Capítulo 27

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e veio mais um sknxksmckgm

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POV Sana

Você tem que estar brincando.

Girei a chave na ignição e acelerei até o indicador de rotações por minuto atingir o vermelho. Eu queria queimar o asfalto, deixando a marca preta dos pneus na rua como um sinal da minha frustração.

Eu estava cansada. Merda, eu estava mesmo cansada, e odiava ter que arrumar a bagunça dos outros no trabalho. Eu vinha trabalhando por doze, quinze, inferno, até dezoito horas por dia há meses, e na única noite em que pude deixar tudo de lado e ter um tempo com Jihyo em casa, recebo uma ligação de emergência.

Fiz uma pausa quando essa palavra ficou reverberando em minha mente: Casa.

Fosse na minha casa ou na dela, fosse saindo com os amigos ou indo àquele restaurante chinês de que ela gostava tanto, com ela eu me sentia em casa. A parte mais estranha era que a casa que me custara uma fortuna nunca parecera um lar até ela começar a passar um tempo por lá.

Será que ela também sentia que sua casa era onde quer que estivéssemos juntas?

Ainda nem tivéramos a chance de escolher onde íamos morar em Tóquio. Encontramos um bom lugar para a MMG, fizemos um mapa com todos os novos escritórios, desenhamos as plantas, planejamos as reformas e contratamos uma designer... mas não escolhemos um apartamento para morar.

O que era o maior sinal de que velhos hábitos custam a morrer, pois, na realidade, minha relação com ela mudara completamente minha relação com o trabalho. Apenas um ano atrás, eu estava comprometida com apenas uma coisa: minha carreira. Agora, o que mais importava para mim era Jihyo, e sempre que minha carreira atrapalhava meu tempo com ela, isso me consumia por dentro. Eu nem sei especificamente quando isso aconteceu, mas suspeito que a mudança surgiu muito antes de eu admiti-la. Talvez tenha sido na noite em que Shiro foi jantar na casa dos meus pais. Ou talvez no dia seguinte, quando eu caí de joelhos diante dela e me desculpei da única maneira que eu sabia. Talvez tenha até sido antes de tudo isso, na primeira noite em que eu a beijei, desesperadamente, na sala de conferência, em meu momento de maior fraqueza. Graças a Deus eu fui tão idiota!

Olhei para o relógio no painel. A data, iluminada em vermelho, me atingiu como um soco no peito: cinco de maio. Exatamente um ano atrás, eu assistira Jihyo sair do avião vindo de Los Angeles, com os ombros curvados de raiva e dor por eu ter praticamente a jogado debaixo de um ônibus depois de ela salvar a minha pele com um cliente. No dia seguinte, ela pediu demissão e me deixou. Eu pisquei os olhos, tentando tirar essa lembrança da minha mente. Ela voltou, lembrei a mim mesma. Nós tínhamos acertado os ponteiros nos últimos onze meses e, apesar de toda minha frustração com a agenda do trabalho, eu nunca estivera tão feliz. Ela era a única mulher que eu queria.

Lembrei da última vez que terminara uma relação, quase dois anos antes. Nosso namoro começara como uma escada rolante, com um solitário primeiro passo e depois seguindo automaticamente em uma mesma direção. Começamos de um jeito amigável e rapidamente entramos na intimidade física. A situação funcionava perfeitamente para mim, pois ela me oferecia companhia e sexo, e nunca pedia nada além do que eu oferecia. Quando terminamos, ela admitiu que sabia que não daria mais. Disse que, por um tempo, o sexo e a quase-intimidade foram suficientes, mas que não era mais o bastante.

Após um longo abraço e um último beijo, eu a deixei partir. Fui jantar sozinha e em silêncio no meu restaurante favorito, e depois fui direto para a cama, onde dormi a noite inteira. Nada de drama. Nada de coração partido. Tudo acabou e fechei a porta dessa parte da minha vida, completamente pronta para seguir em frente. Três meses depois, voltei para Seul.

Opposites - SaHyoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang