Resposta óbvia

114 10 2
                                    

Bárbara.

Macarena e eu estamos sentadas em um dos bancos do lado de fora, observando o sol se pôr lentamente. Com poucas nuvens no céu, o clima ameno e a companhia perfeita, essa vista não poderia estar sendo mais bem apreciada. Aconchego-me nos braços dela, suspirando de felicidade quando sinto um beijo no topo da minha cabeça. Ela acaricia meus braços, e em silêncio continuamos apenas aproveitando uma a presença da outra.

Quando era mais nova, não conseguia entender o motivo das pessoas gostarem de ficar em silêncio na companhia de outra, mas hoje entendo. É uma sensação ótima saber que você não precisa fazer nada, nem inventar assuntos, muito menos precisar trocar beijos toda hora, que apesar de que querer muito, eu gosto de estar assim com ela. Macarena desperta muita coisa boa em mim cada vez mais, me dei conta de que é inevitável se apaixonar por essa mulher.

Tentar fugir dela é como nadar contra uma corrente, eu poderia me afastar para longe, mas seria puxada de volta.

– Eu senti falta de ficar assim com você.

Viro-me um pouco em seus braços para olhar seu rosto, de baixo para cima, todos os traços dela são lindos, desde a boca carnuda aos cílios grandes. Fico impressionada em como ela consegue ficar mais bonita a cada momento que passa.

– Sentiu?

– Sim, muita. Quando éramos mais novas e podíamos vir aqui com frequência, era muito mais fácil. Nossa única responsabilidade era com a faculdade, depois que a gente se torna adulto, as coisas mudam. Tivemos fases das nossas vidas que somente nos víamos para dormir, eu mal podia beijar você.

– Nunca imaginei como seria a minha vida adulta. Eu não fazia ideia que me casaria e que teria filhos, nem qual rumo eu escolheria como carreira. É engraçado saber que nada do que eu pensava se tornou realidade.

– Você queria passar alguns anos viajando pelo mundo.

Acabo rindo de sua frase, porque ela me conhece tão bem que chega a me assustar. Eu ia mesmo comentar sobre isso, pois me lembro que realmente deseja fazer isso quando fosse possível.

– É engraçado como você sabe tudo sobre mim.

– Já são treze anos de convivência, meu amor. - Macarena fala com naturalidade, mas de repente sinto seu corpo ficar rígido em minhas costas. Fico sem entender ao encará-la. – Perdão.

– O que foi?

– Eu chamei você de amor, não quero apressar as coisas. Estou me sentindo como se fosse uma adolescente outra vez, quando começamos a namorar.

Seguro em seu queixo e sorrio antes de me erguer para selar nossos lábios. Ela arqueja, puxando-me contra si.

– Eu entendo que para você é muito natural me tratar assim. Como disse, são treze anos juntas, e está tudo bem por mim.

– Sério?

– Claro. Eu gosto quando você me chama de amor, faz meu estômago borbulhar de nervoso.

O sorriso que ela abre para mim é imenso, e sei que gostou bastante do que eu disse por que em seguida, me beija com enorme vontade. Diferente dos beijos que trocamos mais cedo, esse é carregado de paixão e diria até luxúria, a forma que Macarena chupa meus lábios e me aperta contra seu corpo, está deixando meu corpo em chamas. Quando penso em pará-la, o beijo acaba e ela me dá um beijo carinhoso na testa.

Estou sem saber o que fazer; totalmente perdida encarando sua boca, que está avermelhada e inchada, extremamente chamativa e atraente. Essa mulher é meu inferno na terra, não existe definição melhor.

Stupid Wife - BarbarenaWhere stories live. Discover now