PROLOGUE PART TWO: lights up and you know who you are

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Hello, hello!

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𝓛.𝓸.𝓾.𝓲.𝓼.

𝓔u não gosto de encarar a realidade. Em sua maioria das vezes, é peso demais para enfrentar.

A vida para mim funciona como um filme de terror. Você passa horas sendo torturado com a paranóia de que você pode ver uma cena horripilante ou tomar um susto maldito a qualquer momento. E você tenta se preparar para essa cena ou esse susto que vai vir.

No final, a tortura acaba e tudo o que você pode fazer é pensar em todas as coisas ruins que você viu. Às vezes, isso até mesmo tira seu sono, seu apetite, e sua paz. Você não fica bem, aquilo tudo te dá um mal estar horrendo, mas sua mente não consegue parar de trabalhar em tudo aquilo que seus olhos testemunharam.

As coisas funcionam assim comigo.

Eu já tive muitos dias ruins: Perdi meu cachorrinho quando tinha 7 anos, quebrei o tornozelo aos 15, fui traído aos 20. Todos me deram uma dor de maneira particular e marcante, entretanto nada jamais vai se igualar a dor de perder ela.

Johannah sempre foi e sempre será a pessoa mais importante do mundo para mim.

Eu tinha 23 quando tudo aconteceu. Ela era mãe solo, e nunca falhou no seu papel como mãe e pai. Sempre cuidou maravilhosamente bem de mim e me apoiou em todos os momentos da minha vida e em todas as decisões, não importava quais fossem. Contudo, ela infelizmente teve câncer de mama, e aquilo me doeu com tanta força que nem mesmo quebrar todos os ossos do corpo de uma só vez pode chegar perto. Ela escapou pelos meus dedos lentamente, e eu não tinha o que fazer além de chorar e preparar a minha mente.

Quando eu recebi a notícia eu estava no hospital. O médico me disse que ela tinha partido, e tudo foi arrancado a força de dentro de mim. Eu só podia chorar e gritar, e mesmo que algo dentro do meu ser me dissesse que isso era impossível, eu implorava para o médico reverter a situação ou fazer algo por ela. Eu não queria perde-la.

O velório foi, de tudo, com certeza uma das partes mais intensas. Eu já estava namorando com Stanley Lucas, meu namorado a três anos, e ele foi meu apoio, minha base para me segurar naquele momento tão difícil. Lembro-me dos meus tios falando merda, dos primos fazendo piadas e rindo, de ser questionado sobre herança, e se ela havia deixado algo para os seus irmãos e sobrinhos. Também me recordo de Stanley ter de chamar a atenção dos presentes porque eles estavam desrespeitando meu momento.

Era assim eu me sentia. Como se apenas eu tivesse perdido alguém. Como se aquela mulher no caixão não tivesse lutado com todo seu ser contra o câncer. Como se ela apenas fosse alguém para mim. Eu sentia como se eu fosse o único a querer que ela se levantasse e nada daquilo fosse real. Queria sentir seus dedos enxugando minhas lágrimas e me dizendo que estava tudo bem.

No dia seguinte eu sentia raiva de tudo aquilo, por que eu precisei da ajuda deles, aqueles ingratos e insensíveis para carregar o caixão dela. E eles não eram dignos disso.

Johannah, enquanto em vida, foi uma mulher incrível. Independentemente de qualquer coisa que a tentasse derrubar, ela estava firme e forte, parada em sua pose e pronta para me ouvir a qualquer problema que acontecesse em minha vida.

Ela era tudo para mim.

Tudo que Jay merecia era soldados carregando seu caixão, e não aqueles homens falsos com cara de paisagem falsa. Eu queria que ela tivesse tido, pelo menos no momento de seu adeus, o que ela merecia.

E eu fiz de tudo para isso acontecer. Eu juro. Fiz de tudo um pouco. Mas as coisas são difíceis, principalmente quando se perde alguém tão importante e tão cedo.

Flowing Through •l.s• / AUDove le storie prendono vita. Scoprilo ora