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Pov Maraisa

- Oi, Léo...

- O Léo não quer ficar sozinho, mamãe - Ele resmunga sentando no meu colo.

- Pode ficar com a mamãe então - Falo mexendo no meu notebook - Você acordou cedo hoje.

- É...

Deixo um beijo na sua cabeça e sinto o cheirinho de bebê do seu corpo, trazendo calmaria para o meu corpo. Ele deita a cabeça no meu ombro e fica olhando o que eu estou fazendo no meu computador, sem dizer nada, nunca vi uma criança tão mal-humorada pela manhã. Ele está vestindo seu macacão de Leão, arrancando um sorriso do meu rosto, lembrando a noite que eu encontrei o pequeno enrolado em uma coberta com vários leão e o seu nome bordado.

" - Então é sério isso? - Grito com Danilo - Você vai terminar comigo porque eu não quero me casar com você?

- Casar é o passo mais importante de qualquer relacionamento.

- Eu não me sinto pronta - Falo nervosa - Não me sinto pronta para ter uma relação assim, eu tenho vinte e seis anos, não quero me casar.

- Então pronto, Maraisa - Ele grita apontando o dedo no meu peito - Não corre atrás de mim, se contente com a sua vidinha.

- Eu não preciso de você para nada, seu imbecil.

- Não precisa? - Ele pergunta rindo - Você mora na minha casa, come da minha comida, você precisa de mim.

Pego minha bolsa nervosa e saio da casa, com lágrimas nós olhos, não é a nossa primeira discussão assim. Quando estou caminhando sem rumo, escuto um choro e sigo o som, encontrando uma bolsa jogada no chão, fazendo eu me aproximar. Me abaixo para ver melhor, abro a bolsa devagar, com as mãos trêmulas e encontro um bebê, com o rostinho totalmente vermelho pelo choro, coberto por um cobertor e totalmente sem roupa, parece ser recém-nascido.

- Oi... - Sussuro pegando ele no colo e quando arrumo a sua coberta, vejo o nome bordado - Oi, Léo...

Quando ele sente o calor do meu corpo, para de chorar aos poucos e me olha com os olhinhos cheios de lágrimas. Minha única reação é cobrir mais o seu corpo e procurar algum hotel para ficar."

Esse dia foi um muito de emoções e sentimentos, tinha terminado um relacionamento de dois anos, fiquei sem casa e encontrei o Léo, a coisa mais preciosa da minha vida. Depois disso, tive que dar um rumo na minha vida, tive que alugar um apartamento, dei um tempo na minha carreira para dar atenção total ao crescimento do Léo, tirei um período da minha vida para ele, mas agora estou de volta para o mundo do jornalismo.

- A tia Mai vai vir hoje, mamãe? - Ele pergunta com a chupeta na boca.

- Vai, amor...

- Ela vai ficar comigo?

- Vai.

- E a tia Lau, mamãe?

- Ela vai vir mais tarde também - Falo beijando seu pescoço - Você tá com saudade delas?

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora