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Não importa o que eu fizesse, naquela noite, eu não iria conseguir pensar em outra coisa. Dênis e Angel, os dois no mesmo quarto, dividindo a mesma cama, pior de tudo, talvez nem tenha sido na cama dela e sim na cama dele, na qual eu nunca nem vi foto.

Aline: Está ai ainda? - disse rindo e estalou os dedos, me acordando. Dei uma risada desajeitada e encarei.

- Desculpa... - franzi a testa.

Aline: Tudo bem, as vezes fico assim também. - deu de ombros e me esticou uma xícara de chá.

Passamos a noite conversando sobre como a vida dela era interessante e a minha era uma droga. Aline parece ser alguém importante, uma pessoa conservadora e simpática, ela me mostrou algumas fotos do esposo dela e confesso que acabamos nos dando super bem. Acabei abrindo uma parte desnecessária e falei do Dênis...

Aline: Então, Ana, tem que valer a pena. - elas respirou fundo e desviou o olhar, e aquele olhar foi tão marcante, como se eu já o tivesse visto. - Fiz muitas coisas erradas e me arrependo. Queria que as pessoas que magoei podessem me perdoar!

- Mas é assim mesmo, as vezes erramos com quem gostamos.

Aline: Tipo você, queria que me perdoasse. - eu a encarei e estranhei.

- Como assim? - curvei a sobrancelha e ri sem graça.

Aline: Eu, eu, eu... - gaguejou. - Sou sua mãe, Ana.

Ataque cardíaco a essa hora?!

Levantei da cadeira e escutei a mesma bater no chão com força, estiquei as mãos na mesa e engoli seco a saliva. Enquanto ela me olhava com esperança, eu só conseguia pensar o quanto ela tinha sido filha da puta, e como eu não percebi, ela é a cara cuspida e escarrada da minha avó! Bati os pés no chão, agarrei meu celular e saí daquela casa!

Abracei minha almofada e chorei até ter a completa certeza de que ela estava molhada. Encarei o chão por bastante tempo, até o celular tocar e interromper, totalmente, meu modo raiva/depressão.

- Alô! - falei com raiva e bem seca.

Maurício: Que isso, princesa... Vai devagar. - respirei fundo e limpei as lágrimas.

- Fala!

Maurício: Deixa de ser seca, de ser malvada... Deixa eu te ajudar.

- Ajudar no que, Maurício? Fala sério, você não ajuda ninguém... - ele fez um som de saco cheio.

Maurício: Seguinte, liguei só pra avisar que melhorei do tiro do seu amigo. Tô cem por cento...

- Tá bom então... Já é. - dei de ombros.

Maurício: A gente se vê por ai... Qualquer dia marcar un almoço. - a única coisa que vou marcar, é um tapa na sua cara.

Eu não dormi, eu só consegui pensar no quanto eu estava gostando dele e mesmo assim ele estragou tudo. A Angel não tem culpa, ela não sabia disso... Nossa, tem razão, não posso falar que ele sabe também. Vai ver, nenhum dos dois sabiam de nada e se pegaram. Ah, sei lá... Melhor parar de imaginar!

Tentei dormir, mas a cama vazia e o cheiro do velho Kaik ficou na minha cama...

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxWhere stories live. Discover now