39 • Recaída

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N/A: oi vidocas, antes de começarem a leitura queria explicar a vocês o motivo do meu "sumiço" andei doente, peguei uma gripe braba que não deixava minha cabeça parar de doer ou seja não tinha forças pra nada. enfim, já estou melhor e voltando com as postagens (não prometo postar todo dia por causa de tempo e tals mas não irei demorar.

boa leitura <3

• Ava Silva - Point Of View

Minha primeira atitude ao chegar em Boston foi sair de meu apartamento. Não poderia viver ao lado de alguém que sempre apoiou o meu vício, não o culpo, mesmo sendo Jace que tenha me apresentado ao whisky. Não há culpados nessa situação, mas precisava evitar essas amizades ainda mais quando estou no início de minha sobriedade.

Sabrina me ofereceu lar, companhia e ajuda. Aceitei, iríamos dividir seu apartamento e como o imóvel é dela, eu cobriria todas nossas necessidades diárias. A loira me acompanhou no primeiro dia nos alcoólicos anônimos, somente até a porta porque precisava fazer aquilo sozinha, mas saber que ela estava por perto me confortava.

No início, me senti retraída, afinal o meu fundo do poço estava na internet para qualquer um ver. Ava Silva, a compositora e possível namorada de Beatrice Young fez um escândalo em uma luta do UFC. Todos sabiam de meus problemas com o álcool agora, era como se estivesse nua diante de qualquer um. Com o tempo, comecei a me sentir mais à vontade, falar e ouvir, conseguindo sempre tirar uma lição das histórias.

Estava confiante, talvez até demais, o vício era algo que tinha que lutar todos os dias. Mesmo saindo apenas para ir às reuniões, tomar um café com Sabrina perto da faculdade ou simplesmente ir ler em algum parque, a solidão por vezes pode ser muito traiçoeira. Teve uma noite, uma em específico, que não consegui me controlar.

As reuniões acabavam tarde, mas fazia questão de voltar caminhando para o apartamento. Gostava de pensar, aproveitar o vento frio e admirar as belas paisagens de Boston. Hoje, ouvimos sobre as pessoas que perdemos e as que conseguimos reconquistar. Falei sobre Camila, o que fiz em seu casamento e o quanto me ajudou quando percebeu que estava verdadeiramente acabada. Isso não me deixou triste, pelo contrário, fiquei feliz por conseguir me expressar sobre um momento tão importante. O problema não era esse.

Uma mulher que ainda não decorei o nome, mas faz parte do AA, contou sobre seu marido. Ela o magoou, não somente ele, mas também sua filha de dez anos. Aparentemente ela não percebia o estrago que estava fazendo em sua família ao ser uma alcoólatra, ainda bem que conseguiu antes que os perdesse. O ponto era que ela teve que reconquistá-lo, desde o início, com a filha foi mais fácil, mas com o marido teve que lutar e muito. Hoje, eles são uma família novamente, juntos e felizes.

Era óbvio que iria lembrar dela, dos nossos momentos e do quanto a magoei, mas não queria me sentir triste com nossa separação. Já faz quase dois meses, mesmo não me envolvendo com ninguém sabia que de certa forma estava conseguindo superar. Porém, o sorriso daquela mulher ao falar sobre o marido, o quanto o ama e foi necessário tê-lo por perto, mesmo que separados. Aquilo me atingiu. Bea disse que estaria por mim, que se quisesse vê-la poderia, mas neguei.

E se fosse mais fácil ter ela por perto? Mesmo que não pudesse beijá-la, tocá-la. Ela estaria ali pra mim, me apoiando e amando. Ou não estaria? Eu aguentaria olhar para Bea e ver que o nosso amor não era mais o mesmo?

Tinha muitas perguntas, algumas com respostas, a maioria sem. Abraçada a meu próprio corpo, caminhava por uma das ruas mais movimentadas do centro de Boston. Um casal de homens passou por mim, os dois sorriam, abraçados de um jeito que tentavam um aquecer o outro. Eu sentia falta de ser aquecida por ela, dos cuidados e carinhos.

Better Together - Avatrice Where stories live. Discover now