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Eu sei bem do que eu precisava. Balada! Exatamente, balada, festa, cerveja, cachaça, pessoas e som alto. Na verdade, sinto falta disso, independente de qualquer coisa, o Dênis me faz bem mas é complicado... Terei que chutar o balde em silêncio. E hoje, nessa noite, eu sabia no que ia dar. No fundo eu tenho certeza como essa porra vai acabar, ou, vai ver acendo um cigarro e um incenso.

Tinha chego do trabalho e o frio tinha começado junto, me joguei no sofá, assistindo Ben 10, coberta do pescoço pra baixo e quase dormindo. Pena que o som do celular me acordou!

- Quem é? - ouvi um choro do outro lado. Afastei a tela do ouvido e encarei o nome, Mônica. - Mônica? - sussurrei.

Mônica: Nathalia? - murmurou e fungou o nariz.

- Ana Clara... - falei em seguida.

Mônica: Preciso de você... - olha, nem perguntou que porra é essa de Ana Clara.

- Pra que? - eu queria ser menos orgulhosa, juro. Mentira, queria nada.

Mônica: Eu sou muito burra... - chorou de novo. Que nervoso! - Posso ir pra aí? Acho que estou precisando de uma noite do pijama.

- Ah, então... - dei uma longa respirada. - Vou deixar a porta aberta. - ela riu do outro lado.

Mônica: Obrigada... - sussurrou e desligou.

Bocejei e sai debaixo das cobertas, destranquei a porta e fui lavar o rosto, em seguida, fui até a cozinha e coloquei um bule de água pra esquentar, separei dois chás de hortelã e sentei na cozinha esperando por ela.

DÊNIS

- Calma... - eu sussurrei rindo, enquanto isso ela me jogava na cama e puxava minha bermuda pra baixo e ria.

Camila: Não... Tem que ser rápido, daqui a pouco meu marido tá em casa!

Eu dei outra gargalhada, mas acabei ficando sério quando ela tirou a blusa e aqueles seios pularam pra fora, bem na minha direção! Tive um "quase ataque cardíaco" mas fiquei bem. Agarrei-a pela cintura e a puxei pra mim, - no fundo era legal transar na cama de um casal, toda vez que eu via a aliança no dedo dela eu ria. - com a outra mão puxei os cabelos dela pra trás, mordi seu queixo e a vi entrar em completo delírio. Agora, ela era minha!

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

Mônica: Então, ele tava com a Jéssica... - ela segurava a caneca de chá, de um lado do sofá e eu do outro.

- Aquela que anda com o Dênis?

Mônica: Ela não só anda, né? - fiz cara feia, e pra disfarçar tomei um gole do chá quente.

- Rolou entre a gente. - falei encarando o chão, melhor não ver a cara dela de surpresa. - Não que eu queira dar o troco, mas eu sei que o Dênis não é um anjo, além disso, não somos nada um do outro.

Mônica: Nada além de desejo, né? - encarou o chão também. - Já sei! - disse empolgada. - Vamos sair esse final de semana? - gargalhei.

- Sei lá, tem que ver... Se eu não fizer hora extra no sábado a gente vai, pode ser?

Mônica: Não, não pode. Nós vamos de qualquer jeito, nem que eu te arraste!

- Agora quer se vingar do Thiago? - ela rolou os olhos.

Mônica: Não é só isso... Foi uma traição, preciso retomar minha auto estima! - ela falou e riu em seguida.

- Nossa... Que drama! - fiz uma careta e recebi uma almofadada na cara.

DÊNIS

Mais outra maluca... Deitada na minha cama embolada nos lençóis e com os pés de fora, com sensualidade e delicadeza mas é a morte. Da janela eu olho o clima, trilha sonora do momento, a chuva fina. Dançando comigo a valsa da meia noite, sussurrando no meu ouvido, dizendo que me ama. Sinto meu maxilar tremer, a boca entre aberta, puta que pariu, que pesadelo! A maconha e o uísque que me acalma diferente dessas piranhas que se vestem de princesa...

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

A semana passou rápido, no trabalho foi tudo bem e a Mônica não parava de me perturbar falando de Barra Music, não vi o Dênis e não sei se é um bom sinal.

Mônica: Se veste logo... Vamos chegar atrasada!

- Cala a boca! Quer abrir a casa de show? - gritei do banheiro.

Mônica: A Marcela vai vir buscar a gente. - abri a porta na mesma hora e encarei ela.

- A gente já falou sobre isso... - tentei parecer serena.

Mônica: Qual é, Clara... A gente se conhece faz tempo, não faz isso. - bati o pé no chão. - Você sabe que sente falta dela... - fiz um grunhindo.

- Tá bom! - falei como se estivesse de saco cheio.

Vesti um cropped preto, e Mônica uma blusa larga branca, prendemos o cabelo e encontramos Marcela no carro. Eu sentei atrás pra evitar confusões alheias.

Marcela: Senti falta disso... - me olhou no retrovisor. - Nós três juntas. - Mônica me olhou animada, enquanto pra mim tanto faz.

DÊNIS

- E ai! - eu disse entrando no quarto do Cosme.

Cosme: Puta que pariu... Que horas são?

- Nove e meia... Vamos pedir uma quentinha? - ele bocejou e concordou mas depois me chutou da cama.

Esperei na cozinha, fiquei conversando com o pai dele sobre futebol, depois de um tempo ele desceu, de samba canção e meias vermelhas, dei uma risada.

Ailton: Todo dia é assim, Dênis...

- Traumático! - dei uma risada.

Cosme: Cala a boca! - me olhou com ódio. - Tem janta?

Ailton: Não... Peçam alguma coisa pra comer, eu tenho um encontro.

- Hummmmmmmm...

Cosme: Tá tranquilo... Hoje eu vou sair! - gritou quando o pai dele já não estava mais na cozinha.

Pedimos uma quentinha e ficamos vendo televisão até meia noite e pouca. Fui pra casa e tomei um banho gelado, enquanto Cosme se arrumava na casa dele, vesti uma roupa nova que tinha comprado e me perfumei bastante, hoje estava disponível pra criar qualquer aventura e qualquer proposta indecente me conquista.

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxOnde as histórias ganham vida. Descobre agora