Capítulo 4

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Any Gabrielly 🦋

           — Você vai nessa festa com a gente.

  Sofya se levanta da cama, correndo até o outro lado do quarto, onde fica seu banheiro próprio – sortuda. Ainda sentada na cama, me viro na mesma direção.

  — Ué, pensei que você não fosse. — Franzo as sobrancelhas
  — Eu não ia porque ficar solitária sem minha melhor amiga, é muito chato. — Ela volta do banheiro bem rápido, sem nada verde no rosto e enfiando uma meia calça arrastão por debaixo do roupão, quase caindo enquanto tropeça. — Mas agora é outra história… só não quis dizer na frente do Noah que a gente vai, pra não dar o gostinho da vitória dele tão cedo.

  Dou risada e depois me levanto, dando de cara com o espelho que ela tem no armário. Não acho que a roupa que estou usando seja a mais certa para uma festa.

  — Não posso ir assim. — Olho para Sofya por seu reflexo no espelho.
  — Eu te empresto uma roupa, relaxa.

  Ela tira o roupão e abre o armário, tampando minha visão do espelho.

  — Vai falar com o Noah, enquanto eu separo alguma coisa pra você.

  Assinto com a cabeça saindo do quarto de Sofya, para entrar no de Noah. O dele fica no final do corredor e, a cada passo até lá, fico planejando o que dizer para ele. Tipo, falar com Noah é uma terafa muito difícil, porque ele sempre tem uma resposta engraçadinha na ponta da língua. Às vezes chega a ser irritante.

       Suspiro e bato na porta três vezes, esperando…

  A porta se abre subitamente, e Noah se encosta nela tão rápido, que ficamos próximos de um jeito extremamente perigoso.

  — Oi. — Ele diz e sorri no mesmo nível de perigo que nossa proximidade.
  — Oi. — Sorrio de volta e tento dar um passo para trás, mas ele está cheirando a sabonete…é um cheirinho bom, então não quero me afastar de verdade. — Tenho sua resposta.
  — Seja breve, Rolim.
  — Eu e sua irmã vamos na festa com você. — Afirmo, jogando os braços para trás e me balançando na ponta dos pés.

  Noah observa meu "tique nervoso" e ri baixinho, passando brevemente a mão no cabelo úmido e bagunçado.

  — Beleza então...vamos sair em quinze minutos.

  Ele começa a fechar a porta, mas eu estico meu pé e o impeço de continuar.

  — Mas vamos na minha moto, não no seu carro. E você vai ter me enviar por mensagem cinco das perguntas respondidas, pelo menos. — Acrescento com um falso ar de superioridade. É difícil se sentir superior perto de um cara que tem 1,80cm de altura.
  — Como você quiser. — Noah se inclina um pouco para frente, mantendo nossos rostos a centímetros de distância. Isso destruiria qualquer garota, mas, pra mim – apesar de ser bem incomum –, eu consigo lidar numa boa. — Mas um dia eu ainda te dou uma carona, você vai ver.

          Reviro os olhos e sorrio. Noah sempre tenta me dar uma carona, tipo, sempre mesmo, desde que nos conhecemos. É mais uma questão de orgulho, não é como se ele me visse como uma conquista em potencial. Ele só faz isso porque algum palhaço da turma disse que eu sou do "tipo difícil", e que nem aceitar carona eu aceito, e aceitar carona por aqui significa: quero dar pra você.

  Eu nunca vou dar esse gostinho de aceitar uma carona para o Noah.

  — Passar bem, Urrea. — Me afasto e me viro para ir. Quando já estou quase na porta da Sofya, ele grita:
  — Você é impossível, Rolim!

  Abro um sorrisinho discreto e então entro no quarto.

  Sof já está praticamente toda "montada". Ela escolheu um vestido preto, simples, curto e de alças finas. Por baixo está usando uma camiseta preta transparente. Essa é a Sofya que eu conheço de verdade, e não a Sofya do quarto cor de rosa. Ela está ajeitando o delineado quando me aproximo, fazendo apenas um sinal com a mão livre para indicar que minha roupa já está preparada.

𝐴𝑙𝑙 𝐹𝑜𝑟 𝑈𝑠Where stories live. Discover now