18.

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Pov Maraisa

- Você está bem? - Bruno pergunta tocando no meu braço - Está pálida.

- Estou, eu só... discuti com a Lila - Sorrio fraco - Pedi para ela ir embora da minha casa.

- O que ela te falou?

Olho para ele e não respondo, principalmente porque o que ela disse me machucou muito e as palavras ainda estão martelando na minha cabeça. Murilo disse que não sou confiável e ela acreditou nele, no seu ex tóxico, que fez o inferno na vida dela e eu ainda tenho medo deles voltarem e caso isso venha a acontecer, infelizmente, vou ter cortar o laço dos dois, porque meu filho não vai ter contato com um homem ele, se Marília quiser ficar com ele, vai me machucar, mas é uma escolha sua, mas Léo ter uma infância saudável, é totalmente minha.

- Vocês terminaram, Mara?

- Eu não sei... - Sorrio fraco e dou de ombros - Ela sempre vai ouvir o Murilo, não quero... não quero me machucar de novo assim, Bruno.

Bruno se aproxima de mim e beija a minha cabeça, me abraçando com força.

- Mara... não é por nada, mas eu pesquisei sobre a vida do Murilo.

- O que tem?

- Não é o primeiro relacionamento tóxico que ele tem - Bruno dá de ombros - Ele já terminou um noivado no passado, por que a mulher estava grávida e encontrou a Marília.

- Por que ele não terminou com ela?

- Provavelmente pelo sobrenome dela e como a Marília não quer se envolver, ele pegou os negócios dela.

Sei que Murilo é um babaca, mas a ponto de terminar com uma pessoa, por causa de um filho, tem que ser muito mal caráter. Mesmo não querendo saber mais nada da família Mendonça, algo me diz que tem muita sujeira por baixo disso, além do escândalo que foi publicar aquele jornal falando sobre as dívidas da família de Marília, não falamos sobre eles expulsarem pessoas para ter as terras, deixando diversas famílias desabrigadas. Eu poderia falar disso, mas sei como iria machucar Marília e eu não quero isso, jamais faria isso com ela.

- Mamãe, a mamãe Lila não vai dormir aqui hoje? - Léo pergunta correndo para dentro da casa - Ela não voltou ainda.

- Ela não vai dormir aqui hoje, Léo - Explico para o pequeno - Não sabemos quando agora.

- Vocês tão de mal, mamãe?

- Sim, amor...

Ele fica chateado e concorda com a cabeça, saindo do quarto, enquanto eu abraço com mais força as minhas pernas. Bruno me olha preocupado e beija a minha cabeça novamente.

- Eu amo ela, mas se eu tiver que ficar entre os dois, eu saio e se ela quiser me preocurar, eu vou estar aqui.

- Ela parece te amar...

- É... Murilo deve ter falado algo para ela, só isso.

Ele concorda com a cabeça e olha para o relógio, vendo que já está tarde, se despedindo de mim e indo embora da minha casa. Quando fica só eu e meu pequeno, Léo vem para a cama, com a sua naninha em mãos, totalmente triste e desanimado. Ele sobe na cama e deita do meu lado, sei que ele quer chorar.

- Léo...

- Por que ela não vem, mamãe?

- As vezes... as vezes coisas acontecem e a gente não entende no começo - Explico beijando a sua cabeça - Ela vai voltar para ficar com você.

- E com você?

- Eu não sei...

- Mas... mas se ela não for ser a sua namorada, ela não vai ser mais a minha mamãe.

- Não é verdade - Nego com a cabeça - Ela pode ser a sua mamãe, sem ser a minha namorada.

- Mas assim eu não quero...

- É... nem eu.

Deito do seu lado e ele se encaixa nós meus braços, abraçado com a sua naninha e a chupeta na boca, sempre foi assim, as vezes pode mudar, mas no final volta ser nós dois.

- Boa noite, amor...

- Boa noite, mamãe...

///

- Tchau, mamãe... - Léo abraça meu pescoço com força - Eu já volto, tá bom?

- Tá bom, amor...

Maiara desce com Léo no colo e Luísa se aproxima de mim, sei que ela quer falar sobre Marília, mas a última coisa que eu quero é ouvir ela defendendo a sua irmã.

- Mara...

- Eu não quero falar sobre ela agora - Sorrio fraco - Desculpa.

- Murilo colocou na cabeça dela que o Léo dela está vivo, Mara - Luisa me explica - Ela... é sensível nesse aspecto, deve estar acreditando nele e disse aquilo.

- Como assim pode estar vivo?

- É besteira, é porque ninguém realmente viu o bebê - Ela dá de ombros - Nem eu vi ele, porque me tiraram da sala antes, os únicos que viram foram os enfermeiros e o próprio Murilo.

- E ela desmaiou...

- É... mas eu só ouvi o começo do choro, não teve nada além disso.

- Mas... e se... e se o Murilo tiver tentando se livrar do próprio filho?

- Não sei... não entendo o porquê.

Porque seria o primeiro sucessor da herança de Marília, não iria mais depender dele e sim do pequeno e sem contar que Murilo já disse que odeia crianças. Mas se ele tivesse feito isso, alguém teria visto, a não ser se ele pagou até os enfermeiros. Mas se o filho dela realmente tiver morto, vai ter uma carta de óbito e sempre fica no hospital, em meio aos documentos.

- Você sabe que hospital ela teve o bebê?

- Sei...

- Me passa o endereço, por favor.

- Tudo bem, eu te mando - Luísa da de ombros - O que você vai fazer?

- Nada... eu só... quero ver uma coisa.

Luísa me passa o endereço e eu pego meu carro, rapidamente indo até o hospital. Quando chego, vejo o nome Mendonça, espalhado por todo o lugar, a família da loira é o patrocinador do lugar. Vou para a secretária e peço o relatório do pequeno.

- Léo Mendonça - Falo para ela - Queria saber se eu posso ter acesso a carta de óbito dele.

- Você é parente?

- Sou tia, Luísa Mendonça - Tento ser convincente - Eu estava com Marília Mendonça, no dia.

- Tudo bem...

A moça digita e procura pelo sistema por longos minutos, mas não encontra nada, virando o computador para mim.

- Não temos nenhuma passagem de recém nascido com esse nome - Ela me explica - Ele não foi cadastrado aqui e se tivesse morrido no hospital, teríamos acesso a carta de óbito.

- Então... ele não morreu.

- Aqui não.

- Obrigada...

Léo está vivo, ele não morreu aqui, Murilo pode ter desaparecido com o próprio filho, preciso avisar isso para a loira. Saio correndo do hospital e tento ligar para Marília várias vezes, mas a loira não me atende. Vou para a minha casa o mais rápido possível e quando subo para o meu apartamento, a porta está aberta e eu saio correndo para dentro, encontrando Murilo na minha sala.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto nervosa.

Marília saí do quarto, com os olhos cheios de lágrimas e a naninha do Léo na mão.

- Lila...

- Cadê o Léo, Maraisa? - Ela pergunta me olhando totalmente nervosa.

Se ela soubesse (Malila)Where stories live. Discover now