30 - O Dragão e a Raposa

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— Eu não queria ter te usado, mas tive medo de falar a verdade e

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— Eu não queria ter te usado, mas tive medo de falar a verdade e... bem, entre Nihor e eu é bem óbvio em quem você escolheria acreditar.

Meu choro audível fez Marshall se aproximar e segurar meu ombro num consolo silencioso, agora entendo porque consegui me sentir tão culpada por roubar aquele maldito brinco.

— Me desculpe por te bater eu nunca... nunca confiei em ninguém além do Nihor, não desse jeito, e quando senti que fui traída eu enlouqueci.

— Nós certamente vamos precisar falar sobre suas tendências violentas, mas isso é assunto para outra hora.

Com uma delicadeza incomum, Saymon usa a mão livre para erguer meu queixo e me fita em silêncio, parecendo compartilhar de minha dor.

— É assustador como esses seus olhos continuam lindos até assim — comenta me encarando quase hipnotizado.

O elogio me pega desprevenida, quase recuo, mas ainda está me segurando no lugar. Ele sorri notando minha reação, aproximando o rosto muito mais do que considero seguro.

— Você enlouqueceu?

— Talvez, você está me enlouquecendo há muito tempo, pra ser sincero.

Sua voz está mais aveludada que nunca, causando arrepios em minha nuca que nada me agradam.

— Marshall, eu não sei se você lembra, mas você tem uma noiva e eu-

Ele não me deixa terminar de falar. Sua mão desce para minha cintura com uma facilidade absurda, colando meu corpo contra o seu, apesar da surpresa sequer tento me soltar, devo ter enlouquecido de vez mesmo. Saymon roça o nariz no meu, fazendo-me relaxar em seus braços como uma completa imbecil. Minha reação o faz sorrir vitorioso, então sela nossos lábios sem cerimônia alguma. Nihor vai me matar, porque eu estou adorando isso aqui, estico meus dedos em seu peitoral e me apoio na ponta dos pés para aprofundar o contato. Meu coração poderia saltar do peito de tão rápido que está batendo e, eu sei que não deveria, mas o calor da língua dele é tentador demais, um sabor cítrico que desconheço e estou adorando provar.

Anos na rua me fizeram presenciar todo tipo de coisa, e isso me faz ter certeza que o jeito que Marshall me toca é muito mais do que alguém almejando um beijo. O calor me envolvendo me diz que eu também não quero só isso, mas ainda não perdi completamente o controle. Só paramos quando o ar se fez muito necessário, e ainda assim ele continuou me segurando perto, encostou a testa na minha e não tira os olhos dos meus.

— Acho que posso te fazer calar a boca assim com mais frequência.

— Você vai acabar me matando, isso sim. Nihor, ele...

— Esqueça isso. Está bem óbvio o que você quer.

— Minha vida não é simples assim, milorde.

— Então me permita facilitá-la para você — murmura dando um passo para trás, Marshall solta minha cintura e segura minha mão. — Eu quero você, Elin, não aguento mais ver aquele imbecil te incomodando pelo palacete como se fossem realmente te convencer a casar com ele.

Eleita da DiscórdiaOnde histórias criam vida. Descubra agora