Pov Lauren
Fiquei com Camila no meu colo por algumas horas, sim, horas. Eu fiquei ali imaginando a criança que nasceria dali alguns meses e acabei me perdendo no tempo. Só levantei quando senti vontade de ir ao banheiro. Me afastei com todo cuidado do seu corpo e a deixei dormindo. Usei o seu banheiro e logo saí do quarto pra deixar Camila descansar em paz. Encontrei Vero esparramada no sofá.
- Ainda tá ai? – perguntou despreocupada zapeando os canais.
- Sim, estava com sua mãe lá em cima, ela estava cansada. – a garota apenas assentiu. – E as coisas com a Lucy? – Vero levantou e se sentou com as pernas de índio.
- Não sei. – ela confessou e bufou. – Estamos juntas, tá tudo bem, carinhos, beijos. Mas no dia seguinte ela age como se nada tivesse acontecido.
- Você já disse que gosta dela? – Vero negou. - Talvez ela pense que você não quer nada sério. O que é bem normal pra quem te conhece, não é?
- Por que todo mundo acha que eu sou uma cachorra sem coração? - Vero perguntou e eu ri.
- Por que você é, sempre foi. - falei e a latina mais nova me olhou. - Vocês não iam sair? Tipo um encontro?
- Nós vamos, só não marcamos a data ainda. - ela disse e se afundou no sofá.
- Liga pra ela, diz que está com saudade e a chame pra ver um filme qualquer. Faça-a ver que você quer estar com ela. - falei e Vero me encarava com uma sobrancelha arqueada.
- Como você pode dar conselhos amorosos se tem uma vida amorosa tão ferrada? - perguntou.
- Ai tá o segredo. Pare de me fazer perguntas vai ligar pra ela e aproveita pra tomar um banho. - tapei meu nariz como se dissesse que ela está fedendo. Vero mostrou o dedo do meio e subiu as escadas. Meu celular tocou no bolso e eu atendi já sabendo quem era.
- Mama. - falei assim que atendi.
- Minha bambina. - ela disse e eu sorri. - Como está com as meninas? - ela ainda acha que eu estou no final de semana com as amigas.
-Estou na casa da Camila, mama. - falei e ouvi um barulho de algo caindo.
- Oh! Vocês estão namorando? - perguntou animada. Mama é louca pra que eu namore alguém legal.
- Não mama, Vero está aqui também. Só queria ficar um tempo com ela e o bebê. - eu não contaria a minha mãe que Camila sangrou, ela ia ficar louca e talvez se mudar pra casa das Cabello's pra cuidar da mãe do neto. Sim, ela faria isso.
- Tudo bem. Quando volta pra casa? - eu não sei, queria ficar aqui. Pra ter certeza que vai ficar tudo bem, mas não sei se a Camila vai aprovar a ideia e ainda tem a Vero. Mas sempre tem a casa da Ally e da Dinah. Então...
- Amanhã mama, depois da escola. - falei e a mulher fez um som nasal concordando.
- Tudo bem, bambina. Te amo. O papa disse que te ama também. - eu sorri com o jeito dos dois.
- Eu também amo vocês. - falei e logo encerrei a ligação. Já passava das seis da tarde e eu estava ficando com fome. O problema do cromossomo a mais, é por que as vezes eu sinto fome pra caramba. Caminhei até a cozinha a procura de algo. Eu não gosto disso, invadir a casa delas assim, mas dessa vez é preciso. Peguei uma maça e comecei a comer enquanto fazia um sanduíche.
- Vai ficar aqui? - Vero perguntou entrando na cozinha, agora arrumada. Assenti. - É melhor, não quero que a mãe fique só e como o bebê é seu, você tem que cuidar dela. - eu dei uma mordida no meu sanduíche monstruoso. - Como você come isso? - Vero fez uma cara de nojo, eu gosto de pickles com queijo, muito queijo.
- Eu tô com fome. - falei assim que engoli.
- Credo. - ela revirou os olhos. - E aqueles vinte dólares que você me prometeu, vai rolar mesmo? - perguntou e eu neguei com a cabeça. - Não sei que horas volto, tchau piroquinha. - ela disse e olhei pra baixo.
