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Wn
Um tempo depois

Wn : Tu não dorme? Tem que dormir pra me dar um pouquinho de descanso, pô. - Disse pra ela que sorriu e eu logo peguei ela no colo. Essa garota tava esperta demais. Se deixasse ela sumia se arrastando pela casa toda. Tava botando terror.

E lá estava eu, com a minha irmã indo visitar o pai dela. Ele tava ruim, pô. E eu não podia deixar de fazer ela lembrar dele, independente de qualquer bagulho o erro dele foi comigo não com ela.

Lorena também falou pra caralho na minha cabeça, sem lógica. cismou que nós dois tínhamos que aprender sobre o perdão e agora tá nessa. Acabei de pegar as bolsas da Dani e fechei o carro.

Quando estávamos chegando na recepção demos de cara com o Nunes, ele me olhou e logo depois os seus olhos desviaram para a minha irmã.

Nunes : Ela tá enorme! - Disse pegando ela no colo, ela se remexeu mas ficou.

Wn : Ta sim, pô. O tempo passa rápido demais.

Nunes : Tá uma graça, menor. - Assenti ajeitando a mochila dela nas costas. - Vem! - Fui seguindo ele e logo nós entramos num corredor mais afastado dos outros. Foi quando ele abriu a porta e eu visualizei o quarto escuro. - O Baiano, olha quem veio te ver, cara. - Disse acendendo a luz e eu logo o vi na cama. Fiquei de longe enquanto o Nunes levava a garota pra ele ver.

Dava pena,  nmrl mesmo. Ele tava magro, diferente e nem parecia aquele homem que botava terror em geral, tlgd? Eu tava com pena dele, não tinha como não ter. O Nunes ficou brincando com ela perto dele e ele tentando sorrir. Foi quando ele olhou pra mim e eu desviei o olhar.

Nunes : Eu vou comprar um suco pra ela, você fica aqui? - Assenti. Ele foi em direção a porta com a minha irmã e assim que ele fechou, o silêncio reinou.

Baiano : Tá com medo de mim? - Disse depois de um tempo.

Wn : Medo? - Dei uma risada irônica. - Tô com pena, Baiano. Isso sim. - Ele ficou calado.

Baiano : Eu não quero que tenha pena de mim, tu sabe bem o que eu quero! - Eu pela primeira vez senti a minha garganta coçar. Eu tinha vontade de falar muita coisa, pô. Mas eu não ia. - A gente tem tanto pra conversar, garoto. Vem cá!

Olhei pra ele e passei a mão no rosto. Eu só estava nesse maldito lugar por causa de Lorena, era a única que me fazia mudar de ideia.

Mas lá no fundo, eu sentir que tinha que vir. Por alguma razão...

Baiano : Eu só peço o seu perdão, apenas isso. - Disse assim que eu aproximei. -

Wn : A porcaria do seu perdão não vai trazer minha infância, a minha inocência e muito menos a minha coroa de volta. - Disse desviando o olhar.

Baiano : Eu já disse que sinto muito. - Disse com dificuldades. - Naquela época eu era egoísta, Wendel. Eu fui perceber a merda que eu fiz depois. Eu não tinha como voltar a trás.

Wn : Você só sentiu depois de tudo? Deveria ter sentido antes. Porra! Eu era só uma criança, não queria nada demais, apenas a porra do teu carinho mas o seu querido morro tava envolvido. - Disse abrindo um sorriso sarcástico.  - Ninguém nunca foi mais valioso que seu morro. A família nunca seria valiosa em vista da porcaria do seu morro. E agora, Baiano? Teu morro vai te ajudar como nessa situação ?- Ele ficou calado. - Eu era só um moleque tentando chamar a merda da sua atenção. Eu tinha orgulho de tu ser meu pai. A única pessoa que destruiu isso afeto foi tu mesmo.

Baiano : Tu demorou esse tempo todo pra desabafar? - Fiquei calado sentindo o nariz arder.

Fui sair mas o mesmo começou a falar  me fazendo apenas encostar a mão na porta.

Morro dos Homens Onde as histórias ganham vida. Descobre agora