CHAPTER SEVEN: dancing lips

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Olá!

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𝓛.𝓸.𝓾.𝓲.𝓼.

ℒembro-me quando eu li o meu primeiro livro de romance. Era, de todo o modo, Orgulho e Preconceito, o clássico de Jane Austen. Lembro-me de acreditar que as pessoas não eram capazes de amar assim, mesmo com toda a arrogância e com todo orgulho. Darcy, apesar de sua aparência, não era em todo, uma boa pessoa.

Mas lá estava Elizabeth, amando ele.

A brisa gélida alcança meu rosto como um tapa. As ondas se quebram e aquele som toma meu corpo, como um relaxante. Mas apesar de tudo, o silêncio se torna barulhento em minha mente.

Coney Island fica a cerca de 45 minutos de Manhattan. Em geral, é uma das praias mais aceitáveis de Nova York, mas o clima é frio, então não está recebendo turistas, principalmente no período da noite.

Eu tinha 13 anos quando viajei pelas palavras de Jane. Eu havia sido obrigado a ler o livro, já que a aula de literatura teria sua avaliação sobre o mesmo. Quando disse a minha mãe, ela não hesitou em comprar um exemplar, e disse que seria deveras importante para mim. Lembro-me que no início, eu tinha dificuldade de me desenrolar pelas palavras de um modo geral, já que ele contava com um vocabulário bem atípico. Entretanto, com o passar dos dias, me vi mergulhado nas palavras, engolindo páginas atrás de páginas, dormindo em horários desprimorosos e prejudiciais à minha saúde.

Aquela prova foi a única da qual eu ostentei um 10.0.

Todavia, eu nunca entendi Elizabeth Bennet.

As pessoas sempre celebraram o amor de Lizzie e Darcy. Mas eu sempre me vi pensando se aquilo era realmente o que parecia ser.

Fazem duas semanas desde a visita surpresa de Haz à L'art. Essa semana foi repleta de contato, conversas paralelas e sorrisos bobos. Haz sempre com sua sutileza e elegância, me fazendo sorrir como um adolescente. Eu sempre estava à espera de sua mensagem.

E agora, a 45 minutos de casa, eu me vejo confuso.

Por que Haz se interessaria por mim?

Eu sou apenas um garoto quebrado, com problemas demais para aguentar. Apenas uma pessoa sozinha, carente, que tenta suprir suas necessidades sem ajuda de ninguém. Mas sempre, sempre falha. Eu sou apenas um garotinho que tem pesadelos quase todas as noites, que quando acorda, chora embaixo dos cobertores, com medo de um ser imaginável. Eu não sou forte, alegre, colorido como ele.

Porém, quando meu celular vibra, e eu vejo pelas notificações que são mensagens suas, eu só posso suspirar. Por que é tão egoísta da minha parte querer tanto a ele. Mas eu continuo o mantendo por perto.

"Hey! Lou? Você não vêm? :("

Eu apenas respondo:

"Vou sim! Em torno de uma hora estou aí.".

E ouço mais uma onda se quebrar. Por que é tão difícil estar longe dele. É tão difícil me ver sem seu sorriso. Eu estou completamente viciado, como se ele fosse uma droga. E eu simplesmente não quero me desintoxicar.

Justamente por que eu sou egoísta.

E eu odeio isso.

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Bato duas vezes na porta, com toques leves. Meu corpo está gelado, e sinto os dedos dos meus pés doer. Quando a porta se abre, um vapor me atinge e eu até mesmo fecho os olhos.

- Oi, Lou! - Haz me cumprimenta, com aquela animação de sempre. Ele usa maquiagem hoje. Um batom gloss e um delineado azul, daqueles que ele chama de holográfico. Percebi algumas espinhas em seu rosto que não estavam lá na última vez que eu o vi.

Flowing Through •l.s• / AUWhere stories live. Discover now