Capítulo XXXVIII - Fim do Reinado.

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Narrator's point of view

- Entre nessa porra! – Exclamou um dos policiais.

Bruno fechou os olhos, tentando se controlar diante de tamanha ignorância do agente que o conduzia, mas logo foi empurrado firmemente para o interior do furgão da polícia. Os homens, devidamente armados, algemaram seus pulsos e o colocaram em um dos bancos traseiros. Depois de sentenciado pela justiça, Muller estava sendo transferido para a prisão de Downstate, onde cumpriria quarenta e dois anos de pena por seus crimes.

- Poderíamos estar em casa, mas temos que levar esse fodido para a prisão.

- Não reclame tanto, Bryan! Deixamos ele lá e voltamos para a cidade.

- Soube que é um empresário importante, veja só onde vai terminar a vida. – Zombou o loiro mais alto, enquanto ocupava seu lugar no banco do passageiro.

- Eu li sobre o caso dele. Ouvi dizer por aí que a mulher dele o colocou atrás das grades, acredita? Vi a foto dela no jornal e por Deus! – Comentou o moreno mais baixo, acomodando-se no banco do motorista.

- Ela é uma gostosa! Bem que eu adoraria tê-la para mim. Você deixa, não é, amigo? Agora que vai morrer em uma cela, eu posso fazer seu papel. – O loiro riu debochado.

Muller permaneceu intacto sobre o banco. Parecia perdido ou concentrado demais em seus próprios pensamentos. Era um tanto assustador seu estado psíquico, visto que tudo se restringia a seus novos planos, que logo se realizaram. Ele tamborilou com a ponta dos dedos sobre sua coxa, enquanto cantarolava baixinho. Sua cabeça perturbada relembrava cada instante ao lado de sua esposa, dando ênfase a cada mínimo detalhe presente nela. Shella havia se tornado o único alvo dos desejos daquele homem, e ele não descansará até tê-la outra vez.

- Vamos para sua nova casa, rei. – Zombou o policial, seguido por uma risada.

O caminho seria longo, mas Muller não parecia se importar. O horário dava aos policiais um trânsito ameno, visto que iam pela madrugada adentro. Muller começou a bater com os pés no canto do furgão, causando um barulho contínuo e irritante.

- Quer parar com essa merda? – Exclamou o loiro.

O homem continuou, enquanto observava o painel do carro entre a divisória da cabine e a área da traseira do furgão. Passava da primeira hora da madrugada, e o GPS indicava que o carro já havia saído do centro da cidade. Ele continuou a bater com o pé, aumentando a frequência das batidas em um ato de baderna. O lugar pelo qual seguiam era deserto e um tanto escuro.

- O que esse fodido pensa que está fazendo? – O outro exclamou, irritado.

- Ele quer morrer antes de chegar na prisão!

Bruno batia com mais força, tornando o barulho insuportável. Ele via parcialmente o brilho de faróis pela janela escura do automóvel, indicando que o jogo ainda estava acontecendo.

- Merda! Pare agora! – O homem apontou a arma para o detento, que continuava com toda desordem. – Eu vou matar esse filho da puta!

As batidas ficaram mais fortes, agora em vários lugares. Muller sorria de uma maneira perturbadora, e quando o policial tomou impulso para abaixar a divisória entre as cabines, o carro foi violentamente batido na lateral, fazendo com que o policial presente no volante freasse bruscamente.

- Que porra é essa?! – Murmurou o agente assustado, parando o veículo no meio da estrada deserta.

- Acelere, caralho! – O policial ao lado gritou.

- Saíam do carro agora! – Um dos homens abriu a porta do veículo, puxando o policial com força.

O motorista arregalou os olhos e puxou a pistola para atirar no desconhecido, quando foi atingido por dois tiros no peito.

Xeque-Mate - SheibiWhere stories live. Discover now