Capítulo 26 - O jantar acabou.

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Pov Lauren

Camila chegou as dezenove semanas e sua barriga está tão linda, redondinha. Mama aprendeu o caminho da sua casa, as vezes ela some e descubro que ela está na casa da Camila cozinhando e cuidando das roupinhas da bebê. A garota tem um guarda-roupa abarrotado de roupas, e ela nem nasceu ainda. Depois que descobrimos que é uma menina, parece que se criou uma competição de quem daria mais roupas a minha menina. Estamos começando a pensar no seu quartinho, e vai ser muito fofo. Tudo pequeno e delicado. Tenho medo de quando tiver pronto eu entrar lá e quebrar qualquer coisa. Bom, vamos voltar aos fatos. Os pais da Camila. Sim, finalmente vou conhecê-los. Camila decidiu que não dava mais pra adiar. O que concordo, ela já está na metade da gravidez. A primeira coisa que o pai dela perguntou foi pra quando seria o casamento. E depois como uma menina a engravidou. Camila disse que foi muito difícil explicar a eles, eu imagino, e que hoje eles jantariam em sua casa e queriam me conhecer, além de conhecer meus pais.

- Lauren, acorda. – meu pai bateu no meu ombro e eu foquei meus olhos nele. – Acho que está na hora de ir tomar banho. Nós resolvemos tudo no restaurante e já vamos nos arrumar, temos uma hora pra estar lá. – o jantar seria as oito. Concordei com a cabeça e finalmente saí da bancada da cozinha. Mama tinha dito que levaria o tiramisú que Camila confessou amar em uma de suas visitas. Segui até meu quarto e fui logo tomar um banho, mas sabe aquele banho que você mais fica de molho do que realmente toma banho? Foi assim. Saí debaixo do chuveiro quando meus dedos já estavam enrugados. Me enrolei em uma toalha, e comecei a secar meus cabelos com a outra. Eu nunca conheci pais de nenhuma garota, até por que eu nunca namorei de verdade, só fiquei com algumas garotas e agora, vou conhecer os pais da mulher que está esperando uma filha minha. Tá na chuva é pra se molhar. Vesti minhas roupas e fiz uma leve maquiagem, tenho que deixar meus olhos mais expressivos do que o normal. Terminei e passei o batom vermelho por meus lábios. Sai do quarto e encontrei meus pais na sala me esperando, mama reclamou por eu ter demorado, papa disse que ela havia terminado a dois minutos. Fomos no carro do meu pai, eu o guiei, até por saber o caminho de cór. Assim que estacionei vi mais um carro estacionado ali. Respirei fundo e saltei do carro. Seguimos até a casa e a mama tocou a campainha. Vero atendeu toda arrumada.

- Nossa, tá toda arrumada assim pra um jantar em casa? – perguntei curiosa.

- Tá doida, acha que eu ia me arrumar pra olhar pra você? Vou sair com a Lucy e dormir na casa dela. – Vero corou. Eu nunca vi Vero corar na vida. E que eu saiba era a primeira vez que ela dormiria na casa da Lucy. – E além do mais, você enfiou a piroquinha, você se vira. Tchau, bunda branca. – Vero passou por mim e beijou longamente o rosto da minha mãe, pedindo que ela guardasse um pedaço do doce pra ela. Vero abraçou meu papa e logo foi embora.

- Oh, desculpem. Entrem. – Camila apareceu na porta com um vestido soltinho da cor azul escuro. A barriga ficou evidente nele e eu quase babei na minha princesinha. Meus pais entraram na casa e eu fui a última, parando pra acariciar a adorável barriga.

- Você está linda. – falei e ruborizei assim que as palavras saíram da minha boca. Camila segurou minha mão sobre sua barriga e beijou meus dedos com carinho.

- Obrigada. – ela disse e sorriu, apenas sorriu. – Você também está muito bonita. – seu sorriso sincero me fez acreditar em suas palavras, Ouvi um pigarro e olhei para o lado vendo meus pais. – Oh, olá Clara. – Camila foi até minha mama e a abraçou com ternura. – Senhor Jauregui. – ela o cumprimentou.

- Mike, por favor. – papa disse e a abraçou. Mama já foi logo pra cozinha, e eu me perguntei o nível de intimidade que essas duas haviam criado. Quando Camila ia seguir com minha mãe ouvimos passos no final da escada e um casal começou a descer. Os pais dela. Camila parou e esperou que eles descessem, eu esperei que minhas mãos parassem de soar. As enxuguei na calça disfarçadamente.

- Mãe, pai, esse e Mike Jauregui. – ela os apresentou a meu pai e logo se virou pra mim. – E essa é a Lauren, Lauren Jauregui. – apertei as duas mãos com a garganta seca e um sorriso sem mostrar os dentes. Mama apareceu e eu respirei fundo. – Essa é a Clara Jauregui. – mama cumprimentou os dois com um grande sorriso, para ela já erámos uma grande e feliz família. Pelo menos papa e eu notamos que as coisas não eram bem assim.

- É um prazer conhecer vocês. – a mulher disse, Sinuhe. Alejandro não se pronunciou, apenas deu um breve sorriso educado e maneou a cabeça em concordância.

- Bom, o jantar já vai ser servido. – Camila anunciou e ia seguindo para a cozinha.

- Eu te ajudo. – me ofereci e segui atrás dela. Assim que entramos na cozinha eu respirei fundo e soltei a lufada de ar, repetindo esse processo quatro vezes.

- Lauren, você tá me deixando apreensiva desse jeito. – ela disse e eu segui para a geladeira, peguei uma garrafa de um litro de água e a bebi completamente esperando que aquele seco da minha garganta finalmente saísse.

- Desculpa. Eu tô nervosa. – falei e deixei a garrafa sobre a pia.

- Todos percebemos. – ela disse. – Olha, se você não quiser... – eu me aproximei e pus meu indicador sobre seus lábios a fazendo parar de falar. Neguei com a cabeça. Não achem que é uma frescura de minha parte, eu tenho dezessete anos. Eu era virgem até alguns meses atrás e ainda estou apaixonada. É um turbilhão de coisas ao mesmo tempo. Mas eu tenho que deixar tudo de lado agora e notar que tudo isso é por minha filha.

- Não. – tirei o dedo de seus lábios e segurei suas duas mãos. – É por nossa filha. – beijei as duas mãos. Respirei fundo. – O que eu levo? – perguntei e ela me abraçou forte. Quando me soltou apontou a travessa recheada com o risoto de camarão. – A mama esteve aqui essa tarde? – Camila assentiu rindo. – Isso explica por que ela sumiu o dia todo, papa estava ficando louco. –peguei a travessa e Camila veio logo do meu lado com uma garrafa de vinho e queijo ralado. Assim que deixamos as coisas na mesa nos sentamos uma ao lado da outra. Levantei meu rosto e encarei o senhor Cabello a minha frente. – Eu os sirvo. – me coloquei de pé e servi cada um, e logo depois o vinho. Camila lembrou de seu suco e quando ia levantar para busca-lo eu fiz questão de o fazer, não era muito e eu o podia fazer. A servi e me sentei ao seu lado.

- Você já tem idade pra beber? – Alejandro perguntou, tentando disfarçar que na verdade queria saber minha idade.

- Não vou beber essa noite, estou dirigindo. – respondi de forma genérica e desviando de sua real pergunta. Camila logo me serviu suco dizendo que dividiria comigo. Eu não sabia bem o que dizer, então achei melhor ficar calada. O jantar corria assim, só quem conversava na mesa era minha mama e Camila.

- E você pretende se casar ou também vai abandonar minha filha? – o homem perguntou e Camila se virou indignada pra ele.

- Eu não vou abandonar sua filha senhor, nem a sua filha e nem nossa filha. Camila e eu não precisamos nos casar pra criar a criança, mas se resolvermos fazer isso o senhor ficará sabendo. – do que eu tô falando?

- Camila vai ser mãe solteira sempre, Sinu. – o homem anunciou e levou risoto a sua boca. Camila jogou o guardanapo na mesa e se pôs de pé.

- Casamento não é a única coisa que importa, e se eu sou ou não mãe solteira, só importa que minhas filhas estão bem, e eu que estou criando as duas, pai. – o homem parecia inabalável. O clima pesado se instalou na mesa. Olhei para meu pai e ele assentiu. Fiquei de pé e segurei os dedos de Camila. Ela me encarou. Com os olhos marejados.

- Ela não vai estar sozinha, podemos não nos casar, mas ainda sim é nossa filha. E eu vou criá-la, com todo amor. – falei e Camila sorriu terna. Mama e papa logo estavam ao nosso lado.

- E como pretende fazer isso, parece estar no colégio ainda. – o homem disse e a mulher não pronunciava uma palavra.

- Minha filha trabalha, e além do mais, Camila e Lauren tem a nós. – mama disse e abraçou Camila de lado.

- Nada vai faltar a nossa neta. – papa disse.

- Acho que o jantar acabou. – Camila disse e ia seguir para o quarto. Eu a segurei e olhei no fundo de seus olhos.

- Papa, mama, vou ficar essa noite. – falei vi o movimentar da cabeça de meus pais.

- Nós vamos para um hotel. – Alejandro anunciou. Segurei a mão da latina e a guiei lentamente até seu quarto. Não me importava mais como os quatro se resolveriam ou o que fariam. Só Camila e minha filha importavam agora.

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