48 - O Fim é só outro Começo

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Meu corpo salta de uma vez, senti como se estivesse caído num sonho

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Meu corpo salta de uma vez, senti como se estivesse caído num sonho. Arfando em puro desespero ainda havia dor em meu peito, mas nem sinal da lança jade que com toda certeza rasgou meu coração. Olho em volta confusa e o dragão está morto atrás de mim, os três navios estão nos limites da baía, quase encalhando na areia e Farvi está... rosnando?

Estou ensopada, coberta por um líquido negro e viscoso, como vim parar aqui?

Farvi está rosnando. Pisco uma, duas, três vezes. Há um zumbido incômodo em minha mente, areia pra todo lado em lugares que ela não deveria estar no meu corpo. Sinto o calor da areia, a ardência do ar com maresia em minhas narinas, ouço o pulsar de sangue dentro de meus ouvidos. Estou viva?

Farvi rosna e ataca sem dó, um novo dragão apareceu. Suas escamas são de um tom belíssimo de cobre que quase me deixa cega quando alguma fresta de luz bate nelas, é facilmente maior que um elefante, tem quatro pernas robustas e asas gigantescas. O dragão morto atrás de mim caberia inteiro no tórax da nova besta gigante, mas Farvi ainda consegue ser maior, e está dando uma bela surra na criatura. Tusso e um bolo de areia sai de minha garganta, tudo normal por aqui.

Nos navios todos estão ocupados em assistir o show de horrores, duas bestas enormes se engalfinhando, para se preocuparem comigo levantando depois de ter uma lança varando meu peito.

— Como está se sentindo?

Não estava delirando nem sonhando, e essa constatação me traz um arrepio na espinha. Me ergo, tão trôpega que me pergunto se estou embriagada, e lá está ele no topo de seus dois metros de cinismo. Nihor veste trajes nobres, uma armadura sem igual feita de escamas de verdade — que eu tenho certeza se tratarem do outro filho de Drakvi, o pai de Obster.

O cabelo negro está bem penteado e cheio de adornos de ouro puro, meus dedos coçam olhando para isso. Quanto dinheiro eu poderia ganhar com uma simples presilha dessas?

— Meio morta, eu acho — resmungo tossindo de novo.

Olho pra baixo, há um furo grande em minha camisa que outrora foi branca. Um buraco circular na altura do peito, que expõe meu seio mais do que eu gostaria. Nihor ri da resposta, seus olhos estão fixos nos filhos se matando.

— Farvi, não mate sua irmã! — xinga como um pai que bronqueia com o filho puxando o cabelo da irmã mais velha.

O lobo rosna na direção do Deus, que dá de ombros em resposta. Eu não sei que porra está acontecendo aqui, parece que cai num instante e levantei no seguinte.

— Se está bem, volte para o navio. Conversaremos mais tarde.

Há um milhão de coisas que quero falar, e um bilhão de desculpas que gostaria de ouvir. Mas engulo essa mágoa. Estou feliz, genuinamente feliz. Nihor veio até aqui para me curar, me salvou como fazia no passado, sei que preciso ir embora daqui no instante que noto o fogo subindo pela goela de Drakvi, todavia, há uma última coisa a ser feita.

Eleita da DiscórdiaМесто, где живут истории. Откройте их для себя