- Ei. - Vero já havia saído da cozinha.
- Tô indo e peguei os vinte dólares, você não devia deixar a carteira na mesinha de centro. - ela disse um pouco alto e eu passei as mãos nos bolsos da minha calça. - Tô te devendo essa.
- Você me deve uns trezentos dólares. - falei pra que ela escutasse.
- E quem tá contando? - ouvi o som da porta batendo. Idiota. Voltei ao meu sanduíche. Assim que terminei resolvi lavar a pouca louça que tinha ali. Quando estava terminando ouvi um barulho da porta, olhei pra trás e vi a Camila com uma camiseta grande que eu notei ser uma minha que Vero tinha saqueado, uma calcinha boxer e os cabelos levemente molhados. Ela levantou os braços pra esticar os músculos, o rosto sem nenhum vestígio de maquiagem, tão bela, tão linda, eu diria que naquele momento ela era a concepção do perfeito. Deixei o copo em minha mão cair junto ao meu queixo, o fazendo quebrar.
- Lauren, tudo bem? - ela perguntou e eu assenti.
- Eu vou limpar isso. - engoli em seco antes de falar. Enxaguei minhas mãos e recolhi o vidro no chão logo o levando para o lixo. - Tá com fome senhorita Cabello?
- O que aconteceu com o Camz? - quando fico nervosa perto dela sempre acabo chamando pelo sobrenome.
- Desculpa, Camz. - terminei o que havia começado e me virei pra ela. - E então, tá com fome, Camz? - sorri tentando relaxar.
- Acho que sim, vou fazer o jantar, quer me ajudar? - assenti. - Vero saiu com a Lucy? Ela foi me avisar, mas eu ainda estava sonhando.
- Sim, foram ao cinema. Acho que ela gosta mesmo dessa garota. - falei e a mulher procurava algo na geladeira.
- Dois casamentos nessa sua turma? Só falta o seu, Laur. - ela disse e eu ri.
- Só se for com você. - assim que falei arregalei os olhos e a latina me encarou. - Quer dizer, meu pai disse que eu deveria casar com a senhorita por causa do bebê e minha mãe acha que estamos namorando. - expliquei tudo com as bochechas coradas. - Era brincadeira. - saiu em forma de sussurro.
- Relaxa, Laur. - a mulher veio em minha direção e ficou atrás de mim apertando meus ombros. Eu tentei segurar, mas acabei gemendo com isso. - Nossa, você está muito tensa. - fechei meus olhos aproveitando o toque dela, eu estava precisando disso. Relaxei entre seus dedos. - Tya melhor agora? - perguntou e eu assenti. - Eu estava pensando em fazer uma massa, mas é muita audácia da minha parte, você é Italiana. - eu ri da expressão dela.
- Pode fazer, Camz. Eu adoro massa. - dei de ombros. Ela semicerrou os olhos em minha direção.
- Não compare o que eu fizer com o que sua mãe faz. - seu indicador estava apontado em minha direção e eu acabei gargalhando. Levantei meus braços em rendição.
- Prometo. - passei o zíper imaginário em minha boca. Camila apontou dois dedos em direção a seus olhos e depois pra mim mostrando que estava de olho. Naquela noite nós jantamos uma bela lasanha, elogiei algumas vezes e Camila disse que eu estava sendo educada em todas elas. Assistimos a um filme de comédia, Vero chegou e foi logo comer, eu não entendo como essa garota pode ser tão magra sendo que só come besteira. Ela se juntou a nós e vimos mais um filme, agora de ação. No final da noite eu tomei um banho no quarto da Camila e quando saí ela já estava dormindo. Me retirei do quarto e fui dormir na sala, não, eu não ia dormir com ela. Mas assim mesmo, eu estava me sentindo muito bem ali, mas do que deveria.
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My Favorite Woman
FanfictionCamila, uma mulher de trinta e três anos, grávida de seu chefe. Um homem muito respeitado no meio político e que não iria assumir seu filho. Mais uma vez, a história se repete. Mais uma criança que ela vai criar sozinha. Ela só não contava com a aju...