37 - O Pulsar que tudo devora

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— Você é real? — foi a primeira coisa que disse à um Marshall extremamente confuso

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— Você é real? — foi a primeira coisa que disse à um Marshall extremamente confuso.

O elfo crispou o cenho, então apertou minha bochecha como quem repreende uma criança até causar alguma dor.

— Isso parece real para você?

Eu riria da brincadeira em outra ocasião, mas com isso eu só pude chorar mais e usar toda a força de minhas mãos para agarrar sua camisa. O que Farvi me mostrou era real demais, sinto como se realmente tivesse acontecido.

— Elin, eu não posso ajudar se não me disser o que houve.

Levo algum tempo para conceber que isso não é mais algum sonho doentio do Deus Lobo, então o conto tudo que vi com todos os detalhes, não sei por que ando me sentindo tão bem para contar tudo para todos. Talvez esteja enlouquecendo. Marshall me abraçou pela cintura como se fossemos verdadeiros amantes, me ouviu com atenção e depositou um beijo em minha testa quando terminei como se isso fosse capaz de espantar pensamentos ruins.

— Estão todos bem, foi só uma ilusão. Estou aqui e agora com você, vivinho.

Me ergo de lado na cama, me perguntando onde estou com a cabeça para estar assim com ele, largada na cama, sozinhos num quarto com a porta fechada. O olho nos olhos, ele não esconde mais as escamas prateadas nem a íris de dragão de mim, num impulso irracional, estico os dedos até seu rosto, apreciando a sensação do toque. Marshall sorri e fecha os olhos, tão satisfeito quanto eu.

— O que estamos fazendo? — sussurro.

— O que você acha que estamos fazendo?

— Agindo como um casal, mas nós não...

— Meu pai me mostrou o contrato, Elin. E além disso, acho que já estávamos nos entendendo bem antes dele, como um casal.

Me arrepio quando a mão dele desce de minha cintura, trazendo consigo um carinho desconhecido que deve ter deixado meu rosto vermelho.

— Temos uma vida inteira para resolver isso, não se preocupe. E não farei nada que você não desejar, posso te garantir — argumenta me olhando. — Agora, por mais que eu adore isso aqui, temos muitos problemas para resolver.

Meu corpo se remexe contra minha vontade, eu sei bem o que ele quer falar e não estou com vontade de ouvir. Deslizo minha mão até seu peitoral como se estivesse desenhando cada linha dele, espalmo os dedos e me impulsiono para frente em busca de seus lábios. Saymon ergue as sobrancelhas, interessado em meus movimentos.

— Oh, querida, você precisa melhorar muito se quer brincar disso — provoca risonho.

— Do que está falando?

— Você sabe muito bem, amor. Agora vamos, saia de cima de mim, com essa expressão parece que está com fome.

Nihor nunca se interessou por me ensinar nada no âmbito das artes da sedução, dizia que se desse asas à uma cobra estaria implorando para ser mordido no pescoço. E, agora, eu entendo perfeitamente o que ele queria dizer. Respiro fundo, frustrada, conheço algumas dezenas de prostitutas capazes de ensinar isso pelo preço certo, só preciso de algum tempo.

Eleita da DiscórdiaWhere stories live. Discover now