"Vacilei.
Desculpa!"

Eram as únicas duas palavras no bilhete.
Quanto esforço...

- De quem é? - o fofoqueiro já estava atrás de mim bisbilhotando

- Tá vendo alguma assinatura? - ele negou - Posso ser muitas coisas, mas vidente não é uma delas

- Ah, para! Você deve saber quem enviou

eu sabia

- Já falei que não sou vidente - me fiz de sonsa e pareceu o suficiente porque todo mundo ficou desapontado - Podem ficar com as flores se quiserem - falei voltando a colocar o bilhete assim como estava anteriormente - Mandaria devolver, mas o moço já foi... Então, é todo de vocês

- Ai Tete, você acaba de receber flores e fica ai com essa cara de bunda - Marisa me interrompeu com um olhar julgador. Eu a adorava, mas estava sem cabeça pra lidar com ela

- Infelizmente, essa é a única que eu tenho, Marisa! - fui meio rude - Se gostou tanto, faça bom proveito

- Nossa! Você está chateada comigo Tete? - a morena perguntou calma - Foi você quem me abandonou sozinha ontem. Se tem alguém que deveria estar chateada, esse alguém sou eu

Aquilo pra mim foi a gota d'água.

- Ai meu Deus, tadinha de você. Como que pode, né? - ironizei - Mari, você sequer sentiu minha falta ontem depois dos 5 primeiros minutos, afinal quando olhei pra trás você já nem estava mais lá. E por favor não vem querer se passar de coitada que sozinha foi a ultima coisa que você ficou. Então, você poderia parar de focar apenas no próprio umbigo por apenas 1 minuto e parar de me julgar nem que seja só por 1 segundo.

Não esperei nem mais um instante e subi em direção a sala em que meu chefe ficava.
Fiz todo um teatro alegando que não estava passando bem, e ganhei o restante do dia de folga.

Sai pelos fundos fugindo dos questionamentos que provavelmente viriam dos meus colegas de trabalho.
Sei que não conseguiria fugir pra sempre, mas queria ficar tranquila por pelo menos o resto do dia.

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Conseguir me livrar do trabalho, mas não tive o mesmo exito com as aulas da faculdade.

Havia uma prova marcada pra hoje, barrando meus planos de ficar trancada no quarto até o próximo raio de sol.

Então ás 18 em ponto lá estava eu atravessando os portões da universidade e indo diretamente para a sala de aula.

- Você pode por favor me explicar o que aconteceu com você hoje? E nem adianta vir com papo de dor de cabeça, porque isso não te faria surtar com a Mari daquele jeito - infelizmente o meu companheiro de trabalho foi o primeiro rosto que eu vi

- Boa noite pra você também, Joel. Estou bem, obrigada por perguntar, e você?

- Não desconversa, Teça - falou em tom de sermão

- Meu Deus, que saco! Não tenho mais 5 anos pra ficar dando satisfação por tudo que faço - foi o que respondi e entrei na sala pisando duro. Indo sentar em um lugar bem longe do restante dos meus amigos.

Ainda bem que consegui fazer minha prova na calma, e logo sai da sala.

- Tete, sem brutalidade comigo. Vim em paz - Luciana que fazia dupla comigo foi sentando ao meu lado - Não precisa me falar nada, vou apenas te dar um abraço porque você claramente tá precisando de um

E assim a loira fez, sendo a pessoa mais acolhedora comigo durante todo o dia.

Preciso dizer que cai no choro?
Não, né?!

- Não sei o que aconteceu pretinha, mas saiba que você não está sozinha. Tanto eu quanto os meninos te amamos muito e estamos aqui pra te apoiar, mesmo que do jeito estranho deles

Após alguns segundos senti mais alguns braços me abraçando, e mesmo que não tivesse enxergando - por estar com a cabeça no suvaco da Lu - sabia que era o restante do meu bonde.

- Não precisa falar nada, se não quiser. E se o Joel insistir mais alguma vez, me avisa que eu mesma meto um socão nele

- Obrigada gente! - agradeci, olhando pra cada um e recebendo um sorriso como resposta - E Lu, duplamente obrigada! Primeiro por isso - apontei pra nós - E depois por ter passado desodorante. Tudo o que me faltava pra fechar o dia com chave de choro era você com sufaqueira me sufocando

- Eu digo que te amo, e é isso que ganho como retribuição. Você é uma pessima pessoa, Teresa - a loira se fez de brava, mas logo caiu na risada

- Para de drama, loira azeda - falei antes de encher ela de beijinhos - Será que agora podemos beber um litrão no seu Gilberto? Meu dia foi uma merda e só uma cerveja trincando pra melhora-lo.

- Ai sim, essa é a Tetezinha que conhecemos e amamos - o colorido me apoiou e então saimos andando até o barzinho que ficava em frente da universidade, enquanto falavamos sobre a prova.

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Sorte • Diego CostaWhere stories live. Discover now