05 - Terror na Savana

507 82 135
                                    

Sem ter muita escolha, resolvi ir direto até os homens de Peixão, nada me garante que aqueles desgraçados não têm olheiros, se me trancar em algum lugar podem assumir que não vou passar a mensagem e isso seria um grande problema

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sem ter muita escolha, resolvi ir direto até os homens de Peixão, nada me garante que aqueles desgraçados não têm olheiros, se me trancar em algum lugar podem assumir que não vou passar a mensagem e isso seria um grande problema. Encontro Arnaldo sentado no botequim de sempre, não está bebendo e sua espada está encostada ao lado.

Arnaldo é gordo e baixo, mas ainda é maior que eu mesmo sentado. Seu cabelo tem entradas da idade começando a aparecer, a pele branca é queimada pelo sol constante. Ele costuma usar roupas boas e até tem uma casa na parte baixa da cidade, limpo o suor no meu rosto com as costas das mãos. Apesar de estar mais interessado em seu prato com carne, um de seus olhos se foca em mim e parece não desejar minha presença.

— Caiu do cavalo ou o quê, menina? — zomba apesar do claro incomodo. — Se veio arrumar briga por aquele dia...

Ele não precisa indicar a espada ou terminar a frase para que eu entenda, não que eu seja idiota ao ponto de tentar arrumar briga com ele. Posso discordar da punição, chorar escondido e até xingar todos em minha cabeça, mas nada além disso.

— Não, me mandaram entregar uma mensagem...

Há muitas pessoas na rua, olho em volta incomodada com isso. Arnaldo pega sua espada, larga um brinco como pagamento na mesa, se levanta e me guia para um local mais reservado, passamos por alguns becos entre as casas de madeira e demais construções, alguns moradores estão decorando as casas para o festival de transição.

Estamos numa das épocas mais abafadas do ano, mesmo estando fora do verão. Então não há uma casa em uso que não esteja escancarada na esperança de algum vento refrescar seus interiores, nesse trecho os moradores têm uma estabilidade maior.

As casas de madeira são simples, com telhados em sua maioria improvisados, em algum lugar um bebê chora enquanto sua mãe parece tentar acalmá-lo. O grande fluxo de pessoas gera um murmurinho continuo, sons de sandálias arrastando na terra e muito raramente algum som metálico produzido por montarias. Ele para numa viela afastada onde há menos moradores e olhares curiosos.

— É bom que não esteja aprontando nada, o chefe não está de bom humor contigo.

Abaixo o olhar, como se ter apanhado já não fosse humilhação suficiente.

— Dois caras usando o símbolo de Efor me pegaram na baixada do comércio por fora dos becos. Não consegui fazer nada, mandaram dizer que um dos moleques roubou algo deles e que se vocês não entregarem a pessoa e o roubo... Vão começar a matar as pessoas, eu e a Lana primeiro — explico frustrada. — Não reconheci eles, mas eram mais do que se mostraram, sabiam demais sobre mim também.

O homem suspira fundo.

— Sabem sobre você?

— Não tenho certeza, acho que não.

— Eles fizeram isso com você?

Aceno que sim, odeio estar nessa situação.

— Quem roubou o quê?

Eleita da DiscórdiaOnde histórias criam vida. Descubra agora