15.

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Pov Marília

- Obrigada, tia Lila - Meu paciente fala me abraçando.

- Não é para sair nesse frio sem blusa - Aviso o pequeno - Pede para a sua mamãe colocar a blusa em você.

- Tá bom.

Ele saí da sala saltitante junto com a sua mãe, arrancando um sorriso do meu rosto, mas esse sorriso dobra de tamanho, quando eu vejo Maraisa me ligando.

- Oi, Mara.

- Oi, Lila, eu quero saber se você quer almoçar comigo hoje? - Ela pergunta devagar - Nós duas.

- Está me chamando para um encontro?

- Sim, para você pagar a minha conta.

Reviro meus olhos ao ouvir a risada da morena e continuo ouvindo a sua voz, sem conseguir controlar o sorriso bobo dos meus lábios.

- Eu posso e eu pago a sua conta - Falo rindo e me levanto para sair.

- Posso pelo menos buscar a minha dama?

- Sua? Achei que era um relacionamento aberto - Brinco só para provocar - Ou você mudou de ideia?

- Quem fecha a cara de ciúmes é você - Ela se defende - Não eu.

- Eu nunca fiz isso.

- Passo em dez minutos.

- Tudo bem...

Desligo a chamada e termino de organizar a minha mesa, me preparando para sair. Estamos vivendo um momento tão gostoso, que eu estou começando a esquecer o que geralmente me preocupava, que me trazia ansiedade, conseguindo passar aos poucos por esse luto. É tão engraçado como em semanas, uma pessoa entra na sua vida e muda todo esse ciclo, de uma maneira absolutamente avalassadora, mas sem ser assustador, é reconfortante, por isso eu amo tanto.

Quando vou sair da sala, abro a porta e dou de cara com Murilo. Ele parece apreensivo, conheço o homem o suficiente para entender que ele está escondendo algo.

- Oi, podemos conversar? - Ele pergunta me olhando.

- Eu tenho compromisso agora, Murilo.

- É sobre o nosso filho, Marília.

- Não começa com isso - Peço tentando passar por ele - Por favor.

Murilo segura meu braço com força e sobe uma das suas mãos para o meu rosto, alisando a minha pele. Tiro a sua mão do meu rosto e puxo meu braço, afastando o homem.

- Outra pessoa pode ter sequestrado o Léo, Lila - Ele fala se aproximando de mim - Quando ele ainda estava no hospital.

- Você disse que ele estava morto...

- Foi o que me disseram, meu amor - Murilo segura meu rosto novamente - Mas eu decidi investigar isso a fundo, eu não vi o corpo do nosso pequeno.

- Você tem certeza disso?

- Tenho...

Fico olhando nós seus olhos, tentando achar a verdade. Teria que ser uma pessoa muito ruim para mentir sobre isso, principalmente quando ele é o pai do nosso filho, mas ao mesmo tempo que eu penso nisso, tenho receio de cair na mentira dele novamente e voltar para esse relacionamento tóxico e invasivo.

- Podemos voltar, Lila...

- Eu estou com a Maraisa - Sorrio de lado e tiro a sua mão - Não... não vou voltar para você.

- Aquela Maraisa? - Ele pergunta apontando para a porta.

- O quê?

Quando olho para trás, Maraisa está indo embora do hospital, tento ir atrás dela, mas Murilo segura meu braço, me impossibilitado de ir atrás da morena.

Se ela soubesse (Malila)Where stories live. Discover now