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Dênis: E ai, Irene. - eu ri desesperadamente.

- E ai! - falei aos sussurros, quase sem fôlego.

Marcela: Tu é ótima, cara! - enquanto dirigia, Mônica mudava as estações do rádio procurando algo além de sertanejo e MPB.

Dênis: Vocês são feministas demais! - reclamou orgulhoso.

- Ah... Qual é, Dênis? A essa altura do campeonato e você nessa?

Dênis: Olha, Irene, - ironizou o nome e eu ri de leve. - você não quer falar seu nome por dois motivos. - ele começou a contar nos dedos. - Primeiro: está com medo da gente ter alguma coisa e eu não te ligar no dia seguinte. - gargalhei e Mônica se virou pra trás, atenta no assunto. - Segundo: eu devo ser muito chato!

- Sem querer te decepcionar? - fiz cara de meiga e ele me encarou, abaixando os dedos. - A segunda opção lhe caí bem! - sorri forçadamente. Ele deu de ombros e se virou pra janela, talvez decepcionado. Mônica e eu conversamos por olhares e em seguida Marcela riu.

Marcela: Chegamos! - anunciou. - Prontos pra night?! - sorri ansiosa.

Saímos do carro, cada um por uma porta. Ajeitei a blusa e o boné na cabeça. Marcela e Mônica sorriram radiante e eu devolvi. Atravessamos o estacionamento e andamos em direção a fila. Dênis já havia sumido, menos um.

Marcela: Dênis só me usa pra carona mesmo...

- Bem a cara dele! - eu ri.

Chegando a nossa vez na fila, passamos direto. Aquela leve lei, mulher 0800. Entramos no ambiente musical, escuro e lotado. Rapidamente, sem pensar muito, puxei as duas pro bar. Rachamos um balde de cerveja com RedBull, nos acomodamos pelos cantos da boate, com uma mesinha e bastante cigarro. Acendi um L.A sem hesitar, Marcela me acompanhou. O funk invadia o lugar, as paredes chegavam a tremer conforme a música. Rodiei o olhar pelos cantos da boate e vi Maurício, o Paçoca, meu ex namorado. Catuquei Marcela, que catucou Mônica, e todas olhamos apenas pra uma direção: Paçoca.

Mônica: Não é aquele seu ex?! - praticamente gritou por conta do som alto. Marcela fez careta.

- É... - falei alto também, e concordei com a cabeça pra ajudar a entender. - Não tão ex assim... - sussurrei pra mim.
É, já saímos juntos bastante depois do término, porém, nada de mais, aliás, por isso que terminamos. Não tinha sexo no relacionamento e ele, simplesmente, terminou por esse motivo claro, transparente. Eu sou virgem! Exalo extremamente minha feminilidade. Sou uma adulta feliz por ser virgem. "A virgem de 20 anos".

Marcela: Vai lá falar com ele! - balancei a cabeça positivamente, tomando mais um gole de cerveja e tragando o cigarro, tomando coragem.

Encarei Maurício, andei devagar na direção dele. O olhar de Paçoca cruzou com o meu, e meu sorriso decifrou muita coisa, principalmente o fato de não ter esquecido aquele homem. Faltava pouco, estava quase chegando e ele não tirava do rosto o sorriso de malícia, estava prestes a falar um simples OI quando fui interrompida pela chegada triunfante de Dênis. Mas o que?!

Eles se entreolharam e então eu parei de andar, fiquei estagnada olhando aquela situação. Dênis e Maurício sorriram, se cumprimentando e por fim, pareciam felizes em se ver. Minha cara foi de decepção, ninguém merece ter o Dênis em suas vidas!

- Oi! - interrompi o momento homossexual entrando no meio dos dois e empurrando de leve o Dênis.

Maurício: E ai, Nath... - sussurrou em meu ouvido e eu sorri. Eu ia responder, mas adivinha? Dênis meteu o bedelho de novo.

Dênis: Conhece ela? - fez uma cara de surpreso. Paçoca sorriu e balançou a cabeça positivamente.

Maurício: Ela foi a mulher da minha vida... Espero que ninguém tenha mexido no meu terreno! - e riu. Nossa, "espero que ninguém tenha mexido no meu terreno" isso foi tão... Tão, machista. Credo. Continuei sorrindo, de qualquer forma, iria espantar Dênis, ou não.

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxWhere stories live. Discover now