Bom...
Usa essa metade pra pagar umas aulinhas de reforço do fundamental
Tá precisando

Se fuder
Tu não consegue ser gentil por mais de 5 minutos mesmo
4 minutos e meio é teu recorde

Tenho um recorde melhor em outra coisa

Ai que nojo
Tchau!
Obrigada pelo pix
Precisar de mais alguma cois já sabe
Só mandar 500tão
Manda um beijo pro Scar
Fico feliz que ele gostou e ficou uma fofura com o presente

Obrigado pelo presente!

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Não respondi mais nada, afinal já era fora do comum estar conversando com aquele ser normalmente por mais de 1 minuto completo.

O falatório continuava e eu agradeci imensamente ao analisar o relógio e perceber que tinha dado meu horário.

Litealmente corri pra não perder o metrô.

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A semana tinha passado rápido pela rotina corrida que estava pra consciliar trabalho, faculdade e ainda conseguir visitar meu pai no hospital. 
Por sorte já era domingo, e meu patriarca tinha recebido alta no dia anterior.

O almoço em familia rolava da forma mais caótica possivel, e meu pai nem parecia que tinha quase ido de Santos cerca de uma semana atrás.

- Eu acho que isso nem deveria está entrando em discussão - Yuná falou dando de ombros - Só a Teçá mesmo pra considerar recusar ir ver um jogo na area VIP 

- Nem de futebol você gosta, garota

- Pra você ter noção, até eu que odeio ver homem suado correndo atrás de bola não seria capaz de recusar um presente desses - rebateu 

- Não foi presente - esclareci - Eu ganhei dignamente numa partida de sinuca 

- Minha garota! - papai me exaltou 

- O que ainda não entendi foi, como você conheceu esse rapaz, minha filha? - minha mãe perguntou, e assim consegui a atenção de todos os olhos curiosos da mesa 

- Eu já contei que esbarrei com ele saindo de um desses rolês que a Marisa me arrastava

- Mas entre um esbarrão e ele te dar um ingresso chique desses, existe um abismo no meio - foi a vez do Casseb se meter, tendo a concordância de todo o restante da mesa 

- Não sei, só sei que foi assim - fiz uma referencia ao filme classico nacional, mas apenas meus pais e meu irmão mais velho entenderam 

- Minha filha, uma chance dessas não se perde assim - meu pai voltou ao ponto inicial - Eu já estou melhor, e tô cheio de enfermeiros dessas vez - continuou tentando me convencer - Além do mais, o Yuri é um cara legal. Só é meio perna de pau, as vezes, mas é do timão.

- PAPAI - adverti, morrendo de vergonha 

- Qual é? Eu vi o jeito que ele tratou você no dia daquele jogo Tete, e conheço como homem é - ele continuou e eu neguei com a cabeça 

- Se eu for, vocês prometem parar com essa conversa? - todos acenaram positivamente com a cabeça, e mesmo sabendo que aquilo era só o inicio para que eles continuassem a falar ainda mais dei o braço a torcer e decidi ir.

O almoço seguiu sem que eu voltasse a ser o foco daquela loucuragem toda, e no final ficamos Casseb, eu e Yuná ajeitando a cozinha, afinal minha mãe precisava de um descanso.

- Você sabe que eles não vão deixar essa história do jogador morrer, né? - Meu irmão mais velho disse enquanto pegava a louça da minha mão para poder guardar no armário 

Assenti, e tanto ele quanto a pirralha riram da minha cara. 

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Nem tive tempo de descansar pós almoço, afinal se fizesse isso iria me atrasar pro jogo.
O que não aconteceu... Eram pouco mais de 15 horas quando atravessei a porta de vidro que dava acesso a zona privada - uma especie de camarote reservado para os amigos e as familias dos jogadores, e eu não fazia parte de nenhum dos dois grupos. 

Avistei de longe as conjujes dos jogadores com quem confraternizei pouco mais de uma semana atrás, mas elas sequer pareciam lembrar de mim. 
A quem eu queria enganar, eu não fazia parte daquele lugar.

Pelo enorme vitral que havia ali, era possivel ver a torcida organizada do outro lado montando os mosaicos e fazendo a festa.

Aquele sim era o meu lugar. 

Não pensei duas vezes antes de sair pela mesma porta automática que havia atravessado minutos atrás, tentando caminhar por entre as pessoas pra chegar até o outro lado da torcida.

Mas pelo horário, estava um congestinamento de pessoas, até mesmo nesse setor de rico.
Acabei trombando com o braço de alguém, e por muito pouco não derrubo o salgadinho que ele tinha na mão. 

- Desculpa! - falei, virando pra entregar o pacote para o dono, me surpreendendo com quem meus olhos miram 

- Tudo bem, tá um caos aqui mesmo - o tatuado responde pegando o salgadinho da minha mão - Se serve de conselho, acho melhor você voltar pra cabine enquanto ainda tá perto. Creio que se você for tentar pegar algo, não consegue voltar antes da metade do primeiro tempo... Experiencia própria - Diz mostrando além do salgadinho, alguns doces e uma garrafinha de água

- Não, eu não pretendo voltar. Já estava indo 

- Ué, mas o jogo nem começou, mulher - ele estranha e me puxa pelo braço pra um local menos congestionado - Você tem esse costume de ir embora no meio do rolê, né?! - Ele questionou retoricamente, e era estranho pensar em estar tendo uma conversa civilizada com ele - Veio com quem? Não tá abandonando seus amigos de novo? 

- Não, dessa vez vim sozinha - respondi um pouco atordoada - Você não deveria tá ali? - perguntei apontando pro mesmo vitral, só que agora de uma sala diferente, de onde dava pra ver os jogadores dos dois times se preparando 

- Estou suspenso - deu de ombros - E como é clássico decidi vir, nem que fosse só pra assistir - E você? Vai me explicar, porque estava indo embora? 

- Na verdade eu só estava tentando chegar na arquibancada

- Agora que não tô entendendo legal mesmo - olhou pro meu busto onde estava localizado a credencial, demorando bem mais que o necessário por ali - Você tá com o acesso do VIP, e ia descer pra arquibancada? - concordei com a cabeça

- Não conheço ninguém aqui

- Conhece alguém de lá? - neguei - Então que diferença faz?

- A diferença é que com eles... - apontei pra arquibancada atraves da grande janela de vidro  - Eu sei socializar

- Você é estranha - falou, mas não de um jeito ofensivo 

- Eu sei - dei de ombros 

- Mas agora você me conhece, e pode ficar ali sentadinha comigo vendo seu time ser amaçado 

- Ai garoto, me economiza , vai? - respondi, já procurando um jeito de sair dali sem ter que encarar aquela manada de gente novamente 

- Você sabe que não vai conseguir sair daqui agora, né menina india - ele afirmou, parecendo ler meus pensamentos - Não vai morrer se assistir o primeiro tempo daqui

- Eu não duvidaria disso 

Mas como não tinha outra saida, fiquei.
E até que não foi tão péssimo.

Sorte • Diego CostaWhere stories live. Discover now