La Cena (The Dinner - Part 1)

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Simone tinha aceitado o convite de me visitar e isso fez com que eu mal conseguisse dormir a noite. Para minha felicidade o dia passou rápido no inicio da manhã, pisquei e já estava me despedindo da minha melhor amiga que ia escapar a noite toda.

– Faça tudo o que eu gostaria de fazer e não faço por não ter a oportunidade.– Ela brincou e eu belisquei a bunda dela, o que resultou em um grito.
– Eu te amo, D.– Puxei seus braços para conseguir manter ela dentro do meu abraço.
– Eu te amo mais.– Ela beijou minha bochecha, o que foi um espanto, depois saiu do apartamento.

Optei por me arrumar logo, não sabia a hora exata que Simone chegaria, então decidi ficar pronta. Era por volta das 18hrs quando juntei todos os ingredientes do jantar, coloquei em cima do balcão e dei início ao preparo. Meu cabelo estava preso em um coque alto e desajeitado, fazendo com que alguns fios caíssem em meu rosto. Estava com um vestido vermelho, justo e curto. O avental que estava por cima apertava meu corpo e já estava com respingos do vinho tinto que usara em uma receita, que era diferente do vinho que tinha na taça que segurava na destra. Castello di ama chianti, ou só Chianti, ótimo vinho Italiano. Estava pegando o gosto de Simone para bebidas. As luzes do apartamento estavam baixas, no som tocava "Just One Of Those Things" na voz de Frank Sinatra. Passei horas cozinhando no prazer da minha própria companhia e tudo ficou ainda melhor depois do toque da campainha.

– Você veio.– Falei surpresa, por um breve momento achei que ela tinha desistido.
– Estou aqui.– Simone carregava outra garrafa de vinho nas mãos, era o clichê mais gostoso que eu já tive a sorte de viver.
– Entra.– Dei espaço para ela passar e assim fez, parando apenas para me dar um beijo na bochecha. – Está quase pronto, prometo.– Segui em direção à cozinha e voltei a minha atenção para a panela.
– O cheiro está ótimo.– Ela tentou espiar por cima do meu ombro e eu precisei empurrar ela com o quadril.
– Pode sentar que eu já vou levar.– Virei parcialmente o rosto, o suficiente para roubar um beijinho rápido.

Simone se sentou como eu mandei, terminei de ajeitar tudo no prato e logo posicionei na mesa, servi nossas taças com o vinho, tirei o avental, ajeitei os cabelos e puxei a minha cadeira para ficar mais perto dela.

– Risoto de funghi com medalhão de filé mignon ao molho gorgonzola.– Revelei o prato, mesmo já sendo óbvio aos olhos. – Bem-vinda à Itália bem fora do padrão, meu amor.– Levantei a taça e Simone brindou comigo, enquanto ria.
– Você é ótima, Soraya.– Ela deu um gole na bebida e se espantou com o sabor.

Seguimos muito bem com o jantar, a comida estava ótima, a música, o assunto, o vinho e a companhia também. Acabamos contando toda nossa vida uma para outra, família, detalhes do primeiro beijo e da primeira vez que dormimos com alguém. Estava tudo tão perfeito e parecia que a noite era infinita.

– E te ajuda mesmo?– Ela falou impressionada. Sua mão disponível acariciava minha coxa.
– Sim. Passo um pouquinho na palma da mão e depois massageio, quase sempre dá certo.– Dei um gole no vinho. Faltava pouco para terminar a segunda garrafa. – Aromaterapia. – Concluí.
– Interessante. – Ela afastou a taça que segurava e usou as mãos para abrir um pouco sua camisa, o álcool estava esquentando nossos corpos e automaticamente dando calor.

Meus olhos sempre eram ímãs para o decote de Simone, era impossível não reparar em seus lindos seios e como ficavam ainda mais bonitos quando eram sustentados por um sutiã menor, saltavam para fora e pareciam ainda maiores. Precisei desviar o olhar e engolir seco, já tínhamos um nível maior de intimidade, mas ela sempre me deixava desconcertada.

– Tudo bem?– Ela usou o indicador para virar meu rosto outra vez e olhar em meus olhos.
– Sim. Tudo ótimo.– Deixei um sorriso fraco contornar meus lábios e finalmente ela me beijou.

Larguei a taça também e levei ambas as mãos para segurar o rosto de Simone, enquanto ela abraçava minha cintura e dava continuidade ao beijo que ressaltava o sabor do vinho, parecia que eu estava comendo a própria uva Sangiovese.
– Acho que está na hora da sobremesa.– Sussurrei e me afastei da mesa. Caminhei até a geladeira e apanhei a calda de licor de cereja que tinha feito para comer com chocolate e voltei somente com ela. Afastei um pouco a mesa com a cintura e me sentei no colo da morena, de frente para ela, usei uma das mãos para abrir mais sua camisa e despejei a calda na parte exposta de seus seios com a outra.
A imensa fome que surgiu em mim quando observei sua pele suja, era impossível descrever em palavras. Levei a língua para limpar o doce do seu corpo, mas tratava de sujar sempre um pouco mais. Logo seu pescoço, seios e boca também estavam grudando, foi toda parte de seu corpo que aproveitei.

– Bom, agora acho que você precisa de um banho.– Sussurrei com a boca colada em sua bochecha e me levantei.

Fui tirando cada peça de roupa que cobria meu corpo enquanto caminhava em direção ao banheiro e Simone que não era boba, fez o mesmo. Liguei o chuveiro e em tão pouco tempo o cômodo já estava coberto com a névoa branca. Simone me beijou sob a água morna e sua mão percorreu todo meu corpo, ela me virou e me empurrou em direção ao box do banheiro, me fazendo arfar com o contato dos meus seios desnudos contra o vidro gelado. Automaticamente joguei minha cabeça para trás e recebi o sustento do corpo dela que estava colado ao meu, ela aproveitou a posição para levar uma de suas mãos entre as minhas pernas e me tocar ali, enquanto seus beijos percorriam meu pescoço. Seus dedos deslizavam em mim com facilidade, era inexplicável o prazer exorbitante que ela me fazia sentir e eu a recompensava com gemidos longos e altos. 

Precisei fugir dela depois do segundo orgasmo, a morena era insaciável quando se tratava de mim. Quanto mais tinha, mais queria. Enrolei meu corpo com a toalha e corri para o quarto, foi só pisar o pé no cômodo para ser supreendida por Simone que me agarrou outra vez e me jogou na cama, acabei rindo do comportamento. Tirou meus cabelos molhados do rosto e me beijou, dessa vez com calma e delicadeza, aos poucos fui descendo a mão por entre seus seios, pela barriga, até chegar ao meio de suas pernas. Simone não recuou, apenas me puxou para mais perto, e então começou a me tocar também. O ritmo era semelhante, começou lento e logo tomou forma, ficou intenso e fez nossas bocas se encherem com os gemidos mais gostosos de se ouvir. Chegamos ao ápice juntas. Foi diferente de tudo, foi a primeira vez que fizemos amor. Acabei sentindo um aperto no peito em pensar que aquela não era minha vida de fato, em pensar que não ia viver aquilo todos os dias, a realidade era outra e machucava ter o pressentimento ruim do nosso afastamento.

– Eu te amo, Simone.– A voz era fraca, trêmula, demonstrava minha imensa vontade de chorar.

Ela não falou nada, somente me puxou para um abraço. E, nessa noite, ao dormir sobre o peito de Simone, tive a melhor noite de prazer da minha vida.

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