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Minha mão colada na dele, o salto pesado de 15cm bambeava mais ainda minhas pernas, as mãos suavam e ele me guiava. Um olhar rápido pra Mônica que sorria pro Thiago, no fundo, devo deixar o Thiago de lado. Alan abraçava uma garrafa de vodka, e já estava dando os ingressos pro segurança. Entramos na casa fechada, o som alto e as luzes que piscavam, isso sim era matar saudades. Apertei mais sua mão, me olhou e sorriu, ergueu minha mão, beijo-a com cuidado.

Dênis: Eu te amo, loira... - ele sorriu. - Agora, um pedido oficial... - largou minha mão, ajoelhou no chão.

E agora, minha cara devia ser de pamonha, o coração acelerou, cobri a boca com as mãos e ri sem graça.

Dênis: Quer namorar comigo? - abriu uma pequena caixa aveludada de preto, um anel de prata, sem muito balangandã, apareceu.

- É claro que eu quero! - respondi entusiasmada, já agarrando-o pela nuca, finalizando com um beijão. - Eu te amo... - sussurrei no seu ouvido. E eu, amava mesmo!

Mônica: AGORA VAI! - disse rindo e me abraçou. - Felicidades, amiga! - devolvi o abraço.

Thiago comemorou pagando um combo pra mim e pro Dênis, área VIP, música boa, enfim...Tudo perfeito de mais pra ser verdade!

DÊNIS

Alan: Fiquei sabendo... - murmuro.

- Do que? - indaguei curioso.

Alan: Já se passaram alguns meses, - fungou o nariz - mas fiquei sabendo que o Araújo tá atrás de você.

- Quem é Araújo, Alan?! - dei de ombros.

Alan: Porra, é o pai do Maurício! - encarou o copo. - Coronel Araújo.

Meus dedos gelaram, e até o pelo da bunda arrepiou, grudei os dedos no copo e encarei o Alan.

- Qual é cara, nem brinca...

Alan: Não tô brincando... - ele me olhou sério. - Só não quero que a Ana se machuque... Melhor enfrentar esse problema!

- Não tem problema, nada aconteceu, cara.

Alan: Tranquilo. - deu de ombros. - Se prefere assim.

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

- Se cuida, nega! - beijei-a na bochecha, estacionando na frente da casa da Mônica, acenei um tchau rapido pro Thiago.

Alan acelerou, e por fim, paramos na casa do Dênis.

Alan: Fiquem bem! - sorriu e eu entrei.

DÊNIS

Alan: Cuidado! - alertou de novo, meu coração acelerou e eu percebi que algo ruim poderia acontecer naquela noite.

Cruzei a porta, Ana estava enconstada no sofá, catucando o Formiga, que resmungava de sono. Segurei nas laterais da sua cintura, fiz sinal de silêncio e a guiei pro quarto escuro. Acendi as luzes, enquanto isso ela tirava o vestido e o salto, me encarou com a certeza que eu precisava. E todo dia é a loucura que eu procuro.

Palavras não bastam, não pra entender e esse medo que cresce e não para. É uma história que se complicou...

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

Olhando de canto seu rosto, sorri mordendo o lábio inferior, levantei devagar, encarei a janela, o dia quase amanhecia. Essa proximidade me enlouquece, deixei o cabelo crescer por você, te contei tantos segredos, viraram segredos meus e seus. Você parece meu velho diário com palavras mal ditas e a noite não me deixa dormir sem você. Fechei os olhos e fiquei alguns segundos ali, admirando você de longe, mas eu sabia o que ia acontecer no final.

Vesti minhas roupas sem fazer barulho, deixei o sutiã na beira da cama junto com uma pregadeira de cabelo. Desci até a sala, beijei a testa do Formiga, alisei seus cabelos.

- Te amo, irmão...

Atravessei a porta, andei na rua deserta, os olhos pesados, a garganta seca e a sensação de nunca ter certeza de nada. Entrei em casa, escorreguei na porta até o chão, rolei o olhar pro lado, me arrastei até o quarto, encontrei minha cama e eu preferia aquele cheiro de Kaiak, eu preferia aqui... Nessa cama feita do meu jeito, eu o preferia aqui, do jeito bagunçado estava bom.

A sensação de ser só mais uma, aquela cama enorme com cheiro de mulher, me causa angústia. Talvez, eu seja a última, talvez ele esteja mudando, que palavras não bastam.

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxOnde as histórias ganham vida. Descobre agora