Capítulo Trinta e Quatro

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— As luzes funcionam aqui — Beomgyu olhou em redor, encontrando tudo bem iluminado.

— O hotel possui um gerador próprio — Yeonjun explicou.

Os dois adentraram a recepção do hotel, e Yeonjun guiou-os até a recepcionista, que não deveria ser mais velha do que Huening Bahiyyih, como Beomgyu denotou, e que os cumprimentou com um aceno de cabeça e um sorriso gentil.

— Opa, tudo bem? Vou precisar da cópia da chave do quarto 611 — Yeonjun ditou, inflando o peito. Agora que tinha corrido cerca de dois ou três quilômetros até o hotel, tinha as bochechas vermelhas e um filete de suor escorrendo por sua testa.

Ao ouvir o número do quarto, as costas de Beomgyu retesaram.

— E a sua chave? — a recepcionista perguntou casualmente, como se já conhecesse o barista.

— Está com Wooyoung.

Ela franziu as sobrancelhas retas, como se duvidasse das palavras de Yeonjun, mas logo curvou as costas e deslizou sobre o mármore do balcão a chave reserva do quarto indicado pelo barista.

— Traga a outra chave da próxima vez — ela resmungou, ajeitando-se sobre a banqueta.

Com um sorriso amarelo, os dois apanharam o cartão do hotel e saíram em direção à área dos elevadores. Beomgyu balançou o corpo de um lado para o outro conforme esperava pela cabine.

— Há quanto tempo você tá aqui? — o mais novo perguntou.

— Hoje é o meu primeiro dia.

— Primeiro? Parecia que você conhecia a recepcionista há algum tempo...

— Conheci ela durante o evento da Ordem Secreta — Yeonjun explicou, encarando Beomgyu.

— Ah, é verdade... — a lembrança de que o Hotel Crown sediou o último evento da Ordem Secreta de Busan cruzou as sinapses do aspirante a engenheiro, fazendo-o franzir o nariz.

Quando o elevador alcançou o andar da recepção, ganhando dois novos passageiros, a madrugada deixou de ser taciturna e insípida, tanto para Choi Yeonjun quanto para Choi Beomgyu. Assim que as portas da cabine metálica se fecharam e os dois finalmente ficaram a sós, como tanto ansiavam desde o início do dia anterior, uma faísca eletrizante, atônita e alegre envolveu-os.

Já no sexto andar do hotel, eles caminharam em silêncio em direção ao quarto. Yeonjun abriu a porta, usando o cartão reserva para destravar a trava magnética. Ao pisar no carpete do corredor do quarto do hotel, Beomgyu teve o vislumbre de uma cama de casal, uma escrivaninha e uma televisão.

O quarto 611 permanecia o mesmo. Nada havia mudado de lugar desde a última vez que Beomgyu o visitara, na noite de Halloween. Agora, no entanto, ele reparou nas portas de armário à direita do corredor e no banheiro à esquerda.

— Você tem uma coberta? — ele perguntou, deslizando as almofadas dos dedos da mão destra pela moldura das portas do armário.

— Por quê? — Yeonjun perguntou, parado em frente a Beomgyu. Logo, no entanto, ele se virou e alcançou o centro do quarto, próximo à cama. Com apenas as luzes do corredor do quarto acesas, o mais novo não conseguiu distinguir o que Yeonjun fazia lá dentro. Isto é, até o mais velho retornar com uma coberta fina e felpuda em mãos. — Isso serve? Você sente frio?

— Eu não sinto — Beomgyu respondeu, apanhando o tecido. A textura macia fez cócegas nas palmas de suas mãos. Ele deu um passo à frente, aproximando-se de Yeonjun, e deslizou o cobertor pelos ombros do barista, cobrindo-o. — Mas você sente.

Yeonjun sentiu as bochechas quentes.

— E o seu celular? Ou o casaco? E a chave do quarto? Como você vai pegar? — a chuva torrencial de perguntas disparou por entre os lábios de Beomgyu.

Anonimato • BeomjunWhere stories live. Discover now