Até quando resistir?

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TERÇA-FEIRA - 1 DE DEZEMBRO (2016)

BÁRBARA

Estou suada, sinto minha roupa grudar em meu corpo, mas isso não me incomoda muito. Meus músculos estão incrivelmente esticados pelo esforço feito durante horas, olho em meu relógio de pulso para conferir as horas e noto que está quase no fim do meu expediente. O início do mês começou agitado, parece que todos os meus alunos resolveram pegar pesado no último mês do ano por alguma razão, talvez a maioria deles queiram estar bem para as festas de fim de ano. Não estou reclamando, eu amo isso.

– Vamos uma última vez antes de irmos embora?

Questiono ao pessoal, que de forma animada me responde positivamente. Meu parceiro habitual de dança se aproxima de mim para repetirmos a mesma coreografia de agora pouco. Depois que concluímos a nossa atividade, como de costume uma roda se junta para conversarmos sobre a aula e outras coisas e em seguida nos despedirmos. Tinha acabado de sair do banheiro que tem em meu escritório quando me deparo com uma visita inesperada, parada em frente ao mural de fotos que tem aqui. Sim, minha vida é cercada de fotos em todos os cantos.

– Oi amor, espero não ter te assustado.

– Pensei que sairia tarde do trabalho hoje. - Digo, caminhando em sua direção para lhe dar um beijo de boas vindas. Macarena sorri antes de segurar em minha cintura e grudar nossos lábios, em um longo e delicioso selinho. – Aconteceu alguma coisa?

– Não, só consegui sair mais cedo e resolvi passar aqui para te buscar. Melhor que você ter que pegar algum carro no aplicativo para ir embora, certo?

– Diego ia me levar em casa na verdade.

Ouço Macarena bufar baixinho, quase solto uma risada por causa de seu claro ciúme, mas me contenho. Não quero parecer como se estivesse a provocando, porque realmente não estou.

– Eu sei, encontrei com ele no caminho e o avisei que eu mesma levaria minha esposa em casa.

– Você sabe que ele é casado e gay, não sabe?

– Continua sendo homem de qualquer forma.

– Você fica uma fofa com ciúme. - Brinco após pegar minhas coisas, chegando perto dela para segurar seu rosto e apertar suas bochechas com meus dedos. Macarena faz um bico dramático e não resisto, inclinando-me para beijá-la. – Vamos?

– Só se me der um beijo de verdade.

Ela usa sem tom pidão, nos últimos dias esse tem sido o jogo dela para conseguir diversas coisas de mim. Macarena já tem consciência que estou cada vez mais caída por ela e tem se aproveitado muito disso. Não que eu esteja reclamando disso porque ela nunca me obrigada a nada, eu faço porque quero fazer. É por isso que não resisto a dar o beijo mais gostoso de todos.

Macarena suspira em minha boca, levando as duas mãos aos cabelos da minha nuca para segurar com firmeza, arrepiando-me. Eu não resisto, deixando minha bolsa cair aos nossos pés para poder segurar a cintura dela com força. O beijo ganha proporções enormes de repente, essa é outra coisa que tem acontecido com uma frequência absurda; não nos controlamos direito.

– Macarena... eu... calma.

– Desculpa. Desculpa. - Ela diz rapidamente e encosta nossas testas, abro meus olhos para encará-la e noto o sorriso em seus lábios. Muito sonsa essa mulher. – Não consigo mais resistir. Desculpa...

– Não precisa se desculpar por isso, eu também, hm, não resisto... mas você me entende, certo?

– Sim! Sim, claro que entendo meu amor. - Nos afastamos e ela se abaixa, pegando minha bolsa do chão. – Vamos?

Stupid Wife - BarbarenaWhere stories live. Discover now