Perdida

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Helen

Tento abri os olhos, mas a claridade é quase que insuportável para minha dor de cabeça, fecho os olhos e sinto que todo meu corpo está dolorido, não é só a cabeça, solto um gemido involuntário e sinto que tem alguém ao meu lado, abro os olhos agora e vejo tudo ao redor branco, percebo que estou em um hospital, estou com muita sede, olho para o lado e vejo a figura de um homem, ele me observa e não diz nada até o momento, não posso negar ele é extremamente lindo, uma beleza natural e nada extravagante estrangeira, apenas com seus olhos castanhos, será que ele é enfermeiro? Desde quando enfermeiros usam moletom azul e calça jeans?

homem- oi!- enfim ele diz, sinto uma dor aguda na perna e gemo.

Helen- Dor!- olho para minha perna ela está engessada, merda fui atropelada e não morri.

Homem- vou chamar a enfermeira- ele sai do quarto rápido e eu o observo, quem é ele?

Olho para meu corpo e percebo que estou no soro, imagino que quebrei a perna direita pela dor que sinto e o gesso, a dor está piorando e eu começo a me contorcer, droga eu não tenho paz, com minha sorte vão invadir a qualquer momento o hospital e me matar, vejo a enfermeira e o homem entrarem na sala, ela está com uma seringa na mão, eu ainda me contorso de dor, antes que ela me pergunte eu aviso.

Helen- dor perna- ela chega ao meu lado e fala.

Enfermeira- Vou aplicar uma morfina nesse tubo que vai direto em sua veia, logo a dor vai passar- concordo e assim ela faz, é rápido e aos poucos a dor vai se dissipando, respiro com mais calma, olho em volta e o homem ainda me observa, será que ele tá aqui me observando e esperando para me entregar e ganha a recompensa? Ou é um dos bandidos, aliás ele está muito bem vestido para um cara que precisa de dinheiro e não parece pertencer ao local de onde eu vim, mas isso já está estranho.

Enfermeira- Oi, meu nome é Ângela, agora que vejo está aparentimente melhor preciso que me der seu nome completo, para que eu possa preencher sua ficha, não encontramos nenhum documento com você, precisamos também do contato de um parente, podem está preocupados, já que está aqui há quase 24 horas - todas as perguntas me asustam, não mais o tempo que dormi.

Helen- Eu dormi por tanto tempo?-

Ângela- Sim, acho que andou muito, seus pés estavam muito feridos e inchados também, pelo menos foi o que a ultima enfermeira plantonista disse- Droga, tenho que fugir, se bem que não fui registrada para meu alivio - Então preciso de um nome -merda não posso dizer quem eu sou, se eu me registrar aqui hoje mesmo ele manda me matar ou me pegarem, se bem que ele teria meios para tal, eu acho, mas não posso arriscar.

Helen- Não lembro, não lembro de nada- tenho fingir que perdi a memória até dá um jeito de me mandar, se bem que com essa perna eu tô ferrada.

Ângela- Ah! querida desculpe, não sabíamos, fizemos muitos exames dentre ela tomografia e você só havia quebrado a perna, além de algumas poucas fraturas- respiro fundo e não a encaro, tenho medo que ela perceba que estou mentindo, olho para minha perna, escuto o homem limpar a garganta, eu nem me lembrava que ele estava ainda ali.

Homem- Na verdade ela é minha noiva, eu a trouxe para cá- olho para ele e não sei o que fazer, se eu o desmentir irei me desmentir também e dar um nome ao hospital, eu sei por que menti, mas por que ele está mentindo também? merda isso não vai acabar bem.

Ângela- Mas por quê o senhor não nos disse antes Edgar? você só nos disse que atropelou ela, você atropelou sua noiva?- agora entendo por que ele tá aqui, foi esse escroto que me atropelou.

Edgar- Sim, desculpem foi tudo muito confuso, o nome dela é Sophia Martins- eu nem tenho cara de Shopia, certeza que é o nome de sua ex idiota, Ângela olha para mim buscando alguma resposta, eu não sei como agir, só digo o que vem a mente.

Helen- Não lembro- ela volta a olhar para ele.

Ângela- Ok! vou prepar o registro de Sophia Martins, depois volto para ver como está Sophia- ela sai da sala e me deixa com o tal do Edgar, não vou mentir nesse momento tenho medo, eu não o conheço e ele acabou de mentir sobre eu ser sua noiva, eu nunca se quer o vi, Edgar se aproxima da cama, fica praticamente próximo o suficiente para que eu o escute.

Edgar- De quem você está fugindo?- olho para ele surpresa, como ele sabe?

Helen- Ninguém!- minha voz fraqueza. Não quis dizer seu nome.

Edgar-claro que não perdeu a memória, pode enganar a enfermeira, mas não a mim, me diz de quem ou do que está fugindo? se não eu não te ajudo- ele acha que está me ajudando?

Helen- Eu não quero sua ajuda- ele sorri debochado.

Edgar- Ok! tenho uma proposta para você, case-se comigo em até seis meses e eu te protejo, além de te dar tudo o que precisar, abrigo, comida e quando assinarmos o divórcio te darei um bom dinheiro para que possa continuar sua fuga- Isso é uma piada?

Helen- Você é louco? nem te conheço, não me casaria com você- sua vez de sorri.

Edgar- Não estou pedindo que seja de verdade, só uma farsa, mas bem eu acho que sei o que aconteceu - ele se afasta e começa a andar no quarto - Vejamos, você estava em uma estrada andando sozinha sem nada além de suas roupas sujas, provavelmente fugindo de alguém, um namorado talvez já que não possuem aliança, nem mesmo uma marca deixada por ela- ele olha para mim esperando que eu diga algo, mas fico em silêncio, ele continua - Chegou aqui desidratada e exausta, por isso está no soro. Não deve ter para onde ir e nem deve saber onde está, quando tiver alta médica o que eu calculo que ocorra amanhã ou mais tardar em 2 dias, não terá para onde ir, nem onde se esconder, então acho que estou sendo muito generoso com você- esse infeliz está certo, exceto pela parte do namorado.

Helen- Certo, digamos que esteja um pouco certo, não confio em você, muito menos desejo me casar contigo- ele sorri mais uma vez.

Edgar- Ok! eu estou certo em tudo e você também não é meu sonhou ou perfil de mulher ideal, mas você precisa de mim e eu preciso de você, não se preocupe o máximo que ficaremos casados será de um mês, podemos nos casar em 2 meses, assim quando tudo terminar estará totalmente recuperada da perna- é muito estranho tudo isso, mas eu não vejo saída para minha situação, para onde eu iria com essa perna? o que eu faria?

Helen- Não confio em você, não confio em ninguém- digo triste.

Edgar- Você tem até sua alta para decidir, agora não posso perder mais meu tempo aqui- ele diz e sai, eu só observo sem saber o que fazer, eu aceito e arrisco minha vida ou embarco nesse plano maluco.

AbsmoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt