Amor Entre Amigos

CAPÍTULO 14 - PARTE 2

 Babi

Ainda tentávamos entender a presença um do outro ali, quando um dos organizadores subiu no palco e anunciou: — Vai começar agora o sorteio para formar os pares dos solteirinhos.

— Tomara que eu não fique com você. – desejei.

— Idem. – ele concordou sem hesitar.

O organizador pegou duas caixas com os nomes dos solteiros inscritos. Numa estavam os nomes das mulheres e na outra os nomes dos homens.

Simultaneamente, ele retirava um nome de cada caixa e anunciava o casal formado. Esses se ajuntavam no centro do salão para esperar o início da competição.

— Nathália Ramos ficará com... José Duarte; Mayana Costa com... Wagner Andrade; Ana Silva fica com... Álvaro Torres; Bárbara Oliveira com... Gabriel Souza...

Ao ouvir isso, nos olhamos espantados e nem acreditamos que isso estava mesmo acontecendo. Se eu conhecesse os organizadores, diria que isso não passou de uma armação deles.

— O quê??? Não é possível! – lamentei levando as mãos á cabeça.

— Com tanta garota legal, justo você tinha que ser o meu par?

— Isso é mesmo um absurdo! Pena que não dá pra trocar. – lastimei finalizando segura: — Mas eu estou a fim de vencer.

— Eu também, mas você torna tudo tão difícil...

— É que não é nada fácil ficar com quem não suportamos.

— Concordo, mas vamos esquecer que não nos suportamos só por algumas horinhas, pode ser? – propôs ele esticando as mãos para entrarmos em acordo, com aquele sorriso encantador, que eu fiz de tudo para não ficar balançada.

— Vou me esforçar, espero que eu consiga. – ignorei o aperto de mãos, dando-lhe os ombros.

Gabriel

Fiquei super feliz em fazer par com a Babi, mas é claro que não demonstrei. Vi ali a chance de uma possível reconciliação.

Por mais que fizesse jogo duro, sei que no fundo ela também gostou, afinal mesmo sendo num jogo, ficaríamos juntos de novo e assim como sinto falta dos nossos momentos, tenho a certeza de que ela também sente.

Antes de a competição começar, outro organizador enumerou cada etapa da qual participaríamos.

Ele subiu no palco do salão, pegou o microfone e informou: — Vai começar agora a disputa para conhecermos o casal mais apaixonado do ano. Na primeira etapa, vocês terão que dançar uma valsa bem abraçadinhos; Na segunda prova, vocês trocarão juras de amor; Na terceira e última prova, vocês irão trocar um beijo apaixonado e tudo isso no maior clima de romance. Lembrando que esse ano, conseguimos arrecadar 100 mil reais, por isso o prêmio para o casal campeão será nada menos que... 20 mil reais.

Quando ele disse "20 mil reais", houve um burburinho de êxtase entre os participantes. Teve até quem pulasse de tanta empolgação.

— Estão preparados? – perguntou o organizador num tom animador. — Peguem o seu par e vamos começar!

Colocaram uma música bem lenta e romântica. Os cinco jurados se posicionaram cada um em sua mesa e os casais foram juntos para o centro do salão para iniciar a valsa, inclusive eu e a Babi.

Ela se juntou comigo com certo asco e uma cara de nojo, que minha vontade foi trocar de par, mas respirei fundo e tentei ignorar esse fato.

O prêmio de 20 mil reais me deixou bastante balançado, então tentei engolir o meu ego pra contar com a ajuda dela. Daí, não poderia fazer nada que deixasse a madame nervosinha.

— Dez mil reais mudaria minha vida. Eu gravaria meu CD com a "Reluz". – comentei enquanto colocava minhas mãos em sua cintura.

— Mudaria a minha também, eu pagaria uma parte da minha faculdade. – concordou a moreninha colocando as mãos no meu ombro, para logo discordar: — Mas já vi que iremos perder a última prova.

— Pode ser, mas... Pela amizade que um dia já tivemos, vamos tentar ajudar um ao outro. – pedi gentilmente.

Ela me olhou, pensou um pouco e disse: — Não sei, eu ainda não te desculpei.

— Nem estamos mais namorando. – protestei. — É só fingirmos que estamos apaixonados e pronto.

— Fingir ser o que não é, é uma especialidade sua né Gabriel. – Babi rebateu reprovando minha sugestão.

— Tem certeza de que quer mesmo voltar nesse assunto? – perguntei me chateando.

— Sim. – respondeu me acusando em tom bastante sentimental: — Você fingiu estar apaixonado por mim.

— E por que eu faria isso? – eu quis saber perplexo, não sabia que ela pensava dessa forma.

— Para esquecer a tal da Karina.

Detalhe:Todos os outros casais dançavam coladinhos, no maior Love, uns até se trocavambeijos e carinhos, e eu e a Babi estávamos ali naquele dilema.