08 - Hospitalidade de Fern

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Obster não insistiu muito em conseguir informações após notar que eu não deixaria nada escapar enquanto não puder confiar nele, acho que nunca vi alguém tão facilmente frustrado com minha falta de colaboração, foi quase engraçado

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Obster não insistiu muito em conseguir informações após notar que eu não deixaria nada escapar enquanto não puder confiar nele, acho que nunca vi alguém tão facilmente frustrado com minha falta de colaboração, foi quase engraçado. Cheguei à conclusão que ele vai usar isso para tirar algo de Nihor, que não é idiota e dificilmente vai arcar com uma dívida que não é dele. Consegui me trancar no quarto antes de Alanis aparecer, é incomodo ter alguém me vestindo e encostando tanto em mim, ela desistiu após algumas batidas ignoradas para minha alegria.

Me desvencilhar de tanto pano foi minha primeira providencia, como alguém consegue vestir isso com o calor dessa cidade é um mistério. Consegui me acalmar ficando apenas com a camisa mais leve e a calça, então simplesmente cai na cama fofa querendo esquecer meus problemas. Talvez não precise dizer nada aos elfos, se me ajudaram e não vão conseguir nada em troca não é problema meu, respiro fundo, meu corpo apesar de dolorido está leve, mas não consigo me sentir segura num lugar estranho. Sequer consegui mapear uma rota de fuga desse palacete ainda, não acho que duraria muito nas ruas com minha identidade exposta e as coisas só pioram daí em diante.

A única diferença desse quarto para minha casa na favela é o conforto, até o incomodo de temer pela própria vida é confortável entre essas quatro paredes. Estando de estomago cheio e numa cama macia eu não deveria ter do que reclamar, mas tenho.

As portas que dão na varanda do quarto estão trancadas com uma corrente do lado de fora, contei algumas dezenas de seguranças no caminho entre o quarto e a sala de jantar, não há como me mover sem que alguém note. Além disso, o filho de meu senhorio ficou o dia inteiro encarregado de mim e sequer tentou esconder. Convidada? Estou mais pra refém.

Coço os olhos, me perguntando onde Lana pode estar agora, talvez sua mãe tenha sido esperta e saído da cidade depois da confusão, seria a melhor saída para as duas. Como Obster ainda não sabe sobre minha família julgo que estão seguros por ora, mas é questão de tempo até que não estarem mais. Ergo a mão à frente dos meus olhos querendo olhar para as marcas no meu pulso, continuam no lugar de sempre como uma mancha que nunca vai sair de uma peça de roupa. Preciso descobrir onde minhas braçadeiras foram parar ou arrumar um pedaço de faixa para esconder isso, não aguento ser lembrada disso o tempo inteiro.

— Elin.

Quase pulei na cama ao ouvir o chamado, mas não era apenas minha imaginação me pregando peças, quem dera fosse esse o caso. Nihor está em pé no meio do quarto, me olhando do topo de seus dois metros de altura, tentei falar algo, mas minha boca apenas se abriu repetidas vezes sem proferir um mísero som sequer, meus olhos marejaram quase de maneira instantânea. Não achei que fosse vê-lo tão cedo, ele tende a se distanciar quando se irrita demais comigo.

O silêncio perdura por longos segundos, até que consigo me sentar direito na cama e tomar coragem.

— Nihor, eu...

Abaixo o olhar me sentindo constrangida, não há nada que eu possa dizer para resolver tudo isso. Ele odeia pedidos de desculpa muito mais do que qualquer estrago eu tenha causado, caminha lentamente na minha direção e acaba sentando de costas para mim na cama, a tensão em seus ombros é visível.

Eleita da DiscórdiaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt