada as leitoras que estão sempre por aqui. Por cada comentário, os incentivos, é realmente muito importante pra que eu continue escrevendo e postando para vocês. Beijos ❤️

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