Capítulo 13

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Any Gabrielly 🦋

  Bato com as costas contra a parede de mármore do banheiro, quando Noah me empurra. Ele não solta os lábios meus nem por um momento se quer, apenas intensificando ainda mais o beijo quente, cheio de intensidade, como se tivéssemos guardado isso por anos. Eu não sei ele, mas eu já imaginei essa cena acontecendo várias vezes.

  Sua boca tem gosto de jujuba de morango e vodka com cereja; uma mistura que torna tudo mais interessante. Sinto tudo isso com ainda mais intensidade quando sua língua quente desliza para dentro da minha boca, e seus lábios sugam os meus com fervor o suficiente para me arrepiar dos pés a cabeça. Ele está me beijando pra valer, de um jeito que nenhum outro cara tinha me beijado antes – não que eu já tenha beijado muitos caras durantes meus 16 anos de vida.

  Mas eu não quero pensar nisso agora, quero pensar na boca de Noah Urrea beijando a minha. Meu Deus, isso tá mesmo acontecendo?

  Agarro seus cabelos da nuca e empurro o chapéu de pirata para o chão, arranhando sua pele, o puxando para mais perto. Nesse momento, estou ofegante e sem ar, mas não quero que ele pare agora.

  Suas mãos escorregam de meu rosto, pelo meu corpo, até agarrarem minha bunda. Isso me arrepia outra vez. Uso uma das minhas mãos para segurar seu rosto entre os dedos, mantendo ele quase imóvel enquanto me beija sem parar nem pra respirar.

  — Caralho, Any… — Noah sussurra e eu sorrio junto com ele, enquanto o mesmo morde meu lábio inferior.

  Ele continua puxando minha bunda para cima, até me deixar na ponta dos pés e, enfim, me pegar no colo. Enlaço seus quadris com as coxas, agarrando seu pescoço com os braços, enquanto ele me segura pela bunda. Sua língua entra mais fundo na minha boca, percorrendo a minha de forma deliciosa. Eu puxo seu cabelo com mais força, tentando me firmar, porque estou tremendo com a proximidade, apesar de ser muito bom. Noah me senta em cima da pia, agarrando meus quadris com força, sem deixar que eu solte os seus próprios. Derrubamos um monte de produtos no chão, me fazendo rir entre o beijo, assim com Noah, que encosta a testa na minha brevemente.

  Ele escorrega os lábios por minha pele quente, até meu pescoço, onde me suga com fervor. Deixo um gemido sair da minha boca, e Noah solta um grunhido em resposta, enquanto lambe minha clavícula e distribui beijinhos arrepiantes até minha mandíbula. Quando volta a beijar minha boca, eu escorrego minhas mãos pequenas em seus ombros, afastando um pouco das mangas da camiseta folgada de pirada para sentir seus músculos sobre meus dedos. Aperto, arranho e cravo as unhas nele, mas isso só parece incentiva-lo a me puxar para perto ainda mais…

  De supetão, a porta do banheiro se abre, batendo contra a parede com uma força absurda. Solto de Noah na hora, levando um susto e arregalando os olhos ao notar que são Sofya e Josh.

  Josh olha para Noah apertando minhas coxas, e depois para meu rosto. Eu coro e abaixo o olhar para minha amiga. Ela também encara nós dois, mas sua aparência está meio…verde? Ela parece enjoada.

  Não, ela está enjoada, porque vomita no chão tudo o que consumiu essa noite. Noah e eu fazemos uma careta, assim como Josh, que segura seu cabelo pra cima.

  E com isso, todo o fogo que queimava intensamente entre mim e Noah é apagado. Ele se afasta de mim e vai até a irmã, que para de vomitar e se encosta nele. Pareço levar um choque de realidade quando não sinto mais seus toques quentes na minha pele.

  — Melhor agora? — Ele sussurra para Sofya, afastando seu cabelo do rosto. Ela confirma com a cabeça antes de apagar nos braços dele.

  Não consigo pensar em nada para dizer e que diminua a tensão do momento. Meu coração parece que vai saltar pela minha boca a qualquer minuto. E eu estou ofe-gan-te. Tinha sido tão bom, mas agora parece tão errado.

  Olho para Josh outra vez, mas o mesmo parece envergonhado por mim, desviando o olhar do meu. Suspiro.

