Morro dos Homens

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Fernando

Tava na maior ansiedade, vagabundo não tava nem dormindo direito só pensando em tudo. Eu me levantei do banco e me sentei umas quarenta vezes, foi quando a porta se abriu e ela e a minha sogra saíram da sala.

Fernando : Eai ? Como tá ? - Ela ficou um bom tempo me olhando e logo depois abriu um sorriso.

Luna : A médica disse que ele tá muito bem. - Disse me abraçando. - Estou com dois meses, quase três. Eu sinceramente nem vejo barriga. - Olhei pra sua barriga não vendo volume nenhum.

Fernando : Tô animadão pra saber o que é. - Disse pegando a sua bolsa e colocando em meu ombros. Estendi a mão pra ela pegar e ela logo segurou.

Luna : Nem me fale, imagina só se vier uma menina ? Tu tá fodido. - Já fechei a cara. - Castigo de homem safado, em.

Fernando : Ihhh, começa não. Isso é passado, Luna. Agora sou um homem de família, pô. Ela pode crescer com a imaginem do papai que ela vai ver aqui. - Ela deu risada. - Se vier menino, tu tá na minha mão.

Rafaela : Não vem usar o meu neto pra um fazer raiva no outro.  - Dei risada.

Luna : Teu  filho tá morto de fome, viu. - Olhei pra cara de sonsa dela. Sabia, pô. Tava demorando, era o dia todo mastigando.

Fernando : Tu acabou de comer Luna, porra.

Luna : Isso foi antes da consulta, ué. Agora a tua criança tá com fome, vamos parar onde pra comer ? - Olhei a hora

Fernando : Lá perto mesmo, pô. Tu consegue segurar? - Ela assentiu. Fomos em direção ao carro ainda conversando, pô. O papo tava gostoso, real? Depois que a Luna descobriu a gravidez nos dois tava dando certo pra caralho, pô. Eu tava até surpreso com isso, antigamente não conseguia ficar dois minutos sem brigas era um bagulho insuportável.

Parei em frente ao restaurante em que geral comprava, coisa bacana mesmo no morro. Elas desceram primeiro e eu estacionei o carro. Quando eu sair do carro já fui vendo o quanto tava cheio.

Nesse horário quase ficava ninguém, po. Será que esse povo num tem casa não?! Eu caminhei em direção as duas e já me sentei de frente pra Luna, que já me olhava com a cara fechada.

Fernando : Tu já fez o pedido? - Ela só balançou a cabeça assentindo. - Qual foi? Não tô te entendendo.

Luna : Tem que entender agora? - Disse toda ignorante.

Fernando : Não começa, em.

Luna : O povo tá me olhando com uma cara de deboche que só Deus. - Olhei em volta só vendo só uns caras que mexiam la na boca. Ele me olharam e eu Balancei a cabeça cumprimentando e voltei a olhar pra ela. - As meninas ali mesmo, pô.

Olhei de volta vendo um grupo nos olhando com todo "cuidado" pprt? Não conhecia uma, cara. Eu respirei fundo e peguei o meu celular ignorando aquilo tudo.

Luna : Vai pagar de louco mesmo? - Segurei a onda. Pô, comemorei o bagulho cedo demais, pprt.

Fernando : Deixa olhar, ué. Tu deve alguma coisa ? - Perguntei sem olhar.

Luna ; Eu não, ué. Mas tu...eu não duvido nada que....- Ja cortei.

Fernando ; Pô, Luna. Não viaja, cara. Se eu já tiver ficado alguém ali, foi quando eu tava solteiro. Eu não sou tão moleque de meter uma criança na tua barriga e sair te chifrando não. - Olhei pra mãe dela que mexia no celular, não envolvendo na nossa discursão. - Vou ficar rendendo isso contigo não, se tu quiser eu meto marcha e você continua aí. - Ela ficou calada.