Capítulo 53 - Quem vai acompanhar a Camila?

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Pov Camila

Lauren parece nervosa, mas a vejo tentar me manter calma. Eu não me lembrava de que a dor era tão atormentadora assim. Demi nos ajudou, eu não achei que ela o fosse fazer. Claro que algum dos nossos amigos fosse ajudar eu ia ter Valentina em casa, sem ser minha vontade.

- Lolo. – chamei baixinho segurando minha barriga, era tanta dor que eu tava com medo dela sair de mim.

- Oi, meu amor. – ela disse e me olhou com os olhos carregados de preocupação.

- Eu aceito. – falei e ela tinha uma expressão carregando dúvida. – Ser sua namorada, eu aceito. – ela sorriu, um sorriso enorme e me deu um leve selinho até uma nova contração vir e eu gemer de dor.

- Selena, acelera esse carro. – Lauren disse em desespero. – Vai ficar tudo bem, meu amor. – ela disse baixinho perto da minha orelha. O carro foi parado e eu olhei pela janela vendo o hospital. Demi foi a primeira a descer e foi pra dentro do hospital, Lauren abriu a porta do seu lado e me ajudou a descer, Selena estava ao lado dela e me ofereceu a mão também. Demi apareceu com uma cadeira de rodas e um enfermeiro. E eu achando que ela era uma idiota. Provavelmente meu ciúme tinha muito haver com isso, mas eu nunca vou confessar isso em voz alta. Quando estávamos entrando Vero estacionou o carro com uma pressa que eu não sabia ser possível se estacionar. Ela desceu do carro e veio ao meu encontro.

- Mama, a senhora ainda está grávida? – ela ergueu uma sobrancelha. – Não tem médico nessa joça não? – ela perguntou nervosa.

- Calma, Vero. – ótimo, agora eu tinha que ficar calma por Lauren e Vero. Lucy apareceu com minha bolsa de documentos.

- A ficha. –uma atendente entregou a prancheta pra Lauren, que a olhou até o final e passou para a Vero. Vero também a olhou e passou para a Lucy. A garota revirou os olhos e me pediu licença pra mexer em meus documentos. Doutora Chelsea apareceu com um grande sorriso.

- Vamos lá, Camila. Quero fazer o exame de toque em você. – ela disse e empurrou minha cadeira até um quarto específico. Me ajudou a me trocar e a deitar na maca. Se com toda essa dor, Valentina ainda cismar em demorar eu juro deixar ela de castigo assim que nascer. A médica fez o exame – Ela está encaixada e você está com oito centímetros de dilatação. Já está na hora. – ela disse e chamou alguém no telefone do quarto, duas enfermeiras vieram me buscar e a doutora saiu dizendo que ia chamar minha acompanhante. Respirei fundo quando a dor veio de novo. Acariciei a barriga imaginando o rostinho da minha menina que eu teria nos braços em pouco tempo. Me levaram pra sala de parto, as enfermeiras faziam todas as suas obrigações e eu ficava sentindo as contrações cada vez mais próximas. Vem logo, minha Valentina.

Pov Lauren

Eu odeio que roam unhas, não gosto nem de ver unhas ruídas. Minhas unhas estão ruídas nesse momento, contraditório? Eu sei. Todo mundo já estava na sala de espera do hospital. Camila saiu daqui a uns dez minutos, ou horas, ou dias. Eu não tinha certeza. Doutora Chelsea apareceu e eu parei de andar pelo lugar a encarando. Valentina já havia nascido?

- Quem vai acompanhar a Camila? – ela perguntou.

- EU. – Vero e eu respondemos ao mesmo tempo e nos encaramos.

- Eu sou mãe da Valentina. – argumentei.

- E é minha mãe que está parindo. – ela disse e eu revirei os olhos.

- E então? – a doutora olhava nós duas.

- EU. – respondemos juntas de novo e bufamos. Demi falou com a médica por alguns segundos e ela ponderou, mas assentiu.

- Okay, vamos as duas. Mas isso é um segredo nosso. – assentimos e começamos a segui-la.

- Boa sorte, bambina. – meu pai disse e eu lhe sorri. A doutora disse que ela não podia fazer isso, mas ia nos ajudar pra que ela fosse ajudada também. Pediu que fossemos discretas e nós apenas concordávamos com tudo enquanto nos vestíamos. Seguimos até uma sala e assim que entramos vimos Camila deitada. Ela nos olhou com uma sobrancelha arqueada e cada uma foi para um lado segurando uma de suas mãos.

- O que as duas estão fazendo aqui? – perguntou desviando os olhos de uma para a outra.

- Não vamos te deixar. – Vero disse e beijou o rosto da mãe.

- Em momento algum. – lhe fiz um carinho no rosto.

- Agora nós somos quatro e estamos juntas em qualquer coisa. – Vero respondeu e eu a olhei, sorri e espero que ela soubesse o quão importante era ouvir isso dela. Camila gemeu e eu a encarei, mais uma contração.

- Vamos começar. – doutora Chelsea entrou arrumando as luvas e se aproximou da Camila ao meu lado. – Está tudo bem? – perguntou e a latina mais velha assentiu. – Sua menina está vindo. – ela foi até seu lugar e a vi olhar para algo que era meu em Camila. Eu não tenho ciúme da médica. Mas é meu o que está ali. Oh, okay. Desculpem por esse pensamento. – Nove centímetros. – a doutora anunciou. Tinha outras pessoas ali na sala terminando procedimentos e eu o meu único procedimento era segurar a mão da Camila. A latina apertou minha mão e eu gemi de dor. Parece que não foi só eu. Vero até abaixou a cabeça. A médica começou a trabalhar. Vi Camila fazendo uma pequena força. – Isso, Camila. – ela disse. Camila parecia sentir tanta dor. Eu sentiria tudo em seu lugar, mesmo recebendo uma dose em minha mão.

- Isso, mãe. – Vero disse e eu a encarei.

- Faz uma força, Camila. – a médica disse e Camila a fez. Seu corpo veio pra frente e eu a amparei da forma que eu podia. Tinha uma enfermeira ao nosso lado para qualquer eventualidade. – A cabeça já veio. Mas uma vez. – Camila fez a mesma coisa mais algumas vezes até o choro vir e eu paralisar, era minha filha que estava chorando ali. Minha filha. – Uma grande menina. - a médica disse. Minha Valentina.

- Obrigada, meu amor. – falei baixinho pra só Camila escutar. Ela estava deitada respirando fundo de olhos fechados. Os vi limpando-a delicadamente e vieram em nossa direção. – Nossa filha. – eu disse admirada olhando a bebê que esperneava em meio a um choro. Camila beijou seu rostinho. Alguém tirou uma foto e eu nem sabia se tinha saído com um sorriso. Ela é tão linda. Eu só conseguia olhar para as duas mulheres da minha vida. Valentina parou de chorar enquanto estava perto da Camila, e eu me peguei chorando enquanto olhava as duas. – Eu amo vocês. – falei assim que consegui raciocinar, Camila sorriu. Vero segurou a mão da irmã e ficou brincando com ela.

- Se você mexer nas minhas coisas a gente vai brigar. – a latina mais nova disse e eu vi duas lágrimas escaparem dos seus olhos. Vero também estava emocionada. Uma enfermeira veio busca-la pra pesar, medir e limpá-la direito. Minha menina foi e eu senti meu coração apertar. E eu percebi que sempre seria assim, sempre que minha filha se afastasse de mim eu iria sentir meu coração apertado. Eu percebi o que é o tal amor de mãe. Minha Valentina chegou.

My Favorite WomanWhere stories live. Discover now