  — O que você estava fazendo com minha irmã, Beauchamp? — Noah praticamente rosna para ele, pegando Sofya no colo.
  — Nada, ok? Eu só vi ela passando mal lá embaixo e trouxe ela pra vomitar no banheiro, pelo menos. — Josh revira os olhos azuis. — Se você se importasse mesmo com ela, não teria a deixado beber tanto.
  — Não se mete na minha vida, e fica bem longe da minha irmã.

  Ao passar por Josh, com Sofya nos braços, Noah bate o ombro no do outro. Suspiro e levo meu olhar para o reflexo do espelho; meus lábios estão vermelhos e inchados, efeito do beijo mais quente que eu já experimentei na vida. E agora, do nada, parece não ser nada para o Noah. Não que tenha sido tão importante assim pra mim, afinal foi só um beijo e eu estou bêbada. Em algum lugar, no fundo da minha mente nublada pelo álcool, eu sabia que isso ia acabar acontecendo em algum momento.

  Balanço minha cabeça para meu reflexo no espelho e vou até Josh, que ainda está parado na batente da porta, digitando no celular.

  — Josh… — Chamo e noto minha voz rouca.
  — Não vou contar pra ninguém. — Ele me interrompe, mas ainda não está olhando nos meus olhos, mesmo quando guarda o celular em um bolso das vestes de Hogwarts. — Relaxa.

  Assinto com um aceno leve da cabeça, embora não fosse isso o que eu estava planejando dizer – queria dizer que não foi nada entre mim e Noah, que ele não precisava ter visto e que não ia mais acontecer. Não é questão de eu dever explicações para um cara com quem mal converso, é só que eu preciso me convencer de que tudo citado é verdade...

  — Você vem? — Noah para na porta, com Sofya ainda em seu colo, e olha pra mim. — Quer dizer, vou pra casa com a Sofya. Posso te deixar na sua no caminho.

  Encaro ele por alguns segundos. Como Noah consegue agir com tanta naturalidade, quando estávamos nos pegando no banheiro a dois minutos atrás?

  — Vai com ele. — Josh faz um sinal com o ombro na direção de Noah. — Você bebeu demais, vai precisar de ajuda pra voltar pra casa.
  — Hã…t-tá. — Passo a mão no cabelo super penteado pra trás. — Droga…preciso achar a bolsa da Sofya. Minhas coisas estão nela.
  — Ah, tá aqui.

  Olho para Josh, que tira a bolsa de Sofya do ombro e me entrega. Abro um sorrisinho bêbado para ela.

  — Anda longo, Any Gabrielly. — Noah me apressa e eu aceno com a mão em despedida para Josh, enquanto saio do quarto.

  Ainda estou raciocinando o fato de eu ter beijado Noah Urrea, ao o segui-lo pela festa lotada de bêbados. Foi tão estranho a forma como tudo aconteceu de repente, concretizando ainda mais as palavras trocadas entre ele e Sabina, minutos antes do meu corpo inflamar com o calor de seus lábios macios. Ele me deixa tão confusa, e na maior parte do tempo eu não sei como agir em relação a ele.

  Talvez seja melhor fingir que isso um dia nunca aconteceu; o beijo é um furacão disfarçado de prazer, e pode ser letal para corações frágeis. Romeu Montecchio e Julieta Capuleto são um ótimo exemplo.

  Além disso, não vai ser difícil fingir que nada aconteceu, já que Noah consegue fazer isso tão bem; ele não está nem ai para o que aconteceu no banheiro, ou só preocupado demais com a irmã dele. Eu não sei dizer.

  Fora da casa, o ar gelado da noite esfria meu corpo ainda quente e embriagado, causando um bem estar muito aliviante. Respiro fundo o perfume do lago, sentindo que agora estou muito mais sóbria do que antes. Eu só preciso ir embora, e nunca mais chegar perto de uma garrafa de cerveja outra vez.

  Noah deita Sof no banco de trás do jipe Range Rover azul dele, e eu vou junto com ela, porque agora qualquer espaço entre mim e ele é necessário, mesmo que isso signifique sentar na parte de trás do carro. E Noah também está evitando olhar nos meus olhos desde que saímos daquele banheiro. Eu entendo, porque quando encaro suas íris esverdeadas, tudo o que consigo pensar são nas suas mãos apertando minha bunda, meus quadris…sua língua na minha boca. Porra.

  Antes que eu pense em mais alguma besteira que destrua ainda mais minha dignidade, Noah liga o carro, saindo da propriedade Hidalgo.

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quantas emoções em um capítulo só...

1/3

𝐴𝑙𝑙 𝐹𝑜𝑟 𝑈𝑠Where stories live. Discover now