Capítulo 12 - Cinco semanas.

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Pov Camila

- Bom dia, Mila. - Normani me cumprimentou quando entramos juntas no elevador aquela manhã.

- Bom dia, Mani. - cumprimentei sorrindo.

- Hum, algum motivo especial pra esse bom humor todo? - perguntou e eu acabei dando uma risada.

- Nada demais. - falei e olhei para o painel pra constatar que faltavam apenas quatro andares pra chegar ao nosso.

- Você transou. - Mani deu um tapinha em meu braço e eu gargalhei alto. - E pelo jeito foi ótimo. - eu apenas concordei. - Com quem foi? Não vai me dizer que... - Mani apontou pra cima indicando nosso chefe.

- Não, e você não vai acreditar. Foi com a Lauren. - falei e a mulher arqueou uma sobrancelha. Até que arregalou os olhos.

- A amiga da sua filha que assumiu o bebê? - perguntou quase gritando e eu tapei a boca dela com minha mão.

- É Mani, a mãe do meu bebê. - saímos do elevador e ela me seguiu. Passamos da porta do escritório dela e entramos no meu.

- E você vai me contar tudinho. - Mani fechou a porta atrás de nós. Eu sabia que ela faria isso.

- Foi ótimo. Eu achei que não seria tão bom, por que foi a primeira vez dela, mas menina... - comecei e ela me interrompeu.

- Primeira vez? Espera ai. Ela é virgem? - Mani perguntou surpresa.

- Não mais, não é? - acabei rindo da minha tentativa de piada.

- Me conta isso direito. - Mani pediu e eu tive a sensação que se ela soubesse teria trago um balde de pipoca.

- Ela se ofereceu pra levar o jantar e eu aceitei, estava cansada e Vero morre de preguiça, então... - dei de ombros. - Jantamos normalmente e Vero foi tomar banho. Eu perguntei se ela era mesmo virgem. Por ser uma coisa que não entra na minha cabeça. Além de linda a garota é adorável. Não é possível que ela não tenha uma namoradinha. Ela me explicou e eu notei que ela achava que ter um pênis poderia ser ruim. Como ter aquilo pode ser ruim? - me perdi em pensamentos, mas voltei com Mani pigarreando. - Oh, okay. Meus hormônios estavam gritando, eu a levei para o meu quarto e foi como um acordo. Ela me ajudava e eu fazia o mesmo por ela. Se é que você me entende. - Normani gargalhou. E pediu que eu continuasse a contar. - Ela estava insegura no começo, mas depois que ela ficou por cima e controlou a situação. - me abanei mostrando que foi quente. - Foi maravilhoso.

- É grande? - perguntou e eu ri.

- Maior que o do seu chefe. - engatamos em uma gargalhada cúmplice.

- E quando vou conhecer essa garota?  - Mani perguntou com um sorriso divertido.

- Eu conheço essa cara, eu acabei de tirar a virgindade da garota e você já quer experimentar? - perguntei esnobando sua pergunta anterior.

- O que posso fazer? Você me deixou curiosa. - joguei uma caneta nela enquanto ria.

- Respondendo sua pergunta anterior. Ela vem hoje aqui. É a primeira consulta do bebê e vamos almoçar juntas antes de irmos para a consulta. - falei e Mani abriu um sorriso malicioso.

- Hum, já são um casalzinho? Vão de mãos dadas também? - perguntou.

- Deixa de ser idiota. Foi só sexo. E eu espero que aconteça mais vezes, tem muitos truques que eu gostaria de ensinar a aquela garota.

(...)

Senti meu celular vibrar e o peguei no bolso vendo mensagem da Lauren.

"Estou te esperando aqui em baixo."

Guardei o aparelho na minha bolsa e a coloquei no ombro. Desliguei o computador e saí da minha sala. Bati na porta da sala da Mani e logo entrei.

- Não volto mais hoje, Mani. Me cobre ai. - falei e ela me encarou.

- Eu vou descer com você. Conheço a mãe do meu afilhado e vou almoçar. - ela disse eu mandei se apressar. Normani só pegou a bolsa e fechou sua porta. Pegamos o elevador e logo estávamos saindo em meio a conversas aleatórias. Assim que saímos do prédio eu vi a Lauren.

- Hey. - cumprimentei com um beijo em seu rosto. - Quero te apresentar minha amiga. Normani Kordei. - apontei pra mulher que se aproximou e já abraçou a garota.

- É um prazer lhe conhecer, senhorita Kordei. - Lauren disse com toda sua educação.

- Ain, e ainda é educada. O prazer é meu, Lauren. - Normani disse. - Eu vou almoçar. Tchau Mila, tchau Laur. - Normani já está íntima.

- Nós vamos almoçar, se a senhorita quiser... - Lauren deixou no ar e a morena sorriu grande.

- Oh não, obrigada. Vou almoçar aqui perto mesmo. - ela beijou nossos rostos e se foi. Lauren abriu a porta de seu carro e eu entrei. Fui de taxi para o trabalho pra não haver problema.

- Onde é o consultório? - perguntei e eu passei o endereço. Lauren digitou em seu celular e seguimos até lá, com ela perguntando como havia sido meu dia. E Lauren realmente parecia interessada em saber. Ela procurou um restaurante perto do consultório e nós o adentramos. Eu perguntei sobre a escola dela e Lauren falou coisas breves, perguntou se eu tive enjoos, e eu neguei. Pelo menos não ainda. Depois do almoço seguimos para o consultório. Lauren era extremamente doce. Tinha alguns degraus pra subirmos e ela me ofereceu sua mão pra termos cuidado. Eu acabei rindo de seu gesto. Nos acomodamos na recepção e Lauren foi anunciar nossa chegada. Ela voltou e se sentou ao meu lado, por pouco tempo, logo fomos chamadas e entramos na sala. a médica se apresentou como Chelsea, e pediu que a chamássemos pelo primeiro nome. Ela fez algumas perguntas e receitou vitaminas, Lauren não deixou que eu pegasse a receita e a pegou. Leu por breve segundos e guardou em seu bolso.

- Sabe de quantas semanas está, Camila? – perguntou enquanto eu ia até a maca.

- Cinco semanas. – falei e a mulher assentiu. Me deitei e Lauren ficou do meu lado pra me amparar.

- Podemos ouvir o coração? – ela perguntou e quando a médica a olhou ela ruborizou. – Eu li em um livro que o coração começa a bater na quinta semana.

- Vamos tentar, querida. – a médica foi doce e Lauren relaxou. – Você é o que do bebê? – perguntou e vi Lauren erguer o rosto com um imenso sorriso em seus lábios.

- Mãe. – eu pude sentir orgulho no seu tom de voz.

- Fizeram inseminação? Você parece tão jovem. – a mulher perguntou. Eu não sabia se Lauren estava confortável, então não me meti, esperei que ela respondesse.

- Na verdade, foi da maneira tradicional. – olhei pra ela e vi confiança em seus olhos. – Eu sou intersexual. – ela disse e o som de batidas rápidas invadiu o lugar, quebrando qualquer clima que poderia ter ficado.

- Achamos o que você queria. – a doutora disse e Lauren encarava a tela em êxtase. Só podíamos ver uma pequena bolinha escura, mas pra ela parecia ser a melhor coisa do mundo. Vi uma lágrima escorrer de seu olho e ela abrir um grande sorriso. Segurei sua mão e a apertei. Recebi um olhar terno e um sorriso em troca. O bebê não podia ter mãe melhor.

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