Capítulo XVIII - Surpresa.

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Gabriela Guimarãe's point of view.

A música deixava os alto falantes de meu carro, enquanto Natália cantava ao meu lado. Só ela para estar com um incrível bom humor tão cedo; eu nem poderia julgá-la, a mesma foi dormir assim que voltou para nossa casa. Já eu, continuei a trabalhar em todos os lugares possíveis onde Henrique poderia estar neste momento. O maldito homem estava tirando meu sono, eu não poderia descansar até finalmente vê-lo condenado pela justiça. Era uma questão de honra desvendar aquele caso por completo, e mostrar não só para Bruno, mas como para mim mesma que eu era capaz de solucionar aquele problema.

- Não vai mesmo me contar como foi na Suíça? – ouvi Nati murmurar.

Soltei um sorriso para minha melhor amiga que mesmo depois de inúmeras tentativas de descobrir como havia sido minha viagem com Sheilla, não ousou desistir. Suspirei, lançando um olhar entediado.

- Nem adianta fazer essa cara. Qual é, Gabi? Você sempre me conta tudo.

Deixei minha atenção concentrada na avenida movimentada aquela manhã, dando-me totalmente por vencida. Zilio não iria desistir nunca. As imagens dos momentos com Sheilla na Suíça vieram em meus pensamentos, fazendo-me recordar as sensações boas que senti ao estar com ela. Era estranho pensar, que depois de tantos anos eu havia realmente me divertido com alguém, sem ser apenas com uma boa noite de sexo e bebida. Eu conseguia recordar detalhadamente todos aqueles instantes ao seu lado, principalmente os nossos momentos em Saint Moritz. As imagens de Sheilla sorrindo durante nosso jantar, e a forma distraída como ela conversava estava impregnada em minha cabeça, da mesma forma como seu momento de pura teimosia no parque de patinação.

- Câmbio, terra chamando Gabriela.

- O que você quer saber? – perguntei lançando um rápido olhar para ela.

- Como foi na Suíça com a casada.

- Ela se chama Sheilla, Nati.

Eu mantive meus olhos atentos a fileira de carros a minha frente, que gradativamente foram parando diante o semáforo.

- Certo, desculpe. Como foi com a Sheilla? Vocês transaram muito, acertei?

- Não acertou, não.

- Não? Como assim, não? – a surpresa em seu tom de voz era nítida. – Deus me perdoe, mas tem algo errado aí.

- Errado, por quê?

- Errado pelo histórico de ambas. Vocês não podiam se ver que dava em preliminares ou sexo. E agora que passaram dias juntas e, sozinhas, não abusaram disso? Olha...

Eu meneei com a cabeça em um sinal negativo, enquanto acelerava o veículo.

- Não começa, nós só fizemos outras coisas. – soltei de forma despreocupada.

- Tipo o que?

- Nós saímos, jantamos, nos divertimos.

- Sem sexo?

- Sim, Nati. Sem sexo.

- Eu sabia que isso iria acontecer. – murmurou ao olhar pela janela.

- Isso o que?

- Você está se apaixonando por essa mulher.

- Você enlouqueceu? Eu não estou apaixonada! – respondi rápido o suficiente para convencê-la disso.

Zilio tinha um ar de riso, como quem tivesse prendendo uma gargalhada em seu peito. Eu meneei com a cabeça em um sinal negativo, mantendo minha concentração no trânsito.

Xeque-Mate - SheibiWhere stories live. Discover now