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Um dia sem ele, e já achei covardia. O fato de saber que acabou, de ter a certeza de que ele não estará mais aqui, me mata. E no final de tudo, eu só queria que as coisas fizessem sentido. Eu poderia voltar atrás, ir até a casa dele, entrar naquele quarto desconhecido, beijá-lo, amarrar seus braços e fazer o que eu quiser, fazer do meu jeito, da minha maneira, do jeito que eu sempre fui... Exatamente bandida.

DÊNIS

Cosme: Então essa é a decisão?

Formiga: Eu era amigo dele... Aconteceu muita coisa, essa também é minha decisão, Cosme. Se você não quiser colar junto nessa, não tem problema. - encarei os dois.

- Quer saber... Cosme, segue tua vibe. Você não precisa. - estiquei a mão na direção da arma. Ele me deu, meio receoso.

Saímos da casa do Cosme, ambos estávamos com casacos pretos. Cruzamos a rua, encarando a luz acesa do quarto do segundo andar, a rua vazia, em algum lugar um copo de rum gelado, mas na minha tese, essa noite, era esquentar a arma, engatilhar, mirar e atirar. Encontrei o olhar do Formiga, que rapidamente pulou o muro e correu pra trás da casa, em seguida, pulei também. Não encontramos a viatura do pai do Maurício, o que já era mais em conta, a porta de vidro, na parte traseira da casa, estava aberta, estamos com calma, seguramos a arma na frente do nosso corpo, andamos devagar. Algumas luzes estavam apagadas, o que ajudou a prosseguir o caminho, subimos as escadas lentamente, o corredor guiava a luz acesa no canto da sala, seguimos a luz no final do corredor.

Ouvimos a cama fazendo barulho e por um fim, um puta gemido alto. Encarei o Formiga, que devolveu o olhar sem entender, mexeu os ombros e se virou pra porta, entramos no quarto aceso. Os olhos de Formiga falharam e a respiração ofegante agora era fraca, a arma se abaixou e Maurício nós encarou. Meus olhos fritaram nela, eu não sabia se eu encarava Maurício ou Marcela.

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxWhere stories live. Discover now