Horror

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Edgar

    Eu não quero que ela vá, não quero que ela diga que vai embora, eu queria que essa mentira se tornasse real para que eu possa cuidar dela. depois que almoçamos, ela escovou os dentes e eu também, depois a deixei confortavel na cama, levei a bandeija para a cozinha e quando voltei ela já tinha escolhido um filme, era uma comédia, Jumanj, deitei na cama com ela, no início um pouco distante, mas logo cheguei mais perto e a puxei para meus braços, ela sorriu e pareceu gosta, respiro fundo seu cheiro, tô muito ferrado, agora ela está dormindo em meus braços e eu não vou mentir, a sensação é tão boa que eu também sinto sono.

  Acordo e percebo que o filme acabou, está passando outro filme- acho que eu dormi muito, Helen não está mais em meu peito, esfregou os olhos e a vejo ao meu lado sentada e chorando, ela funga e eu fico preocupado, antes mesmo que eu a pergunte ela vai logo dizendo.

Helen- Que filme horrível- ela funga novamente e seca as lágrimas - como pode um autor ser tão perverso, cria um personagem, faz a gente se apaixonar por ele, torcer para que ele encontre a felicidade e fique com o amor de sua vida, mas o mata no final, isso não é de extrema maldade?- ela me olha com os olhos cheios de lágrimas, sorriu, vou até ela a abraço, como uma pessoa pode ser tão incrível? chora com um filme como uma menina, mas é muito mulher para peitar a cobra da Emanuele sem titubear.

Edgar- Acho que ele foi realista, na vida também é assim, nem sempre podemos ficar com quem amamos- ela suspira.

Helen- isso é verdade- ok! ela não tem namorado já me disse, mas talvez seja apaixonada por alguém, talvez esse seja o motivo de ela não notar depois de tantas indiretas que dei nela hoje.

Edgar- Você tem um amor assim? um que não pode ter um final feliz?- ela suspira triste.

Helen- Tenho!- ela diz triste e agora eu tenho certeza de que não podemos ficar juntos, meu peito se aperta, eu preciso respirar e sair daqui.

Edgar- Hum eu vou precisar sair, mais tarde volto- ela se afasta e me olha, mas agora está doendo e eu preciso me afastar dela, me levanto da cama.

Helen- Vai ficar aqui comigo á noite?- merda eu lhe prometi, olho pela janela e sei que logo o sol vai se pôr.

Edgar- Talvez- saiu do quarto rápido, vou para meu carro e quando vejo estou aqui sentado na cachoeira, minha vida é tão patética, eu poderia ir para casa do meu amigo desabafar, mas eu não quero falar, só ficar quieto, sentir a dor de não poder tê-la em silêncio.

  horas depois entro no casarão e ele tem alguns casais, a maioria eu conheço, eram amigos de meu pai, eu não me surpreendo se Emanuele chamou eles aqui por que quer achar o próximo trouxa rico, assim como foi com meu pai, cumprimento alguns deles e enquanto faço isso escuto gritos vindo lá de cima, é Helen, que droga será que algum filha da puta invadiu seu quarto? corro o mais rápido possível abro a porta e a encontro no chão caída, apavorado, procuro se tem alguém ali, mas não tem, quando olho em direção onde ela encara vejo um sapo enorme no canto do quarto, merda! eu não devia deixá-la sozinha, sou rápido pego um tecido jogo sobre o sapo e o tiro quarto e atiro da janela do primeiro andar, para o mais longe, vou ao banheiro lavo minha mão, enxugou e ela ainda está no chão, parece em choque.

Edgar- Eu já tirei ele daqui- toco nela e ela se retrai, a pego no colo e a tiro do quarto, a levo para o quarto de hóspedes, a coloco com cuidado na cama - Vamos ficar aqui essa noite ok!- ela não diz nada, só treme, eu sou um imbecil, a deixei só, me deito na cama ao seu lado, ficamos minutos assim até que ela se acalma.

Helen- ele já foi? o sapo- ela pergunta assustada.

Edgar- Já sim, querida!-

Helen- ele atravessou minha frente quando sai do banheiro, me assustei e cai, minha perna agora doí- ela chora.

Edgar- Desculpa! eu deveria está com você, fique aqui só um minuto vou pegar seus remédios- vou o mais rápido possível, pego seus remédios e um jarra de água.

Helen- Obrigada!- responde triste.

Edgar- Você jantou?- ela faz que sim com a cabeça.

Helen- Lari trouxe minha janta- fico aliviado, volto a me deitar ao seu lado.

Edgar- Eu não deveria ter te deixado sozinha- ela suspira.

Helen- Edgar você não pode me proteger ou está comigo 24 horas por dia-

Edgar- Hoje era para passarmos o dia juntos e eu fui covarde e sai, te deixei sozinha, sinto muito- ela passa a mão em meu cabelo e eu amo a sensação.

Helen- Você não é covarde, nem sei por que está dizendo isso, mas está tudo bem, eu só fiquei em choque, é uma fobia entende, estamos em uma fazenda e uma hora isso iria acontecer-

Edgar- Pior é que isso nunca aconteceu, nunca apareceu em meu quarto-

Helen- Iria acontecer uma hora- ela está mais calma e me acalma, como é possível? - Você ainda não jantou né?-

Edgar- Não!-

Helen- Hum, para onde você foi não tinha comida- ela quer saber onde eu estava.

Edgar- Não só mato e frutos, Ah! e uma cachoeira-

Helen- Ela gostou?- impressão minha ou isso era ciúmes? acho graça.

Edgar- Ela quem?-

Helen- A mulher que você estava-

Edgar- Eu estava só, só precisava pensar um pouco- ela suspira.

Helen- Ah! é que a víbora disse hoje que você sempre traiu e nunca ficou sem mulher, então eu pensei que estivesse com uma- diz sem jeito.

Edgar- Eu sempre fui verdadeiro em meus relacionamentos Helen, mas nunca trair,  foi até o contrário, além do mais só tem uma mulher que eu quero e aparentemente ela não me quer- ela sai do meu peito e me encara, meu coração está quase saindo pela boca.

Helen- Quem?- ela sussurra, acho que teve dúvida se perguntava.

Edgar- Você!- ficamos nos encarando, eu não esperava que ela dissesse algo, até por que ela me disse hoje cedo que tinha uma paixão impossível.

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