Capítulo 10

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Tinha sido uma manhã estranha, no mínimo diferente e completamente fora da minha rotina. Acordei com braços fortes me rodeando, me abraçando apertado contra um corpo grande e quente. Não precisava me virar para ver o belo rosto, mas eu queria muito admirar por um pouco mais de tempo o homem que tinha me deixado queimando de desejo com apenas um toque.

Me virei dentro de seus braços e ele apenas moveu o braço me dando espaço para mudar de posição, mas sem nunca acordar, nem mesmo abriu os olhos ao fazê-lo, parecendo acostumado de mais com aquela situação.

Encarei diante dos meus olhos o rosto sereno adormecido, os cabelos dourados brilhando ainda mais diante da luz que entrava pela fresta da janela, a barba cheia emoldurando os lábios, escondendo boa parte daquela boca deliciosa.

Me dava uma vontade imensa de segurar com força seus cabelos e devorar aqueles lábios, mas me contive e continuei minha analise, o peito descoberto subia e descia, calmo em seu sono, as tatuagens bem intrincadas me chamando a atenção e mais uma vez me dando vontade de percorrer minhas mãos por seu corpo todo.

Decidida a não atrapalhar o sono do pobre homem, que teve uma noite de cão socorrendo a mãe, eu me esquivei devagar até estar fora de seus braços e longe do seu calor.

Fui até o banheiro tentando calcular o que faria para o café, mas minha cabeça parecia mais ocupada com lembrar da noite passada. As mãos grandes sobre meu corpo, a vontade quase insana de transarmos de uma vez por todas, mas ao mesmo tempo não queríamos despertar o pequeno, era uma loucura, uma mistura de fazer o que desejávamos e manter a sanidade.

Isso ajudou a intensificar tudo, como se o mero detalhe de ser ele já não fizesse tudo ainda mais intenso, apenas um toque, um impulsionar de quadris parecia nos deixar mais a beira do precipício, a um fio de gozarmos ainda vestidos.

Meus lábios estavam inchados por passar muito tempo beijando aquele homem bruto, a barba fez um ótimo trabalho de marcar minha pele, que mesmo negra mostrava aqui e ali os resultados de ter aquele homem. Tinha certeza que a marca na curva do meu pescoço era um resultado de sua boca.

Eu sorri para o maldito espelho como uma adolescente boba. O que estava acontecendo comigo?

Quando abri a porta me deparei com a cabeleira loira, mas dessa vez era a mini versão dela.

— Will querido, já acordado?

— Eu acodo cedo, mas papai só no almoço. — encarei a figurinha a minha frente ainda esfregando os olhinhos. — Tô com fome. — ele falou sem a timidez de antes.

— Que tal você lavar o rosto e a gente correr na padaria pra ver o que tem de bom por lá?

Rapidamente ele acenou com a cabeça concordando e substituindo meu lugar no banheiro. Aproveitei o tempo para mandar uma mensagem para Erik, avisando que chegaria atrasada hoje. Não queria estipular um horário ou colocar eles para fora.

Enquanto caminhávamos na rua Will não parava de falar, dessa vez me contando como seu pai nunca acordava para tomar café, o que a avó fazia e falando mais da sua grande família. Deixei que ele escolhesse o que queria comer e então voltamos com as sacolas.

Quando entrei ao lado do tagarelante demos de cara com o pai dele nos encarando, senti meu rosto se esticar quase que em automático quando os seus olhos encontraram os meus, mas o homem parecia diferente de ontem e não retribuiu o sorriso.

Durante todo o café ele parecia se manter distante, longe por algum motivo que não me disse em nenhum momento. Não era como se estivesse indiferente, eu via seu rosto me procurando, os olhos me esquadrinhando, mas ele não se aproximou ou disse mais do que algumas palavras desinteressadas.

Amor de Motoqueiro - Concluído Where stories live. Discover now