04 | Exposto

8.5K 821 391
                                    

Hermione estava na sala de estar em Grimmauld Place, deitada no enorme tapete verde escuro e cercada por livros abertos.

Ela já havia lido o que Harry havia encontrado, junto com outros dois na biblioteca da família Black e mais quatro que ela havia emprestado da biblioteca de Hogwarts, com a permissão da diretora McGonagall.

E fazia apenas dois dias desde que ela descobrira o que estava acontecendo com Malfoy.

— Você está pronta? Está quase na hora —, disse Harry, entrando na sala e observando a bagunça que sua amiga havia criado.

— Sim, — ela respondeu, terminando de escrever em um caderno a última coisa que ela tinha acabado de ler sobre as Veelas.

Era algo que ia ser muito útil para ela no julgamento. Se Malfoy ainda não quisesse cooperar, ela não teria escolha a não ser usá-lo.

Hermione fechou o caderno e o colocou em sua bolsa de contas, levantando-se. Harry já estava jogando pó de flu sobre a lareira.

— Malfoy não vai gostar disso, estou te avisando, — ele murmurou, franzindo a testa para ela.

— Eu não me importo. Vou tirá-lo de lá, quer ele queira ou não.

— E depois?

Hermione encarou Harry, mordendo o lábio inferior nervosamente.

— Eu não sei. Eu não posso ser dele... dele...

— Eu sei.

— Mas eu não posso deixá-lo morrer.

— Eu sei, Hermione. Nós vamos descobrir uma maneira de consertar isso, tenho certeza que há algo que podemos fazer.

Ela assentiu, segurando a mão direita de Harry e apertando-a amorosamente. Pelo menos ela não estaria sozinha, ele estava sempre lá para apoiá-la em tudo.

Harry lhe deu um sorriso tranquilizador e os dois caminharam juntos pelas chamas verdes.

.

Draco estava novamente em sua pequena cela, no décimo andar do Ministério da Magia. O guarda o havia deixado ali assim que chegaram, sem maiores explicações, e ele estava convencido de que estava sonhando.

Bem, foi mais como um pesadelo. Logo ele iria acordar e ver que ninguém iria rever sua sentença e que ele ainda estava preso, cercado por dementadores e prestes a morrer. Ele reprimiu um calafrio e se encolheu ainda mais no canto onde estava sentado, enrolado no cobertor que havia encontrado em seu velho colchão. O frio de Azkaban era profundo e parecia impossível se aquecer novamente.

Ele ouviu passos e levantou a cabeça, olhando para o guarda enquanto ele se aproximava e abria a porta de sua cela.

— Está tudo pronto, Malfoy. Vamos.

Draco fez uma careta enquanto o homem o ajudava a se levantar, apoiando-se em seu braço para poder andar pelo corredor. Ele fechou os olhos e suspirou quando viu as enormes portas de madeira da sala da Suprema Corte novamente.

Ele desejou que ele acordasse logo e morresse de uma vez por todas.

O guarda abriu uma das portas e entrou, sem soltar o braço. Draco abriu os olhos novamente e examinou as arquibancadas. Sua mãe estava de volta ao banco da audiência, junto com três ruivos. Ron Weasley, sua irmã e uma mulher mais velha que ele se lembrava de ter visto na Batalha de Hogwarts. Podia ser a mãe deles, mas Draco não sabia o nome dela.

O que diabos os Weasleys estavam fazendo lá? E por que a Sra. Weasley estava falando com a mãe dele?

De repente, ele foi atingido por um cheiro doce e levemente azedo que ele só havia sentido uma vez antes, um mês antes. Todo o seu corpo ficou tenso imediatamente e Draco procurou ansiosamente pela multidão até que viu as duas pessoas sentadas no banco das testemunhas.

The Wrong Choice | DramioneWhere stories live. Discover now