37 | Lua Cheia

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Hermione olhou de soslaio para o enorme relógio pendurado na parede e engoliu em seco quando encontrou o olhar penetrante de Draco novamente.

Ele estava sentado do outro lado da mesa, observando-a com uma expressão séria. Os dois haviam conversado baixinho durante o jantar, evitando mencionar o que iria acontecer logo depois.

Mas a conversa deu errado assim que seus nervos assumiram o controle de seu corpo.

Hermione limpou a garganta, seus dedos apertando sua taça de vinho branco. Ela nunca tinha provado um tão delicioso.

— A lua cheia nasce em cinco minutos.

Sua expressão não mudou, embora seus olhos cinzas se estreitassem.

— Você está assustada.

Hermione mordeu o lábio inferior, esperando que as batidas traiçoeiras de seu coração não a denunciassem. Ela terminou o vinho e Draco suspirou, desviando o olhar para a janela.

— Você não precisa fazer isso, Granger.

— Eu quero — ela o assegurou, limpando a garganta novamente enquanto sua voz tremia. — Tenho medo do desconhecido e isso não é algo que eu possa aprender lendo livros — acrescentou ela em um sussurro.

Ele bufou, revirando os olhos.

— Quem precisa de livros quando você tem Pansy.

— O que?

— Nada — Draco se levantou, parando ao lado dela. — Você quer ver a casa?

Hermione assentiu, aceitando sua mão e seguindo-o pelos corredores da villa italiana. Ela soltou um suspiro cheio de tensão, tentando relaxar para que Draco não pensasse que ela estava tendo dúvidas novamente.

Assim como ela havia suspeitado, na parte de trás havia uma cachoeira natural que alimentava um pequeno lago que abrigava centenas de criaturas, de peixes a grindylows.

As vinhas estendiam-se a perder de vista e a adega na cave estava repleta de vinhos com mais de cem anos.

Seu rosto perdeu a cor ao descobrir que o que ela havia bebido valia mais do que o Ministério lhe pagava todos os meses. Draco riu da expressão dela, prometendo dar a ela todas as garrafas daquela safra.

O resto da casa era decorado com as mesmas linhas modernas da Mansão Malfoy, embora não fosse tão extravagante. Tinha apenas dois andares e Hermione tinha certeza de que seria capaz de se lembrar onde ficava cada cômodo no dia seguinte, especialmente aquela pequena biblioteca circular onde ela mal podia esperar para sentar e experimentar seu feitiço tradutor.

Draco soltou a mão dela quando chegaram à última porta do andar de cima e cerrou os punhos.

— Este é meu quarto.

Seu coração pulou uma batida. Hermione assentiu, torcendo os dedos. Ela atravessou a soleira assim que ele abriu a porta e sorriu ao ver como parecia o quarto dele na Mansão Malfoy. Tons de branco e móveis de madeira, uma lareira de pedra e uma enorme bandeira da Sonserina pendurada em uma das paredes.

Draco avançou em direção ao banco onde suas duas malas estavam, abrindo a dele. Dezenas de bolsos se abriram e ele enfiou a mão no maior deles, tirando uma pequena garrafa de vidro e voltando para o lado dela.

— Eu trouxe isso para você — ele comentou, colocando-o na palma da mão dela.

Hermione olhou para o líquido incolor girando dentro com uma carranca.

— O que é?

Ele desviou o olhar e coçou a nuca.

— Uma poção que eu faço para Pansy.

The Wrong Choice | DramioneWhere stories live. Discover now