Capítulo 31

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e veio mais um nessa noite!!

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POV Sana

Por mais impossível que pareça, eu estava completamente entediada naquela linda e enorme casa de campo francesa. O lugar não requeria manutenção ou limpeza, minha conexão de internet era tão lenta que eu não conseguia entrar no servidor da MMG para realizar qualquer trabalho e talvez o mais trágico sentia que não deveria fazer certas coisas até Jihyo chegar.

Parecia errado mergulhar na piscina infinita sabendo que ela estava presa em Nova York. Eu não queria passear pelos vinhedos ao redor da casa, pois achava que aquilo era algo para descobrirmos juntas. A governanta separara algumas garrafas de vinho para nós, mas só uma idiota completa beberia sozinha. Descobrir o resto da casa também era um direito dela. Até então eu abrira apenas a porta de um quarto, onde dormi, sem querer avaliar nossas opções até que ela chegasse. Juntas, decidiríamos onde passar nossas noites.

É claro, se eu contasse algo sobre isso ela riria na minha cara e diria que eu estava sendo dramática. Mas era por isso que eu a queria aqui. Algo monumental acontecera comigo no outro dia, quando usei o bat-sinal, e a sensação de urgência não diminuíra desde então e provavelmente não diminuiria até ela chegar e ouvir o que eu tinha para dizer.

Andei pelos jardins, contemplei o mar e verifiquei meu telefone novamente, lendo pela centésima vez a mensagem mais recente de Jihyo:

||JH: Parece que a Air France tem um lugar disponível.||

Ela enviara a mensagem três horas atrás. Embora parecesse promissor, suas três mensagens anteriores haviam sido semelhantes, e no fim ela ficara de fora desses voos. Mesmo se tivesse decolado há três horas, ela não chegaria a Marselha até amanhã de manhã, na melhor das hipóteses.

Com o canto dos olhos, vi uma pessoa surgir de trás da casa e colocar um prato de comida na mesa perto da piscina. Com outra olhada em meu celular, vi que conseguira matar mais algumas horas e que era finalmente hora do almoço. Na casa havia uma cozinheira, uma mulher de cinquenta e poucos anos chamada Lina, que assava pães todas as manhãs e, até agora, servira algumas variações de peixe, salada fresca colhida do jardim e figos. A sobremesa consistia de macarons feitos à mão ou bolachinhas com geleia. Se Jihyo não chegasse logo, Lina teria que me rolar até a porta para recebê-la.

Ao lado do meu prato havia uma taça de vinho e, quando olhei para Lina, ela parou na porta dos fundos, apontou para o vinho e disse:

— Le boire. Vous vous ennuyez, et solitaire.

(Beba. Você está entediada e solitária.)

Bom, que merda. Eu estava entediada e solitária. Uma taça de vinho não faria mal algum. Eu não estava celebrando, estava apenas sobrevivendo, certo? Agradeci a Lina pelo almoço e me sentei à mesa, tentando ignorar a brisa na temperatura perfeita, o som do oceano tão perto, a sensação do piso aquecido sob meus pés. Eu não aproveitaria nem um único segundo até que Jihyo chegasse.

Sana, você é uma egocêntrica patética.

Como de costume, o peixe estava inacreditável e a salada com pequenas cebolas e cubos de queijo branco tinha tanto sabor que eu nem percebi quando minha taça ficou vazia e Lina estava ao meu lado, enchendo-a de novo.

Comecei a impedi-la, dizendo que não precisava de mais vinho.

— Je vais bien, je nai pas besoin de plus.

(Eu estou bem. Não preciso de mais.)

Ela piscou para mim.

— Puis lignorer.

Opposites - SaHyoOn viuen les histories. Descobreix